Perdido no caminho

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Ao longo dos anos acreditava-se que Nárnia era um mundo plano e que havia vida apenas sobre as terras, mas essa idéia está errada, a um tempo existia um mundo escondido abaixo do país mágico, onde Pedro, Susana e Caspian estão, e foram descobertos por um terrícola, um ser um pouco pequeno.
- Quem são vocês?!? - Pergunta o terrícola aos três.
Uma criatura pequeno, a cor de sua pele era acinzentada, orelhas pontuadas, uma calda e carregava um tipo de tridente. Caspian não hesitou, e atacou a pequena criatura, com sucesso, conseguiu tomar seu tridente, assim segurou o pequeno terrícola.
- Me larguem, humanos! - Berrou a criatura. - Seus humanos imundos!
- Me dêem alguma coisa para amarrar esse sujeito. - Pediu Caspian.
- Com o quê? - Pergunta Pedro.
Eles estavam perto de uma tocha e próximo a tocha havia uma porta. Assim que Susana avistou a porta disse:
- Uma porta! - Exclamou ela.
- Onde? - Perguntaram Pedro e Caspian em uníssono.
- Perto daquela tocha! - Disse Susana apontando para a tocha que estava pendurada nas paredes da caverna.
Logo, os três entraram na porta onde havia várias armas e algumas armaduras, porém eram pequenas, mas havia arcos e flechas, o que deixou Susana mais tranquila, pois ela é ótima com flechas, também havia cordas, assim amarraram o terrícola, era algo que não se orgulhavam, mas era preciso, pois o terrícola poderia entregá-los a sua soberana, Morgana, rainha do Submundo.
- O que faremos com ele? - Pergunta Susana à Pedro e Caspian.
- Não sei... - Disse Caspian.
Eles não tinham idéia do quê fazer com a criatura cinzenta, até que...
- Poderíamos levar ele conosco! - Sugeriu Susana.
- Concordo com ela. - Disse o terrícola balançando a cabeça positivamente.
- Você não vota, criatura intrometida. - Disse Pedro.
- Pedro! Não seja tão grosso, ele pode nos ajudar! - Disse Susana.
- Ela tem razão. - Concordou Caspian. - Ele conhece esse lugar tão bem quanto nós, talvez possamos sair daqui sem que a mulher de vestes verde nos encontre.
- Então está decidido, ele vai conosco. Mas se alguma coisa der errado... - Disse Pedro num tom ameaçador apontando uma espada ao terrícola.
Susana pegou um arco e flechas, Caspian e Pedro pegaram uma espada e escudos.
- Esperem! - Disse Pedro ao abrir a porta, ele olhou à sua volta. - Não há ninguém por aqui, vamos!
- Acho que o nosso caminho deve ser guiado pela pequena criatura. - Disse Caspian.
- Tem razão. - Disse Pedro chamando o terrícola para vir tomar frente. - Nos leve para um caminho que nos tire daqui.
- Claro, eminência. - Disse a criatura encarando Pedro.
O Pevensie mais velho não confiava naquele terrícola, mas ele não tinha muitas opções. A criatura cinzenta guia eles com uma tocha e os leva à uma outra caverna bem grande, enorme, gigante. Apesar da caverna ser maior, ela era mais escura, havia coisas muito estranhas no mundo de baixo, umas plantas esquisitas que pareciam ter pernas até que começou a correr atrás do terrícola, pois o terrícola era menor que a planta, provavelmente uma caça que a planta estranha faz para se alimentar de qualquer ser que seja menor que ela, assim a criatura cinzenta sumiu correndo da planta.
- Ei! - Gritou Caspian.
- Tolinho. - Disse Pedro rindo. - Ele jogou a tocha no chão, se ele fosse mais inteligente iria se defender com a tocha daquela planta.
- Não vejo graça nisso, ele poderia ser útil para sairmos daqui. - Disse Susana.
- Talvez, mas não confiava nele. - Disse Pedro.
- Pessoal. - Sussurrou Caspian. - Acho temos companhia.
- Quem está aí?  - Bradaram os três.
- Sou o guardião do Submundo e comigo estão armados mais de cem terrícolas que estão esperando as minhas ordens para atacar. - Respondeu. - Me digam logo quem são vocês e o que trouxeram vocês até o Reino Profundo?
- Sou Rainha Susana, do antigo Reino de Nárnia. - Se apresentou ela. - Estes são meu irmão, Pedro, o Magnífico, antigo rei de Nárnia, e este Caspian X, o atual Rei de Nárnia. Viemos para cá sem querer, nos perdemos no caminho e acabamos vindo parar aqui.
- Hum... Parece que estamos diante de presenças importantes, perdoem meu comportamento, majestades. - Se desculpou o guardião fazendo uma referência. - Terrícolas! Descansar.
As muitas criaturas cinzentas largaram as suas armas e descansaram no chão como se estivessem esperando que o guardião voltasse para chamá-los de volta. O guardião levara os reis à um caminho longo e bem estreito, onde acharam outra caverna onde nela havia seres mortos ou desacordados, eram milhares.
- Estão mortos? - Pergunta Pedro.
- Não, estão apenas em um sono profundo. - Disse o guardião.
O ambiente era triste, mas suave, como uma melodia. Havia diversas criaturas, muitas delas eram aladas como os dragões e morcegos, alguns dragões até se pareciam com morcegos, e também havia grifos e outros seres. Mas aquele clima dentro da caverna exalava sonolência, uma magia estranha dominava aquele lugar.
- Essas criaturas são daqui? - Perguntou Caspian curioso.
- Não, eles acabam caindo aqui, se perderam e ficaram na escuridão. Poucos retornaram às terras ensolaradas do Mundo de Cima, porém aqueles que adormeceram ainda acordarão no final dos tempos, pelo menos é o que se acredita. - Disse o guardião. Eles viram algo grande, na verdade alguém grande, era muito maior que os gigantes que haviam visto,  tão grande que os gigantes do Norte parecem um rato diante de sua presença, seu peito afarva um pouco sobre a barba branca que chegava até sua cintura, seu rosto era bonito, seus traços nobres. Viram ele pois surgiu uma luz que iluminou o rosto do homem gigante.
- Quem é ele? - Pergunta Pedro.
- Este é o Pai Tempo, ele já foi rei do Mundo de Cima. Ele está aqui no Submundo à muitas eras, sonhando com as maravilhas do antigo tempo em que as terras de cima foram. Dizem que acordará na última hora do nosso mundo. - Disse o guardião.
- Quem são esses que dizem isso? - Indaga Pedro.
- As criaturas que seguem um leão nas terras ensolaradas, pobres almas, eles idolatram esse leão como se fosse um deus. - Disse o guardião como se tivesse nojo de algo.
- À quem você serve? - Pergunta Susana.
- Sigo a minha senhora, Morgana, rainha do Submundo. Aliás, estou levando vocês até ela.- Disse o guardião.
Os três chegaram até uma área mais clara, uma luz verde iluminava o ambiente e notaram que o guardião era um pouco maior, sua pele que parecia ser cinzenta na verdade era azul, estavam aflitos , pois poderiam se tornar reféns daquela feiticeira. Caspian ficou pensativo e tomou uma decisão. Ele agarrou o guardião e disse:
- Corram! Fujam daqui! - Gritou Caspian segurando o ser azulado.
- Me largue!!! - Berrou a criatura.
De repente um clarão surgiu. Era uma luz que apareceu de uma rachadura, que se quebrou como mágica, abrindo uma passagem para fora daquele abismo.
- Rápido, venha conosco! - Gritou Pedro à Caspian.
- Vão sem mim, vocês precisam de tempo para escaparem!!! - Respondeu Caspian.
- Não se atreva. - Disse Susana em lágrimas.
- Me desculpem. - Disse Caspian.
O guardião se soltou e com um movimento rápido ele fez algo que fez Caspian desmaiar.
- Não devia ter feito isso. - Disse o guardião.
Pedro e Susana entraram pela passagem que logo se desfez depois que passaram por ela. Tudo aconteceu muito rápido, não dava tempo para pensarem direito no que ocorreu. Susana chorava, Pedro estava chocado com a situação.
- Ele se sacrificou. - Disse Pedro abraçando.
- Por que tudo isso está acontecendo? - Perguntou Susana chorando.
- Não sei. - Disse Pedro. - Não sei. - Repetiu ele.
- Foi um ato muito nobre. - Disse Susana.
- Susana! - Disse Pedro virando o rosto da irmã, eles estavam perto do Castelo do Rei, próximo ao porto, onde estava um navio, ele tinha uma cabeça de dragão na ponta.
Era uma tarde fria, os céus estavam claros,mas como as nuvens estão carregadas que parecia que iam desabar a qualquer instante, relampeando bastante. Com toda essa confusão não notaram que estavam com vestes narnianas, como as que costumavam usar quando estavam nas terras de Nárnia.
- Como chegamos aqui? - Perguntou Pedro a si mesmo.
- Eu acho que acabamos entrando em mais um portal, mas eu senti uma energia diferente atravessando ele. - Disse Susana. - Como se Aslam estivesse conosco.
- Eu senti isso também, apesar da morte de Caspian não devemos perder a esperança, ela é quem nos fortalece.
- Há um tempo eu havia perdido algo que pensei que nunca mais teria, mas eu aprendi sem isso eu não teria razão para seguir em frente... - Disse Susana.
- E o que é? - Pergunta Pedro.
- Fé. - Disse Susana.
Pedro abraçou sua irmã, consolando ela. As nuvens clarearam e ficaram brancas, revelando um céu limpo e azul. Assim a esperança renasce nos corações de nossos reis.
- Devemos ser fortes agora. - Disse Pedro.
Susana reparou que havia uma criatura voando nos céus próximo ao navio.
- Pedro. O que é aquilo? - Pergunta Susana à seu irmão.
- Parece um grifo. - Respondeu o irmão.
- Sim, mas parece que há pessoas sobre as costas dele.
- Quem são eles? - Pergunta Pedro.

Hey, me perdoem pelo atraso, é que estou no período de muitos trabalhos de aula, mas consegui tirar um tempinho para escrever esse capítulo que estava devendo à vocês, e mais uma vez obrigado por continuar acompanhando a estória, e quero aproveitar para agradecer à todos que comentam, seus comentários me deixam muito feliz , se pudesse abraçaria todos vocês!!!

Um abraço e um queijo ;D

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