Capítulo 14 - Na sala do Diretor

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Na sala do Diretor

- Por favor, sentem-se. – o Diretor falou dirigindo-se a Zogham e Julianna.

- Sentar on...? – mas antes que Julianna terminasse a frase, ela percebeu duas cadeiras atrás deles. – Estas cadeiras não estavam aqui, estavam?

Zogham ia responder, mas o Diretor não lhe deu tempo.

- Não, Julianna, eu acabei de materializá-las.

Julianna olhou cética e desconfiada para o Diretor. Contornou uma das cadeiras, passando as mãos em seu encosto e assento e parou atrás dela.

- Bem, se o senhor me permite, eu gostaria de fazer um comentário e uma pergunta. – ela disse timidamente.

Zogham ia interrompê-la, mas o Diretor não permitiu, fazendo um gesto com a mão para que ela continuasse.

- Mas é claro, pode falar.

- Primeiro, o senhor sabe o meu nome, mas eu ainda não sei o seu e, segundo, em que momento eu vou começar a entender como as coisas funcionam aqui?

Zogham sentou-se na outra cadeira sem dizer nada. Sabia que o Diretor não se incomodaria com a petulância de Julianna, mas imaginou se isso não ressaltaria a inviabilidade de deixá-la permanecer na Colônia Provisória, devido ao seu total despreparo.

- Minha querida, seu comentário é muitíssimo pertinente, e mostra como o excesso de afazeres está me tornando mal educado. Meu nome é Ras Yerodin e, como já deve saber, sou o responsável por esta colônia. – o Diretor falou com um singelo sorriso.

- A propósito, senhor Diretor, muito obrigada por me aceitar, pois sei que eu não deveria estar aqui. Mas será que é possível ter resposta para a minha segunda pergunta? – Julianna sentou-se devagar, como se tivesse receio de que a cadeira fosse desaparecer a qualquer momento.

- Isso só dependerá de você. – o Diretor disse carinhosamente.

- De mim? – ela protestou – Mas como? Eu pergunto e ninguém me responde! – ela olhou diretamente para Zogham.

- Sim, eu imagino. No entanto, não é simples assim. Isto aqui é uma colônia de estudos. Temos vários treinamentos, mas todos em nível avançado e você é Nível 2. – ele fez uma pausa e completou – Sabe o que isso significa?

- Não tenho certeza... – Julianna vacilou.

- Pois eu vou tentar lhe explicar de uma forma bem geral. – Ras se levantou e caminhou um pouco pela sala, como se estivesse escolhendo as palavras que iria usar. Em seguida, começou sua explanação – Há muito, muito tempo, os Espíritos Primários que criaram o Portal de Anaya desenvolveram um controle único para tudo que existe em nosso Universo, ao qual também deram forma. Categorizaram e classificaram toda a ordem e também a desordem que existe a nossa volta, desde a matéria mais densa desenvolvida por eles mesmos, até a energia mais sutil, em qualquer onda, vibração ou frequência existente ou que se tenha conhecimento. A partir daí, foram estabelecidos cinco níveis para os seres aos quais chamamos inteligentes, ou seja, as espécies que são capazes de elaborar um pensamento, constituir um raciocínio e agir logicamente. – o Diretor fez uma pausa e olhou para Julianna.

- Eu nem consigo imaginar o tamanho desse arquivo. – ela comentou admirada.

- Sim, é um grande arquivo, mas ele não cresce, apenas se atualiza, pois nosso Universo é uma caixa e nada entra ou sai dele, porém, tudo nele se renova o tempo todo.

- Uma caixa??? Mas eu pensei que o Universo fosse infinito! Se ele é uma caixa, o que existe do lado de fora? – Julianna estava pasma.

- Bem, no momento, eu só posso lhe afirmar que ele é finito e que conhecemos todas as suas fronteiras. Tudo bem? Podemos continuar? – ele perguntou.

O Portal de Anaya - Livro 1 - A OrigemOnde histórias criam vida. Descubra agora