No hospital

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- Como assim? - Me assusto.

Estou na sala de espera tentando entender as informações que o médico está me falando.

- Ele vai ir para o centro cirurgico, assim que acabarmos lhe trago informações mais específicas, fique calma, Ximena, seu namorado ficará bem.

O doutor não me falou nada de útil, vou ter que esperar horas até obter notícias e saber o que realmente se passa com Jason.

Me escoro na poltrona e espero. Afinal, é o que me resta fazer. Esperar.

(...)

- Ximena, querida. Como ele está? - Adam chega.

- Ele foi para o centro cirurgico, mas o médico não me deu nenhuma outra informação.

- Ximena. - O doutor aparece assim que paro de falar. - Pode vir aqui?

- Sim. - Vou até ele.

- Vamos por aqui. - Fomos até uma sala aonde ficamos a sós. - Jason foi baleado cinco vezes, conseguimos parar os sangramentos mas uma bala atingiu sua coluna e se alojou entre uma das vértebras. Ele terá uma vida limitada a partir de agora, seu corpo não tem sensibilidade do quadril para baixo.

- Meu Deus!

- Ele precisará de cuidados e de fisioterapia, talvez o quadro dele melhore, mas, Ximena, não podemos retirar a bala alojada, se tentarmos algo poderemos piorar o caso dele. - Ele falou calmo.

- Tudo bem. - Estou tentando absorver o impacto daquelas palavras.

- Ele foi levado para a sala de recuperação, assim que acordar te chamaremos para fazer compania a ele. - Se levanta e me acompanha até a entrada.

- Adam! - Digo meia atordoada.

- Que foi? - Ele pergunta assustado. - Espere! Aquela ali não é Carla? - Sigo seu olhar até o balcão de recepção.

- O que ela faz aqui?

- Carla! - Adam chama ela.

- É... olá. - Diz meia acanhada.

- O que faz aqui? - Repito nervosa.

- Bom, meu marido foi baleado hoje quando reagiu a um assalto. - Lágrimas brotam em seus olhos. - Ele... não sei por que fez isso... - Começa a soluçar.

- Jason? - Pergunto sem me importar com o que ela está sentindo.

- Sim, como sabe?

- O que? Mas que porra! - Grito.

- Calma, Ximena. - Adam segura em meu ombro. - Explique o que se passa aqui, Carla.

- Como assim?

- Jason é seu marido mesmo? - Pergunto.

- Mas é claro! - Se irrita. - Sou sua esposa a três anos, temos uma filha de dois.

- Mas você me disse que era prostituta!

- E sou. Jason e eu somos uma história muito complicada.

- Ah, entendo. - Sei bem o que ela está dizendo.

- Mas por que essa pergunta? E aliás, o que fazem aqui também? - Nos olha curiosa.

- Bom, Jason e eu... - Começo a falar mas paro diante das minhas próprias palavras.

- Ximena é muito amiga de Jason e veio o mais rápido que pode para dar assistência. - Ele me salva do silêncio absoluto. - E ela já tem notícias e ia me contar agora mesmo.

- Bom...

- Ximena?! - O médico grita do corredor.

- Sim? - Vou até ele.

- Jason já acordou e poderá visitá-lo! - Olha para Carla sentada ao lado de Adam de cabeça baixa com os ombros caídos e provavelmente chorando.

- Na verdade gostaria que outra pessoa fosse em meu lugar.

- Somente parentes e no caso a namorada.

- A esposa dele está aqui, é melhor que ela esteja ao lado dele, não eu.

- Ow, entendo. Traga-a aqui.

Vou até a moça e a puxo para onde o doutor está.

- Venha comigo! Jason está bem! - Vai caminhando na frente.

- Graças a Deus! - Comemora baixinho.

- Você fez o certo, querida. - Adam coloca a mão sobre meu ombro.

- Ele mentiu o tempo, mas isso não explica por que ele estava pegando dinheiro de sua própria esposa, e ainda aceitar o fato de que ela é uma prostituta. Tem mais coisa nessa história que nunca iremos entender ou sequer saber, somente esses dois. - Falo enquanto voltamos para o carro de Adam.

Só quero descansar e continuar bebendo no conforto do meu quarto. Ficar horas naquele lugar me deixou muito cansada e sóbria, o que é pior.

Amante Do MalOnde histórias criam vida. Descubra agora