Estou quebrando meus próprios princípios

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P.O.V Lauren

- Eu to falando sério, gente, a Camila é legal. Eu passei um tempo com ela e foi realmente divertido!

- Fala sério, Jauregay, estamos falando da Camila, qual assunto ela tem além de livros? - Dinah me questionou enquanto tomava um gole da sua cerveja e observava uma ruiva em uma mesa próxima à nossa. Trocamos a balada por um barzinho pois fazia tempo que não conversávamos todas juntas.

- Caraca Dinah, dá pra ser um pouco menos preconceituosa? A gente reclama tanto que as pessoas sempre falam da gente sem nos conhecer e acabamos fazendo a mesma coisa. Enfim, eu to falando, ela é legal...

Nesse momento, Vero deu um tapa forte na mesa e levantou apontando pra mim com uma mão e a outra segurando sua Heineken, inicialmente séria mas logo caiu na risada e começou a falar:

- Viada, se tu não já está apaixonada pela lacinhos, tá ficando. Se F U D E U!

- Veronica, cala a boca e senta ai, tá chamando a atenção de geral – Lucy a puxou pela mão e a fez sentar, mas, de repente, as atenções da mesa voltaram pra mim – Laur, isso é verdade? Ce tá gamada na Camila?

- Não, gente! Por que vocês são assim? Eu não posso ser amiga de uma menina sem segundas intenções?

- Não, não pode. - Dinah disse se levantando e indo até a ruiva que já a comia com o olhar. Revirei os olhos e encontrei o casal Vercy me encarando, mas foi Vero quem falou baixo no meu ouvido.

- Você me contaria, né? Me contaria se estivesse apaixonada?

- Claro, você é minha melhor amiga, eu te contaria. - sorri e olhei para outro lado.

A verdade é que se eu estivesse, provavelmente nem admitiria pra mim mesma. Resolvi que a melhor coisa a se fazer era continuar sendo quem eu sou. E eu sou uma caçadora. Avistei meu alvo do outro lado do bar, abri mais um botão da minha camisa e fui em busca da diversão da noite.

P.O.V Camila

BOM DIA, DIA! BOM DIA, SOL! Adoro domingos. É o dia que minha família se reúne na casa da minha avó para almoçar e passar o dia juntos. Eu sou muito apegada à minha família. Desde a morte do meu pai, as coisas não são como antes, obviamente. Não é a mesma alegria, a mesma descontração, porém o amor entre nós parece que só cresce.

- Abuela, cheguei! Cadê você? - praticamente invadi a casa da minha avó procurando por ela e pelo meu avô. Como eu estou com saudade deles e das comidas dessa casa. Depois de muitos abraços, beijos e dengos, sentei na sala com meus primos enquanto esperava o almoço ficar pronto.

- Ei George, que carinha triste é essa?

- Oi, prima. Adivinha? Mulher, prima, meu problema é mulher. Duas, na verdade. - disse com um sorrisinho triste.

- Meu deus, que safado, você tem duas namoradas? - perguntei já com uma expressão de repulsa no rosto. Ele começou a rir mas logo desfez a cara feliz e suspirou.

- Não, pelo contrário. Eu perdi a minha namorada pra outra menina. Ou fui roubado. Na verdade, fui corno. - coloquei a mão na boca em surpresa, arregalei os olhos e fiquei uns segundos sem saber o que responder. Olhei para os lados e me sentei mais perto dele pra conversarmos melhor.

- Oh primo, eu sinto muito! Quer conversar sobre isso?

- Na verdade, sim, eu não contei isso para as pessoas porque não quis essa fofoca pela cidade. Então, hoje eu acordei com uma mensagem da Kelly dizendo que precisava muito conversar comigo. Oh Camila, como eu a amo! Passei lá antes de vir pra cá e ela confessou que ontem saiu com as amigas e ficou com uma menina, até tentou colocar a culpa no álcool, mas eu não admito isso, e não por ser uma menina, mas por ser outra pessoa. Sinto tudo quebrando por dentro, eu me dedicava demais a essa relação, sabe?

Cada palavra do George era como uma facada em mim, eu sentia as dores do meu primo, eu entendia e concordava com cada palavra. Eu sou romântica incorrigível, eu acredito no amor e fico triste demais quando o vejo sendo banalizado por ai. Respirei fundo e o abracei, um abraço apertado onde mostrei todo meu carinho pra ele.

- Eu imagino o quanto tá doendo, George, mas eu sei que isso um dia vai passar e na hora certa, a pessoa certa aparecerá para você. Eu tenho fé nisso.

George riu e concordou com a cabeça, suspirando – Só espero que da próxima vez, não tenha uma Jauregui por perto pra beijar minha namorada.

- QUE???????? - nem percebi quando perguntei quase gritando.

- Foi com a Lauren Jauregui que a Kelly ficou ontem, prima.

- Eu não acredito...

- Nem eu.

Nesse momento, minha avó já chamava a família pra o almoço e o resto do dia passou no ritmo normal, porém eu não conseguia tirar essa informação da cabeça. Eu não sei porque me sentia tão decepcionada. Era ela, ela era assim e eu já sabia. Negar era pior. Mas ainda assim, como ela pode? Ela provavelmente sabia que a Kelly namorava, mas usou e abusou daquele charme miserável dela pra conseguir o que queria, ou nesse caso, quem queria. Isso deixava tudo muito claro, eu preciso me afastar dela, estou quebrando meus próprios princípios ao me deixar levar pela companhia dela.

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