Aflição

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Os irmãos Pevensie continuam sua jornada seguindo o mesmo trajeto. Ainda abalados pelo sequestro do irmão Edmundo, mas seguindo em frente. Lúcia estava olhando para o rio enquanto o navio navegava entre algumas árvores. Susana se aproximou da irmã.
- Desse jeito seja lá onde for chegaremos rápido. - Disse Susana da velocidade em que a correnteza os levara.
Notando algo de errado com Lúcia, Susana fala.
- Que foi Lú?  Nunca te vi assim desanimada.
- Estou preocupada com Edmundo. Essa situação me lembra do perigo que corremos na nossa primeira vinda à Nárnia. - Disse Lúcia.
- Uma vez, uma garota me disse que devemos ter fé em momentos de aflição. - Disse Susana.
Lúcia sorriu e abraçou a irmã mais velha. Pedro dirigia o navio, o vento soprava as velas com intensidade. Ouviu-se um som de trombetas, e alguns gritos, as irmãs se assustaram até reconhecerem o lugar, estavam chegando na praia de Cair Paravel, é avistaram uma grande quantidade de faunos, dríades, animais e seres narnianos.
- Terra à vista. - Disse Pedro feliz ao ver que finalmente chegaram.
- Não estamos sozinhos. - Disse Susana esperançosa.
- Graças à Aslam! - Disse Lúcia.
Pedro ancorou o navio perto da praia, pois se aproximasse demais o navio iria ficar preso na areia.
- Como iremos descer? - Perguntou Susana.
Lúcia e Pedro se olharam e sorriram.
- Não! Não me diga que... - Reclamou Susana sendo empurrada pelos irmãos do navio, que logo após pularam de novo.
- A água está fria, Susana? - Pergunta o irmão debochando da irmã.
- Não tem graça, Pedro. - Disse Susana.
- Vejam! Os narnianos estão nos esperando na praia. - Disse Lúcia.
Os irmãos nadaram até chegarem no solo da praia, eles perceberam que aquele lugar estava caloroso, como se o frio que Jadis causara não tivesse afetado aquele lugar.
- Sejam bem-vindos majestades! - Disse uma coruja, grande coruja que estava entre os narnianos, saudando seus reis se abaixando e abrindo suas asas. Em seguida, todos os narnianos os reverenciou.
Depois das saudações, os reis foram até as ruínas do castelo, mesmo estando em ruínas aquele lugar carregava uma energia boa, estavam esperançosos quando viram seus reis.
- Desculpe a pergunta, mas aonde está seu irmão Edmundo? - Perguntou-lhe uma ninfa à Pedro, todos olharam esperando uma resposta sobre o paradeiro do herdeiro dos Bosques do Ocidente.
- Nosso irmão foi capturado. - Disse Pedro. - Ele se sacrificou por nós, para que conseguíssemos chegar até vocês, porque ele acredita numa Nárnia liberta dos males causados não só por uma feiticeira.
Um berrante foi anunciando a chegada de companhia, os irmãos só não sabiam de quem. Mas sentiam algo, assim como haviam sentido na primeira vez que foram à Nárnia, era majestoso, trazendo força e esperança, o Grande Leão, Aslam. Todos se ajoelharam reverenciando sua presença enquanto passava, até chegar nos Pevensie.
- Grande Aslam. - Disse Pedro.
- Rei Pedro, Rainha Susana e Rainha Lúcia. - Disse Aslam, a jornada de vocês parecia ter terminado, mas vocês cresceram, com os anos que se passaram vocês foram tentados pelos males de seu mundo.
- Que isso significa? - Pergunta Lúcia.
- Significa que vocês devam ser purificados, caso contrário acabarão sendo seduzidos pelo mal que as feiticeiras farão. - Disse Aslam.
- Mas Aslam, eu imaginei que íamos nos preparar para a guerra. - Disse Pedro. - Eles sequestraram nosso irmão!
- Pedro, não pode deixar ser induzido pela raiva! Você não pode proteger seus irmãos sempre, seu irmão teve uma atitude brava, ele se sacrificou por vocês, tudo para vocês chegarem aqui, Edmundo ficará bem, todos aqueles que se arriscam por um bem maior, sendo inocentes serão protegidos. - Disse Aslam. - Tenha fé.
- Edmundo foi bravo, corajoso. - Disse Pedro. - Ele é meu irmão. Tenho de fazer alguma coisa.
- Seu irmão lutou bravamente, não pode se arriscar assim. - Disse Aslam calmo e sereno.
Mais tarde, Susana andava pelos bosques e viu seu irmão Pedro com raiva, descontando toda sua raiva numa grande pedra. "Pelo menos não é numa árvore" pensou Susana ao ver a cena. Pedro parou quando viu a irmã.
- O que foi? - Pergunta Pedro.
- Parece preocupado. - Disse Susana.
- Nada. É que eu estou tão perdido, eu queria tanto voltar e de repente não sei o que fazer... - Desabafa Pedro.
- Sei bem como se sente. - Disse Susana.
- Sabe? - Pergunta Pedro.
- Claro, estamos crescendo, passamos por tantas coisas que nos esquecemos como ser criança, quando éramos mais novos fazíamos pelo o que acreditávamos, tudo parecia ser bem mais simples. - Disse Susana. - Precisamos acreditar!
Susana incentivou seu irmão naquele momento de aflição, fez juz seu título, a gentil, e ajudou seu irmão. Pedro por sua vez, estava se sentindo melhor, estava encorajado, como se tivesse a coragem de dez leões, estava determinado. Ele nunca quisera guerra, mas se for preciso para trazer paz à Nárnia e salvar seu irmão ele fará de tudo. Com isso, reuniu todos e começaram a planejar.
- Narnianos! Nossa terra foi atacada e tomada por bruxas, uma delas já conhecemos, contudo, não sabemos sobre a Feiticeira Verde, não a conhecemos, mas sabemos uma coisa, ela é perigosa. - Disse Pedro.
- Sabemos tão pouco sobre ela. - Disse Pedro. - Temos que fazer alguma coisa!
- E o que faremos? - Pergunta Susana.
- Vamos reunir mais narnianos. - Disse Pedro. - Iremos trazer a esperança de volta, fazer com que esse medo acabe, que não fiquem oprimidos.
Com sua valentia, Pedro reuniu grupos e foram em busca dos narnianos, assim conseguiram ir até os bosques, faunos, ursos e muitos outros  chamados para retomar o que lhes pertence.
- Onde está Aslam? Aonde ele foi? - Muitos Perguntaram sobre o paradeiro do Leão.
- Calma, temos que continuar com o plano. - Disse Lúcia.
- Plano? - Questionaram alguns narnianos.
- Sim. - Disse Pedro. - Temos um plano, mas antes de qualquer coisa devemos nos preparar.
Susana ensinava alguns como manusear arco e flecha, modo de  segurá-lo, postura, mira. Pedro, Lúcia e outros narnianos mais experientes em luta estavam ensinando a usar uma espada em combate. Lúcia foi se refrescar não muito longe dali, a garota se banhou no rio que ali havia, muito cansada resolveu tomar banho ainda vestida, apenas retirou as suas botas e seu colete que usava. Depois de seu banho, resolveu voltar para as ruínas de Cair Paravel, onde havia sido construído um abrigo, antes de chegar lá criaturas de gelo apareceram, eram pequenos, mas uma estranha energia os fez aumentar seu tamanho.
- O que vocês querem? - Pergunta Lúcia aflita segurando a espada que estava em sua bainha.
- Não se assuste, não iremos machucá-la, precisamos apenas levar você à nossa rainha.
- Rainha? A quem vocês estão se referindo?
- Ei! - Gritou Pedro se aproximando da irmã. - Não ousem em dar mais um passo!
- Você deve ser o Rei Pedro. - Disse uma das criaturas de gelo. - Nossa rainha nos falou de você.
- Então vocês têm algo a temer. - Disse Pedro com sua espada em suas mãos.
- Não tirando o que você mais preza. - Retrucou a criatura pegando Lúcia pelo braço e desaparecendo numa nuvem escura.
- Lúcia! - Gritou Pedro.
Os narnianos chegaram ao ouvir o grito de Pedro. Todos o olharam sem entender o que aconteceu. Susana se aproximou do irmão e perguntou o que havia acontecido.
- Eles a levaram. - Respondeu Pedro. Primeiro Edmundo, agora Lúcia.
- Quem a levou? - Perguntou Susana preocupada.
- Os servos de Jadis, uns seres de gelo a levaram e sumiram no ar. - Disse Pedro.
Susana percebendo que os narnianos estavam vendo seu irmão imponente naquele momento, resolveu tomar frente no instante.
- Vemos agora do que são capazes. Levaram nossa irmã, estão tentando nos atingir, pode parecer que estamos sozinhos, apesar de Aslam ter sumido, creio que ele voltará com ajuda, agora vamos continuar o nosso preparo, não gostamos de guerra, mas ela será precisa para haver paz novamente, iremos lutar porque temos esperança. . - Disse Susana tentando encorajar os outros que até conseguiu convencer sei irmão.
- Vocês ouviram nossa rainha, vamos lutar. - Disse Pedro. - Uma grande luta nos aguarda, devemos estar prontos.
Os narnianos foram treinar, porque eles acreditam na sua fé, porque eles têm esperança, que os incentiva a conquistar sua liberdade.
- Você está bem? - Pergunta Susana ao irmão.
- Sim, temos que ficar juntos. Só assim conseguiremos salvar nossos irmãos e derrotar as feiticeiras. - Disse Pedro.

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