Capítulo 15 - Recuperação

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Eu costumava adorar as conversas longas com Lúcifer, mas a cada minuto que passava só me deixava mais aflita. O Anjo estava sendo pressionado por todo o reino a dar início a Guerra contra os Caçadores e acreditava que esse era o melhor caminho.

Já estava há mais de duas horas argumentando quando ele bateu a mão na mesa:

- Agatha, é a melhor saída para a sua segurança!

- Colocar todo o seu reino em risco por mim é uma falta de responsabilidade infinita, será que você não pode ao menos uma vez na eternidade não se deixar tomar por seus sentimentos?

Lúcifer me encarou e pude perceber seu rosto corar levemente. Baixei o tom de voz e continuei:

- Essa guerra colocará a sua existência em risco, eu consigo me virar muito bem, mas duvido que conseguiremos conter os efeitos do que vem a seguir.

- Entendo seu ponto, mas você precisa entender que uma rebelião está se formando.

- Então seja Lúcifer e coloque um fim nessas forças Rebeldes. – Dulce entrou pela porta carregando uma bandeja.

- Há quanto está ouvindo nossa conversa? – O Anjo olhou assustado para a irmã.

- Acabei de chegar, vim trazer uma sopa mágica que eu mesma preparei.

- Desde quando você cozinha? – ele sorriu, zombeteiro.

- Desde quando tentaram envenenar Agatha. – Dulce me lançou um olhar significativo.

- Ela tem razão. – voltei minha atenção para O Anjo. – Existe um grupo Rebelde atentando contra mim e manipulando seu reino, aceitar seus caprichos vão passar a exata mensagem que eles querem.

- E qual seria essa mensagem?

- Que basta eles nos pressionarem e nós nos rendemos.

- Agatha tem razão. – Dulce pousou a bandeja na mesa de meu quarto. – Precisamos identificar esses Rebeldes e tomar as providências necessárias.

O Anjo baixou os olhos e observou com atenção suas próprias mãos. Ficamos em silêncio por alguns instantes:

- Vocês tem razão, preciso retomar o controle. – Lúcifer me encarou. – Você sabe que vai ser perseguida e corre risco de vida?

- Não será nenhuma novidade em minha vida.

- O que está pensando em fazer? – Dulce parecia séria.

- Tudo o que for necessário, quanto mais tempo demorar a resolver esse pequeno problema, mais risco Agatha e o reino correm. – ele suspirou. – Talvez seja a hora de voltar a ser um pouco tirano.

- Não sacrifique boas almas por aquelas que não merecem. – respondi.

- Ninguém vem para As Sombras por ser essencialmente bom, as almas aqui são facilmente corruptíveis e essa rebelião está se espalhando como uma doença, se não freá-la provavelmente teremos uma Guerra e um enterro.

Queria argumentar, mas estava cansada e não conseguia pensar em nada realmente relevante para dizer.

Meu estado físico estava mais aparente do que imaginava, porque imediatamente O Anjo disse que me deixaria descansar e saiu pela porta se olhar para trás:

- Sopa? – Dulce levantou a bandeja.

- Acho que é uma boa pedida, não vejo a hora de poder sair desse quarto.

- Acredito que em dias você terá alta, foram muitos dias hospitalizada, ainda está fraca.

- Eu sei, parece que estou com sono todo o tempo.

Imortal - O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora