Agatha Signori, uma habilidosa caçadora de sombras, jamais imaginou que conheceria o Inferno de tão perto. De volta ao mundo mortal, ela encontra-se dividida entre a necessidade de salvar seus amigos ou seguir o desejo de seu coração.
Porém, ela irá...
A escuridão tomou o reino e eu estava pronta para encontrar Peter e pegar cada um dos meus presentes de volta.
Caminhei distraída pelas ruas da cidade, absorvendo todos os detalhes que nunca havia tido a oportunidade de observar nos dias imersa nos corredores do palácio.
Paralelepípedos avermelhados se encaixavam em um perfeito quebra-cabeças definindo os caminhos a serem percorridos e ligando praças em ruas retas e sem fim. A calçada feita de cimento liso quase sempre vinha acompanhada de jardins pequenos ou grandes, verdes ou floridos.
A região que Dulce morava certamente era a mais rica do reino, com diversas mansões e casas com andares numerosos, jardins imensos e piscinas esportivas. Já as ruas centrais da cidade contavam com casinhas de tijolinhos aconchegantes e com tetos em formato triangular.
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O castelo me permitia uma caminhada de quinze minutos, saindo da casa de Dulce, passando pelas ruas centrais e indo em direção a floresta, fora da cidade. A paisagem mudava conforme eu caminhava.
Por mais que o escritório de Lúcifer ficasse próximo a centro do reino, as entradas do palácio se escondiam em uma subida quase imperceptível, formada por pedras acinzentadas que guiavam o caminho em meio a uma grama escura.
A escuridão fazia parecer que estava muito longe de qualquer rastro de vida.
Caminhei observando o caminho em "S" até que senti alguém se movimentando atrás de mim. Virei-me de costa e olhei para o descampado, que estava vazio.
Um ano novamente ao lado dos caçadores havia aguçado meus instintos e se havia algo que eu raramente errava era quando estava sendo seguida.
Voltei a caminhar sentindo todos os meus músculos tensos pela adrenalina. Dois passos depois novamente alguém se aproximou.
Estava mais próximo, mas ainda se movia camuflado nas sombras. Preferi não me virar, mas com o canto do olho pude ver uma movimentação de tecido preto em meu lado esquerdo.
Acelerei o passo e o som que ritimava atrás de mim não era o eco do vazio, alguém me perseguia. Olhei novamente para trás, mas não havia ninguém. Será que eu estava ficando louca.
Virei-me para frente e dei de cara com alguém.
Não tive muito tempo para deduções, mas em uma rápida olhada consegui concluir que estava sendo perseguida por um homem. Seus ombros eram largos demais para serem femininos.
Ele usava uma máscara aterrorizante que me impedia de ver qualquer faceta de seu rosto, apenas suas mãos brancas estava de fora.
Em um movimento o homem investiu contra mim, mas eu me joguei no chão e rolei para o lado. Com um pulo fiquei de pé e comecei a correr.
- Merda! – gritei.
Os saltos me atrapalhavam ganhar velocidade no chão de pedras que mesmo liso, era irregular para meus sapatos inapropriados para uma fuga. Enquanto corria joguei os dois sapatos no meio da grama.
