Imortal - O Retorno

Capítulo 14 - Planos

Minha mão trêmula desdobrou o papel amarelo;

Sabe Agatha,

Existe uma frase conhecida de onde eu venho que diz: Você pode enganar algumas pessoas o tempo todo ou todas as pessoas durante algum tempo, mas você não pode enganar todas as pessoas o tempo todo.

Quando você foi embora das Sombras eu se juntou novamente aos Caçadores cheguei a pensar que sua sanidade havia sido recuperada, mas me enganei. Agora vejo que se apaixonou por nosso maior inimigo.

Seria um grande triunfo entregá-la aos Caçadores, porém isso destruiria meu disfarce e ainda preciso dele para o que está por vir. Porém, nada me impede de expor a cruel verdade aos olhos de Lúcifer.

Você não merece minha compaixão, mas acabei me afeiçoando a criança indefesa e completamente manipulável que se mostrou. Suas instruções são simples, Lúcifer precisa iniciar essa Guerra.

Ele já está prestes a tomar essa decisão, mas vejo que o próprio diabo também tem seus sentimentos e com certeza ouvirá um pedido de sua protegida. Enquanto isso, existe a suspeita de um Caçador de Elite preso neste reino, você deve encontrá-lo.

Sei que você caiu neste Inferno por acidente e que Lúcifer conseguiu manipular seus próprios irmãos, quanto mais a mente fraca de uma garota que nunca teve nada e nem ninguém, mas não conte com minha bondade por muito tempo.

Além disso, parece que você tem mais inimigos do que uma garota da sua idade deveria ter.

Manterei contato e me atentarei a todos os seus movimentos.

Isso era demais para mim.

Ainda estava fraca, assustada e profundamente abatida, por todos os lados haviam mentiras, pedidos e manipulações. Eu não conseguia mais.

Escorreguei pela parede do quarto e coloquei a cabeça entre os joelhos, meu corpo tinha espasmos de tremores e eu só conseguia repetir "eu não suporto mais".

Meus pensamentos ficaram desconexos.

Só conseguia ouvir minha voz quase sem nenhum som dizendo a mais pura verdade, eu não podia mais suportar.

Senti dois braços me segurando e levantando do chão:

- Agatha, o que foi?

- Eu não suporto mais. – repeti.

Peter me levou até a cama e colocou a mão em minha testa:

- Você está quente, vou chamar a enfermeira.

- Não! – soltei um guincho estranho. – Não tem relação com o veneno.

- Então me diga o que está acontecendo.

Observei o rosto do Guarda e ele parecia profundamente preocupado, nem um pouco calmo como há minutos atrás, antes de eu perder toda a minha dignidade:

- Agatha, isso já foi longe demais, precisamos falar com O Anjo.

- Peter, ele vai me matar. – respirei profundamente. – De verdade.

- Pelo que parece, alguém alguma hora vai ter matar. – ele respondeu, mau-humorado.

- Talvez Dulce possa nos ajudar.

- E como vamos conversar sobre isso com você em repouso, cercada por guardas, uma enfermeira linha dura e...

- E Lúcifer.

Peter tinha razão, eu precisava sair do castelo, era impossível despistar todo mundo que estava por perto, mas para sair do castelo eu também precisava de um plano: