No final da aula, fomos pra casa. Bruno vai pegar as coisas na casa dele, e logo irá para a minha.
Se ele sabe onde é? Todos sabem onde é a casa dos Sullivans.Dessa vez pegamos Diana. Ótimo, assim fico mais tranqüila, assim sei que ela não está em um psiquiatra fazendo exames para tentar descobrir o porquê das alucinações do anjo exilado.
Chegando em casa, coloquei uma roupa mais confortável.
Bruno avisou por mensagem que já está chegando.Fiquei em meu quarto, ouvindo música.
Alguém abriu a porta, olhei para ela e não vi ninguém. Me assustei, mas logo olhei pra baixo e vi Diana com os pés exageradamente levantados. Agora, eu acho que quem faz balé aqui é ela.-Oi, Diana. Precisa de algo?
Ela se deitou ao meu lado.
-Você é uma anja.
-Hum... Será?
Já que eu não posso dizer "Você está doente e está imaginando coisas", o que seria 50% mentira, eu resolvi " jogar o jogo dela".
-Sim, você é... Eu sei. Mas, cadê suas asas?
-Nem todos os anjos tem asas, às vezes, eles tem apenas o dom de te fazer sorrir.- Sorri pra ela, e ela fez o mesmo pra mim.- Viu?
-É, pode ser. Você acha que eu estou ficando louca?
-Louca é uma palavra meio forte, não acha? Pois, se você ver, o Chapeleiro Maluco é louco, mas um dos personagens mais amados da história, vários cientistas famosos, pessoas importantes já foram consideradas loucas. Eu não digo louca, você não é louca, você é diferente.
-Ser diferente é ruim, não é?
-E quem disse isso?
-Todos acham o diferente ruim.
-É porque eles são todos iguais.
Diana me abraçou, e a porta se abriu.
-Oi.-Bruno fez uma cara de envergonhado.-Desculpe, seu irmão falou que ia estar aqui.-Pode entrar.-Disse.
Ele entrou, Diana deu um beijo em minha bochecha e saiu.
Ele fechou a porta, e se aproximou.
-Essa é a Diana, certo?-Aham.
-Ela tem esquizofrenia, não é?
-Como você sabe?
-Todos já podem saber... "Filha mais nova de Sullivan é diagnosticada com esquizofrenia", é o que dizem as revistas, sites, jornais...
-Mas que merda... -Resmunguei.- Desculpe o palavriado.
-Isso não foi nada, já ouvi muito pior.-Riu fracamente.- Vamos começar?
-Aham.
Recortamos, pesquisamos, colamos, escrevemos, e finalmente : terminamos.
-Tomara que tiremos um 10!-Disse.
-Com um trabalho desses, não tem como não tirar.
Sorrimos.
-Quer um suco,alguma coisa?-Pode ser.
Descemos as escadas.
Diana estava brincando com as bonecas e com vocês sabem quem...
Brooklyn estava jogando videogame, Halsey deve estar passeando em algum local, e meu pai estava jogando juntamente com meu irmão.
-Terminaram o trabalho?-Sim, pai. Ficou bom.-Disse.
-Parabéns, então. Bruno, fica à vontade.
Comemos algumas bolachas e tomamos suco de laranja.
Meu pai olhou o relógio.
-Tenho que buscar Halsey, agora.Brooklyn desanimou.
-Ah.... Onde ela foi?-Finalmente consegui fazer ela passar em algum terapeuta.
-Finalmente.-Disse Brooklyn.-Mas, quem vai jogar?
-Jogue, Bruno.-Disse.
-Chega mais, Bruno.-Brooklyn deu espaço.
-Tá.
Ele pegou o controle.
-Ah, também quero!-Conectei mais um.-Não deixe sua irmã de fora.-Disse meu pai.
-Ah, mas ela nem sabe jogar, pai!- Reclamou Brooklyn.
-Coloque no mais fácil, oras.
- Tá... Vem, Diana.
Colocamos um controle à mais.
Jogo com 4 controles? Sim, tem.Diana, ao invés de matar as pessoas do outro time matou a nós. Brooklyn perdeu a paciência com ela, deu vários tiros e matou todos nós também, chegou a ficar vermelho de tanta fúria por perder todos seus pertences.
Muitas emoções nesse jogo.Umas 2 horas depois de jogar, Bruno voltou pra casa.
-Até amanhã, Bruno.-Disse.-Até.
Enquanto eu tomava banho, tive mais um daqueles meus encontros com a anjo misteriosa.
-Perai, eu estou dormindo no banho? Eu vou morrer!
-Não, calma, você continua em pé, acordada.
-Ah, tá. Então... O que estou fazendo aqui?
-Acho que está meio que na hora de te contar... Mas eu tô com medo que eu seja punida por isso, que atrapalhe você, ou...
-Fala. Pode falar...
-Bem, vou ter que iniciar do início.
-Claro...-Ri ironicamente.
-Todos os anjos tem família, como você sabe. -Sim, todos os anjos tem família assim como os humanos, não muda muita coisa entre eles e nós, só os sentimentos e outros fatores sobrenaturais como este agora.- E... Você não tem.- É, outra coisa sobre mim: Eu nasci, não me lembro o que aconteceu, que eu estava nos braços do anjo chefe conselheiro. Foi algo com o sistema, me disseram. Assim que você nasce você vai pro mesmo sistema que toda a sua família, mas comigo foi diferente, o sistema estava cheio, e eu não posso conversar com anjos de outros, não é uma regra, mas cada um fica no seu local de trabalho. O meu é longe do que eles estão ( que não sei qual é ), e somos muito ocupados, não podemos ficar saindo o tempo todo para tentar procurar sua família.- Na verdade, você tem, mas não conhece. O motivo já deve saber, não é?
-Aham.
-E se por acaso, você encontrasse um membro da sua família, no caso sua irmã, que teve o mesmo problema no sistema que o seu. E por coincidência ela vira sua anjo conselheira. Mas ela não pode falar que é sua irmã, pois não podem ter relações familiares entre os anjos durante o trabalho, não sei o porquê... Como agiria?
-Ah, sei lá. Acho que ficaria meio chocada no começo, mas feliz por encontrar minha irmã.
-Você não ficaria brava?
-Não, afinal a culpa não foi dela.
Um brilho roxo tomou conta do espaço, e uma aparência começou a se formar.
-Meu nome é Georgie... Irmã.-Sorriu.
Meus olhos se encheram de lágrimas. É possível realmente chorar em um sonho? Não é um sonho.
Isso é real, e depois de 16 anos, eu encontrei alguém da minha família. Alguém que ficou esse tempo todo como eu, questionando sobre a sua.-V... Você é minha irmã?
-Aham.-Ele correu até mim e me deu um abraço. Senti seu corpo sumindo, olhei pra ela, e a mesma estava se desfazendo em pequenas partículas.
-Georgie!!
-Eu volto!-Gritou tentando fazer o som de sua voz sair mais alto que o do vento.
Agora estou sozinha novamente.
Sozinha numa sala branca.
