Capítulo 15

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... - Que bom que você ficou -eu disse, percebendo Luke com um olhar vago sobre os portas retratos em cima da minha estante.

- Anna, me diz a verdade, você por acaso...

- Sinto algo pelo Ed? Claro que não -eu disse com um certo desespero, impedindo Luke de terminar a frase.

- Você tem certeza disso? -Luke perguntou, com uma expressão meio curiosa.

- Claro que tenho, idiota. Ele é apenas meu amigo...


"Amigos que se pegam loucamente..." Droga Anna, para de pensar nisso.


- Entendi... Eu realmente cheguei a pensar que rolava algo entre vocês. E mesmo se estivesse rolando, eu não tenho mais nada a ver  com isso né? Desculpe por ser tão intrometido. -Luke falou de uma maneira bem fria, enquanto se caminhava para a saída de casa.

Eu o vi sair da minha casa sem dizem se quer, mais alguma coisa, e nem me dei ao trabalho de impedi-lo de sair. Ele deve ter ficado magoado, mesmo não tendo um motivo para isso. Foi ele quem decidiu me abandonar, eu apenas me afastei para a dor não ser maior. As vezes eu penso que sou muito nova para poder falar de dor ou de amor verdadeiro, mas aí eu lembro que para essas coisas não existe idade certa. Coisas como essa, que me aconteceram, vieram com um propósito que infelizmente, eu ainda não descobri.

Quando Luke saiu, senti minha casa vazia, eu me senti vazia. Eu estava me sentindo mal, mas não só por ele e pelo Ed, e sim por mim também. Eu mal volto para minha cidade-natal e já faço merda. Mas fazer o que né, essa sou eu.

Passou mais alguns minutos, e lá estava eu, viajando nas coisas que me aconteceram nos últimos dias, quando o celular toca. Ele disparou tão alto que chegou a me dar um susto. Caminhei rapidamente até a mesinha de centro na sala e vi que era uma chamada da Lauren. Eu não tenho ligado muito para ela, então atendi o telefone para conversar:


- Alô?

- Minha filha, cadê você? Você não dá noticias a dias, tenho muitas novidades para te contar. -Lauren estava falando rápido de mais, estava muito afobada.

- Desculpa, é que, sei lá, esses dias andam sendo meio estranhos pra mim. -Eu disse, enquanto estava escorada numa parede, observando a leve e fria neve que caía lá fora.

- Ah, é mesmo, o seus "casos" aí na sua cidade. Quero saber de tudo, e não poupe nenhum detalhe.

- Ah, acho melhor falar sobre isso pessoalmente ou por SMS, é muita coisa...

- Você que sabe né... Mas enfim, adivinha quem ganh...... -Do nada o telefone ficou mudo.

- Alô? Lauren?

- .......... -A ligação tinha caído

Merda de operadora. Tentei ligar novamente, mas caiu na caixa postal. O celular deve ter descarregado né. Coloquei o telefone na mesa e me dirigi ao meu quarto, eu precisava fazer algo. Subi as escadas, entrei no quarto, e observei algo que chamou minha atenção, então eu olhei através da minha janela e pude observar Ed no seu quarto, sem camisa, enquanto uma pessoa estava sentada  na cama dele, mas eu não consegui ver. Fiquei um certo tempo observando para ver se algo de interessante acontecia, quando de repente, Ed me olha. Seu olhar era uma mistura de malícia com ira, não sei bem direito, e então a pessoa que estava sentado na cama dele se levantou. Era a Sindy, ela estava meio acanhada perto dele, pois ela gosta dele desde a sétima série.

 Eu estava atentamente observando, e Edward sabia disso, nem se quer quis fechar a cortina, parece que ele realmente queria que eu visse aquilo. Sindy começou a corar enquanto Ed fala algo para ela (provavelmente algo obsceno) e então ele começou a se aproximar dela, e foi aí que surgiu um puta beijão entre os dois. Eles estavam se pegando de um jeito bem desesperado e até agressivo (e eu lá, que nem boba, vendo tudo). Eu, vendo aquilo, não sabia se ria, ou se ficava com raiva, ou se chorava, sei lá. Eu só não tive reação. Eu não deveria estar assim, me importando tanto com um beijo idiota (um baita de um beijão). Era normal isso está acontecendo, ela gosta dele e ele provavelmente queria pegar ela mesmo, mas no fundo eu estava bem incomodada com aquilo. 

Eu continuava olhando aquilo, meio pasma, quando eles pararam de se beijar. Sindy estava bem, BEM vermelha, afobada e descabelada, Ed estava do mesmo jeito. Vi a Sindy se sentando novamente na cama dele, e o vi se aproximando da janela. Ele me fitou por um minuto e me deu um sorriso "meio estranho". Não era um sorriso de felicidade, e sim de maldade,de vitória,por que ele sabia que no fundo, eu estava com um pouquinho de ciúme, mesmo fazendo de tudo para não transparecer isso...


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                     Continua...


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