Desejada

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Já está quase na hora de ir para a boate, me arrumo vagarosa enquanto penso no que aconteceu de manhã.
Mas nem me importo muito com aquilo, na verdade acho que sinto falta de alguma coisa, não, eu sinto falta de alguém, não senti a presença dele a tarde toda, isso me fez chorar muito mais do que queria.

- Desculpe, humana. - Ele surge na minha frente. - Não sabia que tinham sentimentos tão frágeis, se acostumou com minha presença mesmo.

- Pare de ouvir o que eu penso! - Continuo colocando meu cuturno. - Seu idiota!

- Não seja grosseira, você não sabe do que sou capaz!

- Ah, vai se ferrar seu filho da puta! - Saio e tranco a porta. - E não venha atrás de mim! - Berro.

Depois de esperar alguns segundos vou para a boate, tive a certeza de que ele não viria mesmo.
Por que ele não veio? Deve ter cansado da humana idiota.
Sinto-me triste e depressiva.

- Vai trabalhar no bar hoje? - Adam ja me esperava na porta para me azucrinar.

- Mas é claro, não sou stripper, eu ja disse! - Me irrito.

- Nossa. - Todos me olham enquanto saio para meu local de serviço.

- Dia ruim? - É Jason me olhando curioso.

- Nem sabe o quanto! - Respondo e vou servindo as bebidas aos clientes.

- Tem algo programado para amanhã a tarde? - Ele me olha com um sorrisinho no rosto.

- Não posso, Jason. - Penso nos últimos acontecimentos e percebo que sair com ele é uma boa idéia. - Bom, na verdade não tenho nada marcado.

- Que tal um sorvete? - Me diz sem graça.

- Perfeito! - Sorrio levemente para ele.

- Te pego as duas então.

- Você não deve sair com esse humano! - Escuto a voz por cima do meu ombro, como se estivesse do meu lado.

- Eu faço o que EU quiser, maluco! - Todos me olham estranho.

Continuo servindo os drink's e a noite chega ao fim. Organizo minhas coisas e vou para casa.

Antes mesmo de abrir a porta eu ja sabia o que encontraria ali dentro.

- O que faz aqui?

- Vim pedir desculpas. - Ele está de cabeça baixa.

- Cale a boca seu imbecil! - Largo todas as minhas coisas e grito com ele. - Primeiro você fica me vigiando e depois some! Pare de ser besta! - Vou para perto dele.

- Vim aqui pedir desculpas, Ximena. - Ouvir ele pronunciar meu nome me proporciona uma sensação estranha.

Em um segundo de impulsividade o abraço, seu peito nú, sua pele em contato com a minha me atinge com sensações de formigamento.

- Se afaste! - Ele da um passo atrás.

- Perdão. Não queria fazer isso. - Corro para o quarto, deito na cama e enterro o rosto no travesseiro para chorar sem parar.

- Tudo bem, olhe para mim, Ximena. - Ele tira o travesseiro e puxa meu queixo para olhá-lo.

Novamente aquela sensação de formigamento.

- Desculpe. - Peço de novo.

Ele deita ao meu lado.

- Tudo bem, é só que... - Ele para de falar e me olha paralisado.

- O que foi? - Me assuto. - Fala comi... - Sou surpreendida com um beijo.
Doce e apaixonante, então ele aprofunda mais, e uma sensação de desejo, tesão e formigamento me invadem.
Estou indo á loucura, suas mãos passeando pelo meu corpo.

- Não! - Ele para e grita. - Não podemos! Eu não posso! - Me olha assustado.

- Eu... eu não sei o que dizer. - Abaixo a cabeça.

- Vou embora! - Ele se levanta.

- Espere! Não vá, eu não sei nem o seu nome. - Me surpreendi com minha própria voz chorosa.

- Meu nome não é para humanos pronunciarem. - Parecia irritado.

- Então como te chamo?

- Me chame de Rebelde. - E sumiu em meio ao pó e uma brisa gélida.

- Ai meu Deus, o que eu fiz? - Digo alto e adormeço.

Amante Do MalOnde histórias criam vida. Descubra agora