Um dia chegaremos lá

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P.O.V Camila

Passei o resto da semana pensando na conversa com Mani e imaginando se ela tinha razão ou não. Mais uma vez era final de semana e eu perdi as contas de quantas vezes a imagem de Lauren passou pela minha cabeça. Essa menina quer me deixar louca! Provavelmente a melhor coisa que fiz foi me afastar dela, estou bem melhor assim, né, evitando olhar aqueles malditos olhos que faz qualquer um se afogar e se perder. Eu definitivamente preciso superar os olhos dela, sério.

Vi todos se animando pra inauguração de uma nova balada na cidade, mas não estava com vontade nenhuma de sair e apostava que minhas amigas Mani e Ally também não estavam. Não que eu seja uma jovem caretona que não curte diversão, apenas sou de fases e na maioria das vezes eu gosto da calmaria da minha vida. Por isso, resolvi que ia aproveitar a noite e visitar o parque, aquele mesmo parque que eu fui com a Lauren, essa mesma Lauren que eu preciso parar de falar sobre. Eu valorizava muito meus momentos de solidão porque era quando eu colocava a maioria dos meus pensamentos em ordem, e lugares como essa praça e o depósito da escola eram ideais pra isso.

P.O.V Lauren

Desde a conversa com Camila, ela não falou mais comigo, nem quando a gente se tombava pelos corredores da escola. Aquela situação estava me incomodando mais do que o normal. Eu queria não dar importância para ela e essa atitude, mas não tinha jeito, eu me importava com ela, eu me importava com o que ela pensava de mim e provavelmente é a primeira vez que eu me permito ligar pra opinião alheia. Isso me assustava, por Deus! Era apenas uma menina que estuda comigo desde sempre e quando a gente resolve interagir, isso acontece.

Mas eu sou Lauren Jauregui, se tem uma coisa que eu sou, é determinada e eu não ia deixar isso ficar assim, eu ia atrás dela, ia fazer ela me ouvir. Estava sentada na arquibancada da quadra da escola pensando em como ia fazer isso, quando Dinah, Vero e Lucy sentaram comigo e logo começaram a falar sobre a inauguração da balada na cidade.

- Jauregay, 22:00 hrs eu passo na sua casa pra nós irmos, ok?

- Eu não vou, tenho coisas pra resolver?

- VOCÊ O QUE?? - as três perguntaram assustadas e ao mesmo tempo, tive que rir e tentar enrolar elas.

- Ih gente, relaxa ai, é só uma festa, todo final de semana tem.

- Você tá doente, só pode. Só digo uma coisa: tem muita gente querendo que você vá a essa festa.

- Pois essas pessoas vão ficar querendo, vou deixar essa passar, meninas. - me levantei deixando um beijo na bochecha de cada uma e sai fazendo coração com a mão. Eu estava bolando um plano na minha mente e estava ansiosa e nervosa ao mesmo tempo, mas acho que Camila vai gostar. Ainda consegui ouvir Dinah se questionar:

- Ela fez coração pra gente ou foi impressão minha?

Após a aula, fui pra casa me preparar para o que pretendia fazer. O preparo na verdade, era mais psicológico do que tudo. Eu ainda não acreditava que estava correndo atrás de alguém que parou de falar comigo, mas eu sabia que queria fazer isso. Quando olhei o celular e vi que já se aproximava da noite, tomei um banho e como era uma noite um pouco fria, coloquei uma jaqueta de couro por cima da camisa, o coturno e o short jeans finalizando o visual. Antes de sair, peguei meu violão na capa, coloquei ele nas costas e sai pedalando pela cidade na minha bicicleta. Pouco tempo depois, estava parada na porta de Camila e no mesmo lugar eu fiquei durante quase dez minutos, até que tive coragem de tocar a campainha. Uma mulher me atendeu e logo sorriu simpática:

- Pois não?

- Boa noite, a Camila está? Sou uma colega dela da escola, Lauren,

- Oi, Lauren, sou Sinu, a mãe dela. A Camila saiu, era algo urgente?

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