Capítulo 21

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POV ARIANA   

   Eu simplesmente odeio os meus dias de mulher, é como se tudo no meu corpo, fosse incapaz de fazer as coisas direito, porque só o que ele faz é programar uma dor que parece o fim do mundo. Sem exageros, tudo fica sensível demais , e eu não aguento.
  Passei a noite acordada por causa da dor, e por sorte , eu tinha um excelente livro na minha conta da Amazon. Eles me disponibilizam novos livros toda semana. Eu dormi pouco, mas o suficiente pra tanta dor.    
  De manhã as meninas já estavam prontas para irem a praia, mas eu não iria dessa vez, porque eu não estava com cabeça , e a dor estava demais.
Eu desci para avisar que eu não iria mais, e Camila estava a minha espera.

- Camila, eu não posso ir mais. Eu tinha esquecido desse detalhe...

- O que aconteceu?

- Você sabe! E a cólica veio com tudo...

   Ela tentou dizer que ficaria por ali comigo, mas eu disse que não seria necessário, eu não queria estragar o dia dela. Então dessa forma ela se convenceu e todos foram para praia , e eu fiquei.
  Tomei um banho , o banho, ele ajuda muito, fiquei no banho por muito tempo. Assim que saí, fiz uma compressa , e me deitei colocando a toalha por cima do meu abdômen. Eu já tinha tomado remédio pra cólica, e bastava tentar dormir um pouco.
  Quando acordei duas horas depois, as dores tinham dado uma trégua , o que fez com que eu agradecesse a Deus por isso. A casa dos meus pais não era tão diferente dessa, então eu sabia muito bem a onde encontrar as coisas por aqui. E eu precisava comer alguma coisa, porque eu estava morrendo de fome, desci as escadas e fui até a cozinha preparar um lanche. E meu Deus era um silêncio sem igual , aquela mansão estava com um clima que eu não tinha percebido até então, de modo que fiquei curiosa.
   Comi rápido o que preparei , e fui olhar alguns pontos estratégicos , com mais detalhe, eu era fascinada com essas coisas, esse era um dos motivos de eu escolher a arquitetura. Eu poderia desenhar pontos estratégicos em casas como essa, como a de meus pais. E em um momento perdi a concentração por ouvir um barulho , que começou a ficar repetitivo , mas estava muito abafado, deve ser uma goteira por aí, e se é uma goteira eu preciso achar, porque serão litros de água desperdiçados. Só que quando comecei a procurar parou. Então voltei para minha aventura na mansão , era divertido. Ouvi de novo um barulho e tive certeza que não era uma goteira , e estava vindo dos fundos.
  Não sei porquê mas meu coração começou a acelerar bastante , resolvi ir verificar. Fui indo devagar, porque seja o que for, é melhor ficar prevenida, vai que é um animal, não quero assustá - lo. Animais quando se sentem ameaçados atacam.
   Porém  quando cheguei mais perto do barulho , vi uma silhueta de um homem, logo percebi que era o Jardineiro. Não deixei que ele me visse, não achei que seria bom. Ele estava empurrando um barril que parecia ser de ácidos. Porque diabos, um Jardineiro usaria ácidos ?

   Ele deixou de empurrar um pouco , e saiu das minhas vistas, então aproveitei para chegar mais perto e conferir se era mesmo ácido, e eu me assustei!
   Era sim ácido, mas não era um ácido comum, era Ácido Sulfúrico. Comecei a tremer ao imaginar o que esse homem faria com isso. Porque de acordo com os muitos artigos que já li, esse ácido era usado para inúmeras coisas, mas também por mafiosos italianos, para dissolver os corpos de suas vítimas após o torturamento das mesmas.

   Coloquei a mão na boca me impedindo de dar um grito, o homem estava voltando. Voltei para a onde eu estava quando o vi , eu correria para o quarto, mas eu queria ver para onde ele estava levando aquilo. Ele apareceu com um carrinho de descarga, e colocou o barril em cima (muito mais inteligente isso). Quando ele saiu, fui atrás dele, sem deixar que ele percebesse minha presença.
   Ele entrou em um cômodo no jardim, era seu quarto "Meu Deus, como que vou entrar ali, sem que ele me veja?" pensei comigo mesma. Olhei pela janela, e ele parecia ter esquecido algo, e estava voltando, então corri o máximo que pude, e me escondi antes que ele me visse.
   Depois que o vi voltar para o mesmo lugar de antes , aproveitei para entrar no cômodo onde ele deixou o barril, e lá dentro me escondi , até que ele retornasse. Ele era muito silencioso , quase não percebi quando ele entrou de novo no cômodo. Ele trancou a porta atrás de si , e foi levando o barril , mais pro interior do cômodo. Sorte minha ali ser cheio de coisas , dava para me esconder em praticamente todos os cantos. Mas eu precisava ser ainda mais silenciosa do que ele.
   Ele soltou o barril mais uma vez, e foi até um armário muito bem arranjado , passou as mãos em uma estante acima de sua cabeça , que fez com que todo o armário começasse a se mover para o lado. Meus olhos não acreditavam no que via ali. Ao terminar seu movimento, ele revelou um elevador. Seja quem for que desenhou essa casa, ele foi um gênio, porque em hipótese alguma eu imaginária algo como isso.
   Ele ativou o elevador com uma senha, que por sorte guardei na cabeça "1980" , acho que alguém aqui é fã da Máfia, pois esse era o ano em que muitas vítimas de mafiosos sumiam sem deixar rastros. Ele então colocou o barril dentro do elevador e com ele ficou, a porta se fechou, e desativou, fazendo com que o armário voltasse a sua posição inicial.

The Beach House {camren}Onde histórias criam vida. Descubra agora