Já havia se passado uma semana e o Gabriel ainda estava me atazanando. Me seguia de um lado pro outro, até nos treinos da luta ele estava junto. A proximidade das provas finais, junto com a minha tpm, me deixavam num grau de estresse que não conseguia controlar. (Helanor): Gabriel! Some daqui! - berrei com ele. Estávamos em casa, eu tentava estudar enquanto ele perdia tempo comigo. (Gabriel): Só vou te dar um tempo quando você sair comigo (Izabel): Meu Deus, vai logo, Helanor! Olha como ele é lindo, tão fofo e cavalheiro. (Helanor): Mãe, não vou pra lado nenhum com esse menino, ele é doido (Izabel): Você também - ele me olhou com uma cara de vencedor - (Gabriel): Obrigado Bel (Helanor): Não sei por que você puxa tanto o saco desse mala - ambos riram - vou sair com você, Gabriel. Me promete que vai me deixar em paz depois disso? (Gabriel): Se você quiser. Sim. (Helanor): Combinadissimo, amanhã! (Gabriel): Da pra você desbloquear no WhatsApp? Daí a gente marca o horário (Helanor): Não - o cortei - (Gabriel): Nossa... passo aqui as oito então - mandou um beijo no ar - tchau - revirei os olhos pra ele e voltei a focar no amontoado de matérias que eu tinha que estudar ali na minha frente.
(Izabel): Será que você não tem um compromisso por agora? - olhei no relógio e se aproximava das 20h - (Helanor): Aí não... - olhei pro teto, implorando pra Deus pra que fosse mentira que ia mesmo sair com o Gabriel - mãe, por que você não é daquelas chatas que odeiam todos os meninos que possam querer sair comigo? - ela suspirou - (Izabel): Filha... Mas não é qualquer menino, é o Gabriel. Ele é como se fosse um filho pra mim, e vocês se gostavam tanto, queria que você pudesse se abrir pra ter isso de novo - disse com uma ar de encantamento no rosto - (Helanor): To de boa - deixei a mesa cheia de materiais escolares como estava, e me dirigi para o banheiro. Tomei um banho, e troquei qualquer roupa. Sentei no sofá, esperando que ele chegasse. (Izabel): Você vai vestida assim? (Helanor): É... - estava de camiseta, calça jeans e tênis - tá ótimo (Izabel): Passa um perfuminho pelo menos - batidas na porta evitaram que eu desse mais uma mal resposta pra ela - (Helanor): Fui - peguei um casaco, sai pela porta e ele estava com o celular apontado pra mim - que isso Gabriel? (Gabriel): Tenho que guardar uma foto desse momento pra sempre, faz uma pose - mostrei os dedos do meio de ambas as mãos e ele tirou a foto - que delicadeza - gargalhei - (Helanor): Sou muito. Onde nós vamos? Não me fala que é assistir um filme de terror pra eu te abraçar quando estiver com medo (Gabriel): Sei que isso não cola com você... Vamos no paintball (Helanor): Ah, nossa! Que legal! - respondi animada - vou adorar atirar em você (Gabriel): Eu sei - nós rimos - pensei bem em alguma coisa que você gostaria muito de fazer (Helanor): Acertou. Agora você tem um ponto comigo. Sua mãe vai dar uma carona? - olhei atrás dele e a Simone estava esperando no carro - (Gabriel): Vai, daqui uns dias tiro minha carta pra gente dar uns rolês (Helanor): Não vou mais pra lado nenhum com você - ele abriu a porta pra mim - (Gabriel): Vai sim - revirei os olhos e entrei no carro - (Simone): Oi meu amor! Estava com saudades de você, Nono... - dei um beijinho no rosto dela - porque você não vai lá em casa mais? (Helanor): Por que eu odeio o Gabriel - ela riu e arrancou o carro, Gabriel só ouvia fazendo cara de ofendido - sério, tá difícil Simone, não aguento mais ver esse menino toda hora, tranca ele em casa. Pode ser? (Simone): Sua mãe me disse mesmo, que vocês ficam brigando o tempo todo (Gabriel): Ela que briga comigo, mãe (Simone): Ela sabe o que faz (Gabriel): Nossa... Puxa saco você - mandei um beijinho pra ele - vou pegar hein (Helanor): Para! - dei um empurrão no ombro dele - tá vendo Simone? Vou atirar muito em você hoje - ela se divertia com nossas provocações um pro outro, nos deixou na porta do paintball e marcou a hora que ia nos buscar com o Gabriel - pronto pra perder? (Gabriel): Você que vai patinha (Helanor): Vamos ver!
Ficamos em times diferentes, e como já imaginava, só focamos um no outro, óbvio que eu venci. Pode ser que ele tenha me deixado vencer, mas não importa. (Helanor): Falei que eu ia acabar com você (Gabriel): Tá felizinha né, riu o tempo todo. CONSEGUI, JESUS! - ergueu os braços comemorando, então fechei a cara pra ele, forçando muito pra não cair na risada de novo - (Helanor): Até parece (Gabriel): Riu sim, Nono! (Helanor): Sai fora - ainda estava presa no colete, não conseguia me livrar dele - essa bosta não solta (Gabriel): Eu te ajudo - conhecia aquela cara do Gabriel, chegou perto e tirou o colete de mim. Ficou ali bem próximo, ergueu a mão e tocou meu rosto, tantas lembranças aquilo me trazia que não consegui reagir - você tá toda suja - deslizou o dedo pela minha bochecha, até meu cabelo e fez um carinho, deu mais um passo à frente, senti sua respiração alterada, assim como a minha, nossos lábios estavam tão próximos que eu quase sentia aquele gosto, que já foi meu. (Helanor): Sai de perto de mim, você não vai fazer isso de novo! - empurrei seu peito com força, o afastando e corri tanto quanto pude dali. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Eu e Gabriel somos uma longa história. {Eramos}. Nossas famílias eram próximas, muito pela amizade das nossas mães, que sempre mantinham os filhos juntos. De início, a amizade do Gabriel era apenas com meus irmãos, mas não demorou pra começarmos a ter interesse um no outro. Tudo começou com conversas rápidas e tímidas (da minha parte), logo queríamos dividir nosso tempo um com o outro. Nós estávamos sempre brincando, provocando, rindo, até o coração começar a falar mais alto e tudo se misturar, tudo dar errado. Pra piorar, nós começamos a mudar, e eu talvez não tenha me tornado o que o Gabriel esperava. Eu não me encaixava nos padrões. Já ele sim, em todos os sentidos, por isso se adequava mais ao grupo de pessoas bonitas e ricas mas que eram esnobes, mesquinhas, sem coração... doía ver a pessoa que eu gostava, e acima de tudo, meu melhor amigo, junto delas.
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p.s.: fui pra longe daqui
FanfictionHelanor é a perfeita personificação da rebeldia, mas dizem as más línguas que é a rebeldia mais doce que já se viu e quem quer aproveitar cada segundo disso, é um certo Gabriel...