Capítulo 35

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  Sabe quando dizem, quem come por último come melhor? Essa muito provavelmente, foi minha última vez fazendo sexo com Lauren. Eu amo a Lauren, mas não consigo mais fazer isso sem me sentir suja, incriminada, depois que a Dinah me passou sobre o que ela é capaz. As mesmas mãos que me tocam, as mãos que desenham as curvas do meu corpo com os dedos, podem ser as mesmas que derramam o sangue de inocentes. Não, eu não posso me sujeitar mais a isso.
- Dinah! - Fui até onde ela estava. - Aproveitei que Lauren e Ally haviam saído de helicóptero para fazer sei lá o que e os empregados estavam em seus aposentos.
- Camila. Nós não deveríamos nos falar.
- Não deveríamos nos falar o caralho. Eu quero saber de uma coisa. Por que não ha polícia nisso? Não há jornalistas? Quero saber!
- Lauren me pede para ajeitar tudo. Ela acha que eu dou um jeito para tudo passar despercebido. Mas tudo faz parte da investigação Camila.
- Então ela confessa crimes pra você?
- Não! Ela me diz que não quer exposição. Já tem coisas de mais para resolver.
- Só isso?
- Camila Para! Você é apenas mais uma vítima. Mais um peão nesse xadrez da Lauren. Você tem ideia de como é para mim? Uma das mais novas agentes do FBI, que passei com honras em todos os testes, ser designada para essa missão? Não é legal ter que fingir o tempo todo, estar em risco de vida o tempo todo. Mas é a minha missão, e eu não vou falhar.
- Então eu fui a última a saber?
- Sim, e eu sinto muito por isso. Mas não se culpe por nada.
- Como não me culpar querida? Ah, pelo amor de deus.
- Camila, você sabia que a Lauren tem câmeras nos quartos de vocês?
- O quê!? - Fiquei furiosa.
- Lauren mal se lembra dessas câmeras. Ela não é a melhor pessoa do mundo com tecnologias. Eu cortei o áudio de todas. Assim ela pelo menos não escuta você tagarelando.
- Ela matou Normani?
Dinah se assustou com a pergunta direta e rasgada. Eu tinha que saber.
- Olha C, eu não posso te dar 100% de certeza. Mas se não foi ela, foi a cúmplice.
- A cúmplice?
- Ally. É claro.
- Vacas... - Tive uma síndrome de raiva momentânea. - O que é aquela casinha trancada no quintal?
- Eu venho tentando descobrir. Mas o acesso é impossível para mim. Até porque eu não posso ser vista, consequentemente a Lauren me interrogaria.
- Eu vou descobrir.
- Você nem considere essa possibilidade. Você tem duas opções, ou fica aqui, de boca fechada e me obedece, ou faz suas malas e vai embora daqui. O FBI paga tudo.
- Você não manda em mim Dinah Jane.

   Saí revirando os olhos da sala. Eu estava disposta a achar qualquer tipo de pista que possa incriminar Lauren de qualquer jeito. A primeira coisa que veio na minha cabeça foi:
"Se Lauren é uma assasina, então, muito provavelmente, ela deve ter algum tipo de arma." Foi aí que eu comecei a simplesmente revirar aquela casa.
    Eu achei diversas coisas que poderiam servir como arma. Mas nenhuma arma, concreta.
- Ela tem quer ter uma arma. - Pensei.

             Me lembrei que eu já havia encontrado coisas escondidas na escrivaninha de Lauren. Talvez se eu procurasse de novo no quarto dela...
Entrei e comecei a procurar, tentando não bagunçar nada. Andava pra lá e para cá. Acabei me escorando na janela, e comecei a chorar. Meu coração batia tão forte. Eu estava incriminando, ou melhor, querendo incriminar alguém, que talvez não tivesse culpa nenhuma, para tentar tirar um peso da minha consciência. Eu vou carregar esse peso para o resto da minha vida mortal.

(Não esqueça de comentar alguma coisa depois ok!? É muito bom saber o que os leitores estão achando! Beijos)

  O vento batia nos meus olhos de forma que as lágrimas se tornavam geladas no contato com a minha pele. Meus poros abriram pois senti um arrepio. As cortinas de seda balançavam de forma dançante, como se estivessem em forma de balé. O céu, que estava claro e limpo, teve o sol encoberto por uma nuvem escura de chuva. Pude ouvir um trovão. O que me fez fechar a janela por impulso. Quando fechei a janela escutei um pequeno barulho.
As abri e fechei novamente. Era um barulho estranho. Fiz novamente e notei que o barulho havia cessado. Fiquei conturbada com aquilo. Olhei para baixo e percebi que o barulho era na verdade um rangido da madeira do chão que ecoava com a batida da janela imensa, que dava acesso a varanda.
O piso do quarto dela era luxuoso e lindo. Quem faz arquitetura sabe reconhecer um bom piso de madeira rústica corrida. E eu também sei reconhecer quando algo não está bem colocado e oco. Abri rapidamente a tábua solta e havia uma caixinha ali. Pela minha nenhuma surpresa, ali estava, uma arma pequena, um revólver.
- Merda. - acabei olhando para cima para pensar no que eu havia acabado de fazer. Daí que meu coração entrou em ritmo olímpico. Avistei exatamente uma câmera, que estava apontada para mim, com um pequeno led vermelho acesso.
- Fudeu. - Olhei para um lado para o outro.
Sentei no computador da Lauren, que a senha era meu nome, extremamente previsível. Procurei pelo ícone das câmeras até que li no canto "Lauren's iPhone Online". Ela estava me vendo, pelo celular.
Peguei um pedaço de papel na gaveta e escrevi. Mostrei o papel para a câmera com os dizeres:
"Pra mim, você está morta. Exatamente igual a Normani, que você matou."
E logo em seguida dei um tiro certeiro na câmera.
Obviamente eu não acertei. Resmunguei e joguei a arma no chão. Fui ate o computador e desative as câmeras, o que eu devia ter feito antes.
- Camila! O que houve, eu ouvi barulhos de t.... O que você... - Era Dinah que veio correndo. - Eu ouvia passos. Provavelmente eram de algum dos empregados.
- Eu vou expor ela Dinah! Se for preciso eu vou expor ela na internet! Eu vou acabar com ela. Ou talvez seja mais fácil acabar comigo de uma vez só. - peguei a arma e apontei para minha cabeça.
- Camila não faça isso, pelo amor de Deus. - Dinah se aproximava.
- Você não pode me impedir. Minha vida já esta toda ferrada. E mesmo que eu saia daqui viva, eu nunca mais vou ser normal.
- Camila para por favor!
- Dinah não chega perto.
- Eu não quero que você morra Camila. Nós estamos quase lá sério.
- Quase lá aonde? Eu não tenho mais ninguém para me importar.
- E quanto a mim? - De repente, na porta, aparece alguém. Eu não acredito. Ela da um golpe na cabeça de Dinah que a faz ficar desacordada.
- Caralho! Ariana!?
- Camila. Nós temos que fugir agora. Pelo amor de deus. Nem que seja nadando.
- Você está viva!
- Camila foco. Onde está a Normani? Nós temos que ir. Eu não guardei uma gilete na periquita por uma semana pra conseguir fugir e você ficar me atrasando miga!
- A Normani!? - Abri a boca e comecei a chorar.
- O que aconteceu Camila?
- Ela...
- Ah não... - Ela começou a chorar.
- Eu não consegui evitar. - Falei chorando.
- Não é sua culpa Camila. Eu vi com quem nós estamos lidando, a verdadeira quem.
- É ela não é?
- Sim.


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