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(Helanor): Ouvi, mas não quero falar com você (Gabriel): Por que? - colocou a mão na cintura, sua feição estava preocupada - (Helanor): Porque não! - me levantei do sofá e fui para o meu quarto, ele me seguiu a dentro - (Gabriel): Você tem que me dar uma explicação pra isso (Helanor): Não tenho que te dar nada, sai do meu quarto! (Gabriel): Para de ser tão emputecida velho, puta que o pariu... O que eu fiz? (Helanor): Nada, só não quero ver sua cara (Gabriel): O que eu fiz pra isso? Tava com a maior saudade de vc, fiquei contando as horas pra te ligar (Helanor): Que mentira! Você nem lembrou de mim o dia todo, você falou que viria aqui e nada (Gabriel): Ue, você que não queria nem me ver essa semana, agora ficou brava porque eu não te liguei? - ele estava claramente tentando conter um sorriso - (Helanor): É (Gabriel): Você é muito confusa cara, fala uma coisa, mas quer outra (Helanor): Fazer o que ne (Gabriel): Hmmm, você ficou com saudades? (Helanor): Não (Gabriel): Ficou sim - se aproximou de mim - (Helanor): Nem vem perto, to brava ainda - me sentei na cama, ele se agachou de frente pra mim - (Gabriel): Me desculpa Nono, quando você fala uma coisa eu tento fazer pra não te contrariar... Amanhã vou te ligar pra você não morrer de saudades (Helanor): Palhacinho, já falei que não senti sua falta (Gabriel): Mentira sua - soltei uma risadinha - (Helanor): É mesmo - ele ficou me olhando com "aquela carinha" - que foi? Não gosto quando você me olha assim (Gabriel): Sabe o que a gente faz depois de brigar? (Helanor): Hm? (Gabriel): As pazes (Helanor): Gabriel, não! - ele foi rápido em me fazer deitar na cama e segurar meus braços pra que não o afastasse - eu não vou te perdoar! - parei de falar ao sentir sua boca na minha, eu já nem cogitava a possibilidade de negar aquele beijo e ele sabia disso. Ele me beijava com carinho, despertando em mim todos aqueles sentimentos que estavam latentes nesse tempo em que ficamos separados, a maioria deles eram bons, mas a mágoa e o medo, ainda estavam ali. (Helanor): Não, chega! - o empurrei pelo peito e me esquivei dele. (Gabriel): O que foi Helanor? (Helanor): Não vou deixar você me magoar mais uma vez (Gabriel): Te magoar? Eu não vou magoar você. Será que eu sou tão ruim assim que você não consegue acreditar em mim? Eu te trato que nem uma princesa, te falei mil vezes que gosto de você, mas você não acredita! Acho que você não quer mesmo ficar comigo, vou parar de insistir nisso, por que EU to me magoando. Você parece que acha que é a única que tem sentimentos, mas eu também tenho, fico triste cada vez que você me trata assim. Eu te amo Nono, mas vou te deixar em paz. (Helanor): Que drama! (Gabriel): Tá vendo como você é? Vou embora (Helanor): Pode ir! Já te aviso que não vou correr atrás de você, tá bom? (Gabriel): Beleza, não faço diferença nenhuma na sua vida, já percebi isso. Tchau, Helanor - ele saiu e bateu a porta do quarto com força. Senti o choro se formando no meu peito, e quase não acreditei quando não consegui segurar minhas lágrimas. (Helanor): Não acredito que to chorando por causa dele de novo - enterrei meu rosto no travesseiro, e não dormi naquela noite, com tantos pensamentos fervilhando na minha cabeça.

Quando percebi já era quase hora de ir pra escola, tomei um banho e fui tomar café da manhã. (Izabel): Que cara é essa? (Helanor): Não dormi bem hoje (Izabel): Sei... Te espero na lanchonete depois da aula (Helanor): Uhum - comi sem falar mais nada e fui pro colégio, foi mais difícil fazer essa prova já que vira e mexe meus pensamentos iam até o Gabriel, mesmo assim consegui fazer, depois segui direto pra lanchonete.

(Helanor): Cheguei mãe (Izabel): Como foi a prova? (Helanor): Ok - olhei meu reflexo no espelho e eu estava mais horrível do que nunca, desviei meu olhar pra não ter que ficar sofrendo ainda mais. Ajudei minha mãe no que me cabia, mas meus olhos imploravam pra ir embora. Ela apareceu na cozinha, com a feição apreensiva. (Izabel): Nono, você está cansadinha... Pode ir embora (Helanor): Obrigada mãe, vou só pegar alguma coisa pra comer (Izabel): Não - impediu minha passagem - tem tanta coisa em casa, come lá... Aproveita e passa pela academia pra dar um alô pro seu pai, ele estava querendo saber de você (Helanor): Você tá estranha. O que tem na lanchonete que eu não posso ver? - ela titubeou pra responder então não hesitei em passar por ela e ir até lá. Preferia não ter visto, o Gabriel com os amiguinhos do colégio, em especial, ao lado dele estavam Luana e Karla. A feição decepcionada no meu rosto era tão nítida que senti vários olhares em mim. Engoli seco, pra não fazer nada e voltei pra cozinha com os olhos cheios de lágrimas. (Izabel): Filha, eu tentei... (Helanor): Não fala nada - sequei as lágrimas que já tomavam conta do meu rosto e passei pela academia. (Hans): Oi Nozinha, vem cá - nem olhei pra cara dele e segui meu caminho pra fora de lá. (Gabriel): Helanor! - olhei por cima do ombro e ele vinha na minha direção.

p.s.: fui pra longe daqui Onde histórias criam vida. Descubra agora