Chapter 1 - Find Wanheda

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POV NARRADOR

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POV NARRADOR

Clarke finalmente havia repousado seu corpo cansado e maltratado após encostar-se a uma árvore. Ela olhou o couro da adaga que carregava repleto de riscos que ela fazia, cada vez que um novo dia começava. Contou cada traço sussurrando para si mesma, mesmo sabendo que já haviam passado quarenta e cinco dias desde Mount Weather. Era uma espécie de exercício mental que desviava sua mente dos pensamentos horríveis, dos corpos queimados, do cheiro de morte que exalava em suas narinas.

Cada dia para Clarke era uma enorme provação. Ela tentava distrair-se enquanto lutava para sobreviver. Às vezes passava o dia inteiro tentando caçar algo que pudesse comer na noite fria. Suas mãos estavam ásperas, com calos, e suas unhas estavam negras, impregnadas de terra. Muitas vezes suas mãos sangravam durante seu esforço diário para fazer fogo. Os cabelos grossos e emaranhados estavam tingidos de vermelho. A pele ressecada do sol e os lábios rachados. Suas roupas estavam largas - pois perdera muito peso - e eram sustentadas por um fio de cipó amarrado em sua cintura. A água que cabia em sua pequena garrafa nunca era suficiente para apaziguar sua sede. Quando chovia, desesperadamente ela colocava a língua embaixo das folhas grandes, tentando sugar ao máximo as gotas que acumulavam em seu leito. O alívio era instantâneo. A garganta seca ardia grande parte do tempo e só parava de doer enquanto a água misturada com grãos de terra descia pelas paredes de sua laringe.

Clarke não podia ser reconhecida facilmente. Estava muito diferente daquela menina que empurrou a alavanca e matou centenas na montanha. Aquela Clarke talvez nunca mais voltasse a existir. Sua alma estava atormentada demais para ter fé ou esperança e seu corpo maltratado demais para lembrar ao menos a aparência daquela menina.

Ela contava e recontava os traços no couro da adaga, respirando ofegante. Já fazia três dias que estava fugindo, com a sensação de que era perseguida. Sempre havia barulhos na floresta, próximos a ela. Galhos que se partiam e folhas que pareciam ser empurradas por alguém ou algo. Uma respiração que parecia misturada aos sons da natureza. Talvez ela estivesse apenas ficando louca, ou talvez realmente estivesse sendo seguida. Mas por quem ou pelo quê?

Como resultado, Clarke dormia menos ainda. Além dos pesadelos, ficava sempre alerta e qualquer barulho a despertava. Procurava tampar seu corpo com galhos repletos de folhas que arrancava nas arvores, na tentativa de camuflar seu corpo emagrecido, mas inúmeras vezes quando despertava seu corpo estava gelado e tremendo. O vento frio que estava cada vez mais cortante, apagava a fogueira que ela fazia e levava os galhos para longe. O inverno parecia estar cada vez mais próximo.

Todos os dias, Clarke andava quilômetros procurando uma caverna em que pudesse se esconder, mas ainda não havia encontrado nenhuma. Ela não sobreviveria ao inverno na floresta senão encontrasse um lugar para ficar. Em momentos de desespero, fome, frio e dor, considerava voltar para seu povo. Mas quando pensava naqueles que foram mortos, em Jasper que havia perdido Maya, sua vontade sumia por completo. Ela não podia mais voltar. Não saberia como olhar para eles. A decisão fora dela e era justo que carregasse esse fardo. Ela o faria por eles.

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