Capítulo 22 - A evolução de Valente

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A evolução de Valente

- Nem acredito que o Valente vai se tornar um chenevolu!

Akólouthos andava de um lado para o outro na sala de espera do Centro de Progressão Evolutiva da Colônia Provisória, onde o cãozinho havia sido internado.

- Melhor você se sentar. Está me deixando zonza! – Mila repreendeu o amigo.

- Você já conheceu o Orientador dele? – o rapaz perguntou enquanto se acomodava no assento ao lado da amiga.

- Ainda não, mas acho que iremos conhecê-lo hoje. – ela respondeu sem tirar os olhos da revista que estava folheando.

- Eu só não esperava que o Valente fosse para Wicnion! – Akólouthos falou bastante preocupado.

Durante uma hora os dois amigos aguardaram na sala de espera. Mila tentava a qualquer custo acalmar Akólouthos, mas o rapaz não se aquietava. Repetiu várias vezes a história de quando encontrou o cachorrinho dentro de uma caixa na porta da Letras e Acessórios Astrais e de como estava machucado. Lembrava-se dos momentos alegres ao lado de Valente e de como estava feliz em participar da evolução dele. O Centro de Progressão Evolutiva da colônia possuía um laboratório genético mas, antes, Valente passaria por vários testes de inteligência para garantir sua total adaptação a um corpo mais desenvolvido e com maior potencial de aprendizagem.

Um homem de pele brilhante veio até à sala chamá-los.

- Por gentileza, Sr. Acolyte?

- Sim, sou eu! – Akólouthos respondeu prontamente, já se levantando.

- Poderia vir comigo? – o homem disse num sorriso. – Vamos ver o Valente agora.

No mesmo instante, Akólouthos puxou Mila pelo braço, que nem protestou porque sabia que não adiantaria de nada reclamar, e saiu atrás do neoniano que os chamara. Eles caminharam por um longo corredor e, pelas poucas portas entreabertas, eles puderam ver vários animais pré-conscientes rodeados por grupos vestidos de branco. Não foi diferente quando entraram na sala onde Valente se encontrava.

O cãozinho estava deitado em uma cama hospitalar rodeado por quatro indivíduos trajando roupas brancas. Mila reconheceu, pelo uniforme, que eram dois geneticistas e dois auxiliares. Ao se aproximarem, Akólouthos percebeu que Valente estava acordado pois, assim que o viu, o cachorrinho começou a latir compulsivamente. O rapaz pediu licença e se aproximou do amigo, acariciando-lhe a cabeça.

- Oi, Valente! Eu entendo que você discorde disso agora mas, não se preocupe, dará tudo certo! – Akólouthos estava com o coração partido, mas sabia que era o melhor a fazer.

- Ele está muito agitado, mas passou em todos os testes de inteligência. – disse um dos homens de branco. – Vamos aplicar-lhe algo para que relaxe um pouco, tudo bem?

- Haveria a possibilidade de eu ficar a sós com ele por uns instantes? – Akólouthos pediu emocionando-se. – Prometo que não irei demorar.

- Ok. – o homem concordou. – Estaremos no corredor, nos chame quando terminar.

Os quatro homens de vestimenta branca e Mila afastaram-se de Akólouthos e Valente indo em direção à porta.

- Mila, você não! – o rapaz pediu com a voz trêmula. – Fica com a gente.

A amiga concordou com a cabeça e voltou, posicionando-se do outro lado da cama. Quando só estavam os três na sala, Akólouthos abraçou Valente com bastante força e o cãozinho começou a gemer.

- Não tenha medo Valente, não tenha! Olha, eu vou confessar uma coisa para você. – Akólouthos levou a boca até o ouvido de Valente e disse bem baixinho. – Eu irei em missão a Wicnion e nascerei lá também! Prometo que farei de tudo para te encontrar!

O Portal de Anaya - Livro 1 - A OrigemOnde histórias criam vida. Descubra agora