Cada dia mais difícil

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Limpamos toda a bagunça.
Diana desceu as escadas correndo.

-Viu? Eu disse que deveríamos limpar rápido.-Disse Brooklyn.

-Que?!

Rimos.

Diana nos sentou no sofá.
-Tenho um assunto seríssimo pra falar pra vocês.

-Pode falar.

-Clarissa não é Clarissa, é na verdade uma anja exilada.

-Anja o que?

-Anja exilada. E ela quer te matar, Melanie, matar a todos.  Eles vão atacar juntos, você tem que se proteger!

Brooklyn se ajoelhou pra ficar da altura dela.
-Diana, isso não é real... Você está confundindo as coisas reais com as que não são.

-Não é mentira!

-Eu sei que não é mentira, eu acredito em você, mas você tem que se controlar.

-Eu não estou confundindo nada! Quando eles chegarem vocês vão ver! Mel, você acredita em mim, não? Você sabe, você é uma anja conselheira, está aqui pra nos ajudar.

Meu pai chegou.
-Pai, Diana es...-Brooklyn ia dizer.

-Eu já ouvi tudo.- Pegou um remédio da caixa. -Toma, Diana.

-Não! -Gritou.

-Diana...

-Não vou tomar!

Ele pegou Diana no colo, e a mesma ficou se balançando e batendo suas pequenas mãozinhas no peito de meu pai.
Ficou se esguelando "Não, não!"

-Melanie! Você acredita em mim?? Mel...-A voz dela foi sumindo conforme ela também ia.

Comecei a chorar.
Diana está sendo considerada louca, sofrendo por culpa minha.
Tá, se aquele demônio não tivesse entrado na mente dela ainda sofreria, mas seria mais controlável...
A culpa disso tudo é minha, ao invés de ajudar estou piorando a situação.

Olhei para Brooklyn que estava com  ponto de exclamação no rosto.
-Ver ela assim me magoa.

-Sim. O mundo dela é diferente do nosso. Anjos exilados e conselheiros...

-Ela disse que as... As...-Lembrei que "as vozes" são na verdade  um anjo exilado a atormentando por culpa minha.

Fui correndo pro meu quarto ,  deitei em minha cama, e fechei  os olhos com força.
-Dorme, dorme, dorme!

Um clarão veio em meus olhos, e acho que estou dormindo.

Uma silhueta feminina apareceu.
-Você pode me dizer como ajudá-la? Pelo amor de Deus!

-Tem um jeito. Você tem que lutar com o anjo exilado, e vencer. Mas terá que esperar até o dia da batalha. Se você matar o anjo que a atormenta, ou seja, o anjo exilado rei, todos os outros cairão também.

-Mas e até lá?

-Não podemos fazer nada, não tem como você se encontrar com ele, muito menos como derrotá-lo enquanto trabalha.

-Quem é você?

-Seu anjo conselheiro.

-Deixe-me te ver.

-É desnecessário.

-Por que você não quer aparecer?

-Depois eu explico. Você tem que acordar agora.

-Mas, espera aí...

Acordei.
Tá cada dia mais difícil ajudar essa família...
Um dia de cada vez, Mel.

(...)
-O trabalho é pra ser entregue dia 27, apenas lembrando.

No intervalo, liguei para Halsey, para ver um dia que Bruno poda ir na minha casa, já que ela faz tanta questão de não poder.

-Hoje? Ok...

-Isso, querida. Beijos.

-Tchau.

Fui até Bruno.
-Então, Bruno, hoje você pode ir na minha casa. Quer ir?

-Aham. Eu vou um pouco depois, vou pegar as coisas lá em casa.

-Tá. -Sorri.

Eu estava indo pro banheiro, e trombei com Jason, derrubando todo o seu lanche em minha roupa.

-Ai, desculpa! -Todos os olhares estavam direcionados a nós. Ninguém nunca viu uma menina trombar com um garoto, e derrubar todo o seu lanche em sua própria roupa?

-Eu que peço! Sujei toda sua roupa!

-Na verdade fui eu mesma que sujei...-Dei uma risada enquanto passava o guardanapo em minha blusa.- É. Acho que não vai sair tão cedo.

-Desculpa, desculpa, desculpa... O que posso fazer?

-Não tem problema, depois é só eu lavar em casa.

Brooklyn chegou.
-Nossa, isso não vai sair...

-Me dá que eu lavo.- Ele estendeu as mãos, esperando a blusa.

-Ahm...- Acho que ele não percebeu que eu estou só com essa, e com nenhuma mais por baixo.

-Nossa, que idiotice! -Bateu a mão na testa.- Não acredito que eu disse isso...

Brooklyn caia na gargalhada.
-Que burro!-Disse rindo.-Ae, mas não faz mais isso não... Somos parceiros, só que...

-É, eu sei, foi muito estranho o que eu falei.

-Aham!-Rimos juntos.- Brooklyn, hoje Bruno vai lá em casa fazer o trabalho. Conhece ele?

-Bruno? Aham.

-Ótimo, assim podem conversar também.

-Vocês que escolheram as duplas?-Perguntou Jason.

-Aham.-Respondi.

Ele abaixou a cabeça.
-Hum...

Brooklyn colocou a mão no ombro dele.
-Decepções amorosas.

Fiquei corada.
-Hey, Brooklyn, você mesmo disse que não queria me ver corada de vergonha por causa dessas piadas.-O repreendi.

-Ah,mas eu posso...-Riu.

Jason levantou a cabeça, e disse com voz tediosa:
-Divietam-se.

-Desde quando fazer trabalho é diversão? -Perguntei.

-Ah, é que estar com você é divertido.

-Menos, Jason, muito menos.-Disse Broo.

Jason riu.
-Foi mal.

O sinal tocou, e fomos cada um para nossas salas.


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