Camila da Lauren

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P.O.V Camila

Eu sabia porque estava brava. E se ela era covarde demais pra admitir, eu não faria o mesmo. Eu me apaixonei pela demônia de olhos verdes. Acontece, né? Quem nunca? Mas agora eu teria que desapaixonar, por bem ou por mal. Depois do beijo e do fora que levei, eu estava decidida a tirar a Lauren da minha vida e do meu coração. É inacreditável a situação que me meti, é inaceitável que eu veja um casal de mãos dadas e consiga me enxergar daquele jeito com ela. Isso nunca aconteceria. Eu já perdi as contas de quantas meninas me falaram que foram magoadas ou largadas pela Lauren e agora eu me sentia uma delas. Esse joguinho que ela faz, essa manipulação, esse charme, tudo isso tem que ser combatido por mim e justo quando resolvo fazer isso, sou obrigada a fazer um trabalho com ela. Recebi sua mensagem marcando uma reunião e me arrumei, pedi pra minha mãe me deixar na casa dela e avisei que ligaria na hora de ir embora.

- Camila, está tudo bem com você?

- S-sim, mamãe, por que?

- Porque eu te conheço, filha, você está distante e com uma carinha triste. Mas seja lá qual for a situação, lembre sempre de agir com o coração e lembre também que sua velha está aqui pra qualquer coisa, ok? - senti algumas lágrimas nos meus olhos, mas logo tratei de segurá-las e fazer um carinho no rosto da minha mãe.

- Eu sei, eu sei e eu te amo muito, minha coroa.

-

Cheguei na casa da Lauren e o pai dela abriu a porta.

- Olá, moça. Você é...?

- Oi, tudo bom? Eu sou a Camila.

- Aaaah, a famosa Camila, entra, querida!

Famosa? Arregalei os olhos e entrei, logo encontrando uma mulher que parecia ser a mãe dela.

- Olha, meu amor, ela é a Camila da Lauren.

CAMILA DE QUEM? OI? Dei um sorrisinho sem graça e quando olhei pra escada, aquele pedacinho do inferno descia com um sorrisinho no canto da boca.

- Oi, Mila, pelo visto já conheceu meus pais, ne?

- Aham, pode ter certeza que sim.

- Vem, vamos lá pra o quarto – me despedi dos pais dela e enquanto subíamos as escadas, ouvi sua mãe falar: "Juízo, meninas!".

Assim que entrei no quarto e percebia que não havia mais ninguém ali, sentei na ponta da sua cama e a encarei.

- Cadê as meninas?

- Elas não veem.

- Por que? E por que seus pais me chamaram de "Camila da Lauren"?

- Porque eles são inteligentes o bastante pra ver o que eu não quis ver... - ela dizia e se aproximou, sentando ao meu lado e respirou fundo, mas fitava seus pés no chão – Eu te chamei aqui pra conversar, não tem nenhum trabalho pra fazer hoje.

A filha da puta me enganou! Levantei indignada já indo em direção à porta pra ir embora quando ela levantou rápido, me impedindo de fechar a porta e me encostando e prendendo meu corpo na mesma. De novo, lá estava ela tão próxima e tão perigosa. Ela e aqueles malditos olhos verdes. Mas dessa vez eu não podia ceder, eu não tinha escolhas. Empurrei seu corpo pra longe do meu e comecei a balançar a cabeça negativamente, falando um pouco mais alto e alterada.

- Não, você não vai fazer de novo isso, comigo, Lauren. Você não tem esse direito.

- Mila, eu preciso conversar com você, será que agora você pode me escutar?

- Não posso, não quero, não vou! Eu tenho que ficar longe de você, te disse que seríamos apenas colegas de equipe e eu nã... - e ela fez de novo, ela me calou de novo com um beijo, mas dessa vez, voltou a me encostar na porta e apertou mais os lábios nos meus. De início eu tentei resistir ao maldito beijo maravilhoso, mas não consigo, é mais forte do que eu, é mais forte do que qualquer coisa que eu tenha passado na vida. Seu corpo estava muito próximo ao meu e por instinto, levei uma mão até sua nuca, a acariciando de leve o que a fez sorrir no meio do nosso beijo, que foi finalizado com um selinho demorado e ainda com a testa colada na minha, ela falou baixinho: por favor, morena, você precisa me escutar e esse tá sendo o único jeito de te deixar calada.

É oficial, ela quer me deixar maluca. É o objetivo de vida dessa mulher, e posso garantir que depois desses beijos, ela tá conseguindo porque eu mal sentia minhas pernas. Respirei fundo tentando mostrar que não tinha sido afetada por isso e voltei a afastá-las com as mãos em seus ombros, olhei no fundo dos seus olhos e concordei.

- Ok, diaba, vamos conversar, mas a uma distância segura o suficiente pra eu saber que você não vai me agarrar.

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