Capítulo 18

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Pessoas, eu fui publicar pelo celular o que tinha escrito pelo computador e deu erro (e eu não percebi achando que tinha publicado), ou seja, por isso a demora, pois só agora vi que não tinha sido postado. Me perdoem e boa leitura!

POV CAMILA
   O projeto da casa estava praticamente finalizado. A lista de materiais programada. No primeiro momento, eu achei que eu dava conta da parte da engenharia, mas realmente era uma barra. Agora eu digo, amém que aquela Shay veio viu? Mostrei mais ou menos os rascunhos finais que eu, Ariana e Normani havíamos feito para Ally, Amaral e Joana. Afinal, os dois moram a tanto tempo na casa, e eu acho que a opinião deles contaria muito. O feedback de todos eles foi positivo, por mais que Joana tivesse ciúme da lareira antiga. A única parte que Lauren pediu para que não mexêssemos era a Biblioteca e a escada principal. Não sei por quais motivos, mas ela é quem paga e quem manda, então... A escada iria ficar linda de granito branco.
O dia anterior foi engraçado. Teve aquela cena na mesa... Não acredito que a Normani contou tudo para a Ariana. Era para eu ter ficado uma fera, mas... Bem, o que nós não fazemos pelas amigas não é? Acho que não tem problema também. Mais cedo ou mais tarde elas iam descobrir tudo. Só quero ver quando meus pais ficarem sabendo que eu sou bi. Minha mãe vai surtar.

- E então Camila, já está arrumando as malas? – Ariana me perguntou chegando na porta do meu quarto.
- Como assim?
- Hello! Nós já terminamos por aqui! Eu to com saudade do meu pai, do nosso apartamento... E além disso o Chad deve estar morrendo de saudade de mim.
- Ah para. Ele nem deve se lembrar mais de você.
- Tá louca? Eu amo ele. Todos os dias bajulando-o não vão se perder naquela memória.
- Eles não tem memória.
- Claro que tem louca! Todos tem...

Eu não podia contar para a Ariana. Mas cinco dias atrás recebi um SMS da dona Sonya. Com quem deixamos Chad, o Hamster da Ariana. Ela disse que acordou e achou o bichinho de cabeça para baixo, caído, duro... morto. Choquei quando eu abri a mensagem, mas decidi dar um tempo para a Ariana, senão ela não ia focar nem no serviço. Ela ama aquele Hamster, e não quero transformar isso num Amava.

Ariana Grande é muito sentimental. Lembro-me muito bem de quando eu a conheci. Eu ainda não conhecia Normani. Eu estava sozinha na universidade, socialmente falando. Não conhecia ninguém, não tinha amigos. Do Ensino Médio, apenas uma amizade tinha continuado, mas... Demetria teve que se mudar para o Alaska, por motivos aparentemente desconhecidos. Ou seja, eu sobrei. Então teve esse dia que eu estava andando pelo campus, até que num banco eu vi Ariana chorando. Bem, eu já a conhecia de vista. Não tinha ninguém mais estilosa, linda, extravagante que Ariana. Uma vez foi com um salto que era maior que minha mão para uma aula do segundo período. Resumindo, ela chamava atenção.
- Posso te ajudar? – Eu perguntei para ela.
- Quem é você? – Ela tirou as mãos do rosto e me encarou.
- Meu nome é Camila. – Fiquei com medo, pelo tom que ela me indagou.
... Ela não respondeu nada.
- Bem, posso te ajudar em alguma coisa? Vi que estava chorando.
Ela tirou a bolsa com brilho dela do joelho e eu vi uma machucado horrível. Parecia aqueles que eu ralava o joelho andando de bicicleta no meio da rua.
- O que aconteceu?
- Eu cai. – Ela abaixou a cabeça. – O salto prendeu na grama. Eu devia ter seguido a placa de não andar na grama.
- Deixa eu te ajudar então. Ariana né? Você se veste muito bem.
- Obrigada.

Eu sempre fui muito sistemática e prevenida. Eu tinha um mini kit de primeiro socorros na minha bolsa. Bem, na verdade não era primeiros socorros, mas umas coisinhas que eu usava. Peguei um antisséptico que eu tinha e passei em cima do machucado.
- Aiii! – Ela gritou.
- Foi mal. – Fiz cara feia. – É cheirinho de bebê. – Tentei amenizar a situação.
Depois passei um lencinho de papel para secar, e coloquei dois curativinhos, daqueles que você sempre tem (ou devia ter) na bolsa quando a sapatilha machuca os pés.
- Prontinho. – Falei.
- Ufa... Está até doendo menos agora. – Ela falou. – Você é muito legal... Camile.
- É Camila rs.
- Ah sim, desculpa. Que tal a gente tomar um café depois da aula? Você faz o que?
- Eu? Arquitetura!
- Sério!? Eu também. Nunca te vi por lá. – Eu era tão invisível assim? -
- Eu sou meio tímida, por isso. Mas eu já te vi por lá.

Bem, depois desse dia, eu e Ariana nos tornamos grandes amigas e bem, o dia que nós duas conhecemos Normani foi o dia mais inusitado da minha vida, e vergonhoso por sinal.

Eu e Ariana decidimos ir numa passeata em prol do orgulho LGBT que ia ter em Boston. O irmão da Ariana é gay assumido, o Frankie, divertidíssimo. Ele ia estar lá, e disse que ia ser bem legal. Então iriamos ir... Só que Ariana me convenceu a passar em um restaurante italiano primeiro.

Ariana ama comida italiana, pela família dela, sei lá.

- Legal o restaurante. – Falei.
- É cantina Camila.
- Foi mal.
- Então, vamos pedir? O que você vai querer? – Ela me perguntou.
- Não tenho ideia, eu como o que você comer.
- Tem certeza? Meu gosto pode ser um pouco peculiar.
- Claro.

Ariana pediu um nome italiano lá... Quando chegou era uma massa gorda com um molho meio verde e vermelho ao mesmo tempo sei lá. E estava bem oleosa.

- Parece bom. – Falei.
- E é. – Respondeu Ariana.

Logo depois de comermos tudo, fomos a pé para a avenida principal onde iria acontecer a parada LGBT. Estava tudo colorido, bandeiras arco-íris espalhadas, cabelos coloridos por todos os lados. Homens (e mulheres) sem camisa dançando em multidão, e alguns segurando cartazes contra a homofobia e etc. Estávamos lutando para conseguir passar na multidão a procura do irmão da Ari. Recebi dezenas de cantadas lá... Recusei todas. Talvez hoje eu não recusaria.

De repente, eu senti uma vibração. Um tremor. Uma sensação horrorosa de estomago embrulhando. Até bem, soltei uns gases.

- Ariana, acho que eu não estou bem.
- Como assim Camila? O que foi?
- Tô me sentindo meio mal, sei lá...
- Vai ver a comida foi muito pesada para você.
- É...
- Vou comprar uma água para você, já volto.

Aquilo foi um erro. A água só ajudou eu passar mais mal ainda... Bem, o pior acontece agora.
- Ariana. Eu preciso ir no banheiro.
- Aqui?!
- É! Eu to passando mal jesus!

Corremos até a área dos banheiros químicos. Só tinham dois vazios e percebi que o que eu entrei não estava trancando.

- Ariana!
- Oi?
- Fica ai na porta e não deixa ninguém tentar entrar ta?
- OK!

Bem, não vou contar os detalhes que aconteceram nesses treze minutos que eu fiquei no banheiro. Eu olhei para onde estava (ou deveria estar) o papel higiênico e... tinha papel. Ufa. Peguei o rolo e enrolei um pouco nas minhas mãos e quando eu estava fazendo isso a porta se abriu e eu vi uma mulher alta, negra que gritou ao me ver.
- Nossa! Me desculpa! Socorro que vergonha.
- o... – Eu não sabia o que responder, minha cara branca ficou que nem um morango.
- Eu vou ficar aqui bloqueando a porta até você sair.
- O...o...obrigada. – Falei quase chorando de vergonha, ainda mais depois que descobri que ela fazia arquitetura no período noturno no mesmo lugar que eu.

Bem, depois disso, sai do banheiro e conversei com Normani. Infelizmente expliquei a situação e demos boas risadas (ri para não chorar). Bem, dei bronca na Ariana que correu atrás de uma POC vestido de panda.

Nós três ficamos inseparáveis, e aqui estamos hoje.

- Então, eu usei os códigos que vieram nas nossas passagens para reservar a nossa volta. Daqui a dois dias.
- O quê já?
- Você ainda não vão. – Lauren aparece de surpresa na porta.
- Mas eu já reservei Lauren.
- Pode mudar a data. Eu adorei a companhia de vocês aqui.
- "Vocês..." – Ariana ironizou rindo e Lauren também riu. – Eu que não vou pagar a multa para reprogramar a data.
- Eu pago Honey.
- Tá né...

Lauren estava com uma saia preta apertada até as canelas e uma blusa soltinha. Ela andou devagar e beijou meus lábios de surpresa. Senti todo o calor de seu corpo na minha boca.
- Vejo você hoje a noite de novo.
- Como assim?
- No meu quarto estupida. – Ela riu.

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The Beach House {camren}Onde histórias criam vida. Descubra agora