Especial Vercy

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P.O.V Vero

Eu e Lucy estávamos no parque que geralmente íamos com as meninas, mas estávamos aproveitando uma a outra. Cada vez estávamos mais grudadas e apaixonadas, a Lu estava conseguindo derrubar cada pedrinha que eu construí ao longo dos anos no meu coração. Eu estava sentada e encostada na árvore e ela encostou o corpo no meu, sentado entre minhas pernas. Dei um beijo no seu ombro e cheirei seu pescoço, fazendo-a se arrepiar e rir baixo.

- Amor, nem parece que temos 6 meses juntas, né? Eu te olho e parece que você tá aqui desde sempre. - ela dizia enquanto olhava pra o horizonte em que esperávamos o sol se por.

- Vai ver eu realmente estava aqui desde sempre, talvez o nosso amor venha de outras vidas – ri baixo e acariciei seu cabelo, mas ela virou a cabeça pra me olhar.

- Você acredita nisso, Vero?

- Sinceramente, eu não sei. Mas quero acreditar pra ter algo que explique a ligação que tenho com você – ela sorriu de uma maneira que automaticamente me fez sorrir também.

- Eu também quero acreditar. Quero acreditar que fomos destinadas a isso, que aconteceu na hora certa. - senti sua mão tocar delicadamente meu rosto, segurar meu queixo e selar nossos lábios.

Flashback on

- Você acha que isso é possível, Lucy?

- Isso o que?

- Isso do filme, uma amizade colorida... Você acha que duas pessoas podem ser amigas e ficarem sem estragar a amizade- algo me fez despertar esse interesse naquele dia, não sei se foi o filme, não sei se foi o jeito extremamente linda que ela estava aquela noite.

- Ah, não sei, acho que sim, contato que os sentimentos não se confundam, né? É complicado quando duas pessoas estão nessa dinâmica e apenas uma parte começa a gostar...

- Algumas pessoas se gostam mas tem a liberdade de ficar com outras pessoas, tipo um relacionamento aberto... - eu realmente queria saber o que ela achava sobre aquilo de amigos se envolverem fisicamente, mas acho que dei muito na cara pois ela começou a desconfiar.

- Eu sei, eu sei, mas também é complicado, pelo menos pra mim. Envolve muita auto confiança e não ter ciúme, algo que comigo não rola – ela riu e se virou, ficando deitada de frente pra mim e esquecendo o filme. A encarei por um tempo e sorri junto com ela, mas logo desviei o olhar pois se eu continuasse a encarando, tenho certeza que não ia resistir e ia beijá-la. - Vero... Por que você tá me fazendo essas perguntas?

- Nada não, Lu, vamos ver o filme – me virei e voltei a ver o filme. Ou pelo menos fingir isso. Ela riu e aproveitou da minha posição pra deitar no meu peito e passar seu braço ao redor da minha barriga, falando baixo enquanto ria.

- Você é uma péssima mentirosa, Vero, e eu sou sua amiga, te conheço...

- Lucy... Não faz isso não ou eu não respondo por mim.

- Então não responda...

Flashback of

Rimos com as lembranças desse dia. Lucy tomou a atitude, coisa que ninguém nunca imaginaria, até ela, mas eu tenho vontade de agradecê-la todo dia por isso. Minha namorada virou-se e ficou sentada de frente pra mim e sentada muito perto. Olhou minha boca e depois subiu o olhar para meus olhos, apenas pra sussurrar e me desarmar:

- Eu te amo, Vero...

- Eu também te amo, minha Lu. - encostei nossas testas e segurei com delicadeza seu rosto, fazendo nossos lábios se tocarem de leve e lhe roubando uns selinhos – Eu te beijaria o dia todo, sabia?

- Sabia...

- Ah sabia? - eu ri e encarei sua expressão divertida.

- Sabia. A convivência com você me deixou exibida também.

- Ah agora a culpa é minha?

- É, assuma sua culpa – ela me abraçou e afundou o rosto no meu pescoço, falando abafado – Vero, você quer casar comigo?

Eu gelei com o que ouvi. Como assim casar? Não que eu nunca tenha pensado sobre isso, mas que pergunta era aquela? Eu perdi a fala durante alguns minutos e eu só consegui dizer:

- Que? - ela começou a rir, rir muito, ainda com o rosto no meu pescoço e eu não entendia nada do que estava acontecendo – Por que você tá rindo? Qual a graça? Fala comigo, ô!

- Amor – ela ainda ria enquanto falava – você precisava ver sua cara, sério. Se você for reagir assim quando eu fizer o pedido real, acho melhor se preparar e melhorar essa cara.

QUE VADIA! Af, ela me enganou direitinho e eu não sei porque, mas em um momento, acreditei que aquilo era de verdade, acreditei mesmo e nesse pequeno espaço de minuto, consegui me ver num futuro formando uma família com a Lucy.

- Não acredito que você fez isso comigo, Lucy Vives. Isso terá volta, se prepare, minha vingança virá – falei fingindo uma cara de brava e virando o rosto pra o outro lado – Você tá perdendo o por do sol... - ela voltou a virar de costas pra mim, suspirou ainda rindo, segurou meus braços e me fez abraçá-la.

- Você ia aceitar? - ela falou baixinho enquanto acariciava meus braços.

- Não...

- Não?

- Claro que não. Eu não caso com quem me prega peças.

- Eu já disse que você é a coisa mais linda do mundo todo quando fica bravinha?

- Já, e eu sou linda de qualquer jeito – falei e a olhei com um sorrisinho falso no rosto.

- Iglesias, eu devo ser uma pessoa muito estranha, mas até seu jeito metido me seduz. Inclusive, eu to muito excitada por você nesse momento.

OI?

- Sabe amor – comecei a falar com um sorriso safado no rosto – O sol se põe todo dia. Me deu uma vontade de ir pra casa, o que você acha?

Uma das coisas que eu mais amava na nossa relação era a facilidade que tínhamos em ir do assunto mais romântico ao mais safado em questão de segundos.

- Eu acho que você é muito cara de pau, safada e interesseira, Veronica – ela dizia enquanto levantava e me ajudava a levantar também, mas assim que fiquei em pé, senti seu corpo empurrar o meu e me prender contra o tronco da árvore. Levei minhas mãos até suas coxas e a puxei contra mim, recebendo um beijo molhado no canto da boca e um sussurro – Mas eu vou acabar com seu fogo hoje.

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