... Ed me olhou através da janela e sorriu, e fechou a cortina com certa brutalidade. Eu não sabia como reagir ou o que fazer. Eu fiquei me perguntando qual o motivo para ele ter feito isso. Apesar de isso não parecer nada de mais, eu me senti estranha. Seria isso ciúmes?
Claro que não, por que eu teria ciumes dele?
Depois desse ocorrido meio estranho, eu decidi ligar para Lauren de novo, mas dava caixa postal. Não tinha muito o que fazer em casa, já que meus pais provavelmente estavam resolvendo negócios do trabalho e meu irmão não estava em casa. Fiquei sentada no sofá por um bom tempo, checando minhas redes sociais, e como sempre, não tinha nada de interessante. Passei o resto do dia vendo televisão, e quando chegou a noite, meus tios chegaram na minha casa, junto com Lia. Já eram 8:32pm e estávamos todos à mesa, jantando e conversando. Quando acabou a comida, meus tios foram para a cozinha junto com meus pais, e eu e Lia subimos para o meu quarto:
- Eu nem tive a oportunidade de dizer que estava morrendo de saudade...-Disse Lia, me abraçando.
- Pois é, até que senti sua falta também. -Eu disse, rindo.
- Tenho tanta coisa para te contar, tudo mudou nesses dois anos que você esteve fora...
- É, eu to sabendo disso. -Falei enquanto me esparramava na cama.
- Por que exatamente você se mudou? E não me diga que foi só por que queria morar com a tia. -Lia perguntou enquanto mexia no notebook. Eu não sabia nem o que responder.
- Hm, eu queria ir para um lugar diferente, tipo recomeçar minha vida sabe?
- Cara, você só tem 18 anos, que drama é esse?
Lia não sabia das coisas que aconteceram. Talvez eu realmente exagerei e fui dramática, ao ponto de ter que fugir desse lugar, mas eu realmente queria recomeçar...
FLASHBACK ON
21 de Setembro, 2012, 9:55pm
Depois de ter dido certas coisas para Sindy, eu fui para o meu quarto. Eu chorava muito, e eu sabia o motivo. Eu era tola, não queria terminar e apesar do Victor ser um babaca, eu acabei me apegando muito a ele. Ele foi minha válvula de escape quando terminei com Luke. Ele foi uma pessoa que me ajudou muito, mas eu sabia que isso tinha chegado ao fim.
- Ah, você está aqui. -falou entrando no meu quarto.
- Ed... -eu levanto minha cabeça e nossos olhares de encontram, e eu posso notar sua expressão de confuso.
- Não me diga que está chorando por causa dele...
- Eu sou a pessoa mais idiota do mundo. -choramingo, enquanto vejo ele se sentando ao meu lado na cama.
Ele estava me olhando, porém, eu estava de cabeça abaixada, e num movimento rápido ele me abraça, abraça forte.
- Maldita hora em que eu fui te apresentar a ele. Eu... to com tanta raiva... -permaneço calada.
- Você sabe que eu estarei SEMPRE aqui, não sabe? -me afasto de seu abraço para finalmente encará-lo.
- Você é o melhor amigo que alguém poderia ter, sabia?
Ele dá um sorriso fraco, é abaixa a cabeça, negando em seguida.
- Acho que você não me entendeu...-ele se levantou e estava indo em direção a porta.
- Como assim não entendi? Me explique então. -eu levanto em protesto, tentando entender a situação.
- Todo mundo já sabe, menos você. Ou você finge não ver ne... -ele se vira, e se aproxima de mim.
- O que eu não vejo? -digo, com medo da resposta que irei receber.
- Sério isso? -ele dá uma risada irônica. - Anna, eu gosto de você, gosto MUITO. Sou apaixonado, para ser mais direto. Desde os 6 anos, quando nos conhecemos naquele dia no parque. Você tinha machucado o joelho, e eu fui te ajudar, então você me deu um sorriso tão lindo e sincero, e desde aquele dia eu me apeguei a você.
Eu gelei. Não sabia o que falar, ou como reagir. Ele estava de cabeça baixa, e eu pude notar o quão seu rosto estava vermelho.
- Eu realmente não sei o que falar.
- Quer saber? Esquece. Finge que isso nunca aconteceu, que eu nunca disse isso. -disse, já saindo do quarto, mas eu o puxo pelo braço para dentro.
Eu não sei o que deu em mim. Foi tudo muito rápido. Em um instante, eu tranquei a porta, e o beijei. Ele correspondeu imediatamente, e era como se nossas bocas estavam desesperadas uma pela outra.
Paramos, e então nos afastamos. Fiquei encarando seus lindos olhos castanhos por um bom tempo, até que alguém bate na porta:
- Anna, você está aí?
Droga Victor, logo agora?
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Starting Point
Teen Fiction"Tudo na vida tem um começo, meio e fim, e com ela não era diferente. Não importa o que ela fazia para tentar recomeçar uma nova história, ela sempre voltaria ao ponto inicial."