E aí, comeu?

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P.O.V Camila
Ally: amiga, as coisas estão realmente ficando sérias, né?
Camila: Calma, não vamos apressar nada haha
Normani: não estamos apressando nada, mas conhecer as amigas, conhecer a família, isso é um ótimo sinal. Será que ela te pede em namoro? Você pediria?
Camila: GENTEEE! Hahaha eu não sei, e eu acho que não teria coragem, eu sou tímida pra essas coisas. Enfim, agora é a vez de vocês conhecerem ela e eu espero que vocês se comportem.
Normani: quer dizer o que com isso? A gente sempre se comporta. Ta me chamando de mal educada?
Ally: hahahaha Mani deixa de drama. Mila, pensa em algo legal pra fazermos com ela, espero que ela não fique tímida com a gente.
Camila: pode deixar, AllyCat. E é difícil aquela dali ficar tímida!

-
Para apresentar a Lauren às meninas, resolvi fazer uma pequena reunião na minha casa, inclusive, pediria que ela levasse as amigas, assim todos se conheciam e acredito que a casa movimentada fará bem pra minha mãe, detesto sair e deixá-la sozinha, mesmo ela dizendo que ficará bem. Desde a morte do meu pai, ela não é mais a mesma. Eu a encontro várias vezes no seu quarto chorando e olhando fotos, ou olhando as coisas do antigo escritório dele em casa. Eu sei que é normal o luto, eu perdi meu pai e meu grande amigo, mas preciso cuidar de mim e da minha mãe pois não aguentaria outra perda dessa. A encontro na sala assistindo filme e sento ao seu lado pra conversar.
- Oi, mama.
- Oi, meu amor. Que sorrisinho é esse?
- Mama, eu posso fazer uma pequena reunião aqui em casa no fim de semana?
- Claro que sim! Qual a ocasião?
- Então... Eu queria que a Lauren conhecesse as meninas...
- Hum... Conhecendo oficialmente as amigas. Vai ter reunião pra ela me conhecer também? - começa a rir por eu ter arregalado os olhos – Relaxe, minha filha, você tem uma mãe muito legal que não vai fazer pressão nenhuma. Mas eu gostaria que você me falasse mais sobre isso que está acontecendo..
- Ah mãe, estamos saindo, nos conhecendo melhor, essas coisas que as pessoas fazem...
- Essas coisas que as pessoas fazem quando se gostam, né?
- É...
- Sei. Bom, eu fiz o meu papel de mãe e pai e pesquisei um pouco sobre ela – me olha com uma expressão preocupada – Você já deve saber o que a maioria das pessoas pensam sobre ela, mas pelo que me falaram, ela sair com você e te respeitar aparentemente é uma coisa nova. - concordo com a cabeça e abro um sorrisinho – Ela te respeita, né?
- MÃE! - nós duas começamos a rir e eu continuo – Ela me respeita sim, até demais às vezes. Acho que faz parte do "fazer as coisas do jeito certo" que ela tanto diz.
- Ponto pra Lauren.
- É né... Fazer o que?


P.O.V Lauren


- Vero, você já assistiu aquele filme chamado "E aí, comeu?"? - Dinah fala isso mas ao mesmo tempo me encara e quando percebo, paro de dedilhar meu violão e a encaro de volta. Estávamos em uma área elevada da cidade, uma espécie de parque onde as pessoas gostavam de assistir ao pôr do sol. Desde pequenas, eu, as meninas e Nick vínhamos aqui e ficávamos horas só conversando ou bebendo. Hoje eu resolvi vir com as meninas, mas depois dessa pergunta da Dinah, já tinha me arrependido.
- Eu já, é um filme muito bom. Você já assistiu, Lauren? - Vero me questiona com um sorriso safado nos lábios.
- Uhum. - reviro os olhos e volto a dedilhar acordes aleatórios no violão. Elas começam a rir em coro e quando eu olho, até a Lucy ria de mim. Respirei fundo e me controlei pra não quebrar o violão na cabeça delas. - Vocês se acham muito engraçadinhas, né?
- Lauren, entenda nosso lado, não estamos acostumadas com você sendo... assim. Mas não to te julgando, inclusive acho muito bonito da sua parte – Lucy tentou defender-se, mas Vero e Dinah ainda riam, então resolvi não dar atenção pra elas e continuei a conversa.
- Eu sei, nem eu to acostumada, imagine... - ri fraco e passei a mão no cabelo, olhando o horizonte onde o sol já estava praticamente todo escondido – É que é ela, sabe? E não é que eu não tenha vontade ou desejo, muito pelo contrário, eu fico nervosa e com fogo só de estar perto dela, mas eu quero que signifique algo. E uma vez, meio que entramos nesse assunto e ela disse que era virgem. Olha que responsabilidade! A primeira vez de alguém é algo muito importante e eu quero que ela se sinta muito especial, e eu pretendo tratá-la do jeito que ela merece. - volto a olhar pra Lucy e percebo que Dinah e Vero prestavam atenção no que eu falava, quando de repente as duas levantam rápido e vem até mim, as duas me abraçando de vez e quase me sufocando.
- Que orgulho de você! Quando você ficou tão madura? Me ensina a ser assim? - Dinah falava enquanto me enchia de beijos e a Vero ainda tava agarrada em mim.
- Ensino, farei umas videoaulas sobre maturidade, confere depois lá no meu canal... Vero, você já pode largar do meu pescoço...
Aos poucos ela me largou e sentou perto da namorada, mas olhou pra mim, soltou um beijo e fez coração com a mão:
- Eu quero ser igual a você quando crescer.
- Amor, você tá de tpm? - Lucy coloca a mão na testa dela, mas logo elas começaram a melação e a troca de beijos que foi interrompida pelo que lembrei.
- Ah meninas, quase esqueci. Agora é a minha vez de conhecer as amigas da Mila, e ela me chamou pra uma pequena reunião na casa dela, e disse que se vocês quisessem, poderiam ir. E acho assim, vocês querem, né? Por favor, queiram, se as meninas não gostarem de mim, pelo menos tenho vocês pra me salvar lá.
- Hum, e eu vou ganhar o que com isso?
- Dinah, você está muito interesseira. Eu já te dei minha agenda, quer mais o que?
- Vercy está firme e forte com você, Jauregay – pra minha surpresa, Vero respondeu, mostrando que já aderiu ao nome de shipp. Dinah revirou os olhos e disse que também ia e esperava que as amigas da Camila fossem bonitas.
Ficamos nesse clima durante horas, tocando violão, comendo, relembrando nossos momentos naquele lugar e fazendo planos. Uma das sortes da minha vida, são meus amigos. Nós vivemos entre tapas e beijos, nós temos nossas desavenças, mas temos o principal: amor e companheirismo.
-
Sábado. 15 hrs. Eu, Vercy e Dinah paradas na porta de Camila. Como sempre, eu era a mais nervosa e perguntava o tempo todo sobre minha roupa e cabelo, e se Camila ia me achar bonita. Quando ela abre a porta, sorri pra nós, mas quando seus olhos param em mim, esse sorriso aumentou muito mais e ganhou um ar mais ...safado? Sim, eu conheço esse tipo de sorriso, definitivamente foi um sorriso safado. Ela me deu um selinho e um abraço nas meninas, pediu pra entrarmos e esperarmos na sala porque as meninas já iam chegar. Na sala, tudo parecia no lugar, exceto por uma mesa redonda, com toalha verde e vários jogos em cima, como uno, poker e dominó.
- Morena? Você pretende abrir um cassino? - grito enquanto começo a conferir todos os jogos que ela tinha colocado alí, mas sinto seus braços contornarem minha cintura e sinto um beijo molhadinho no meu pescoço, ouço sua voz baixinha perto do meu ouvido.
- Você tá linda hoje, diaba...
PUTA QUE PARIU, MENINA! Eu senti minhas pernas ficarem bambas e meu coração disparar, fora meu corpo arrepiado que não deu pra disfarçar e acho que ela percebeu porque riu baixinho enquanto eu me virava e ficava de frente pra ela, segurando na sua cintura e encarando seus lindos olhos, falei baixo pra que só ela pudesse me ouvir:
- Que vontade absurda de te beijar...
- Me beija, Lauren.
- Aqui? Agora? Na frente delas?
- Por que? Você tem vergonha de beijar na frente das pessoas?
- Não, não tenho. É que... - não pude continuar porque a campainha soou. Ela selou demorado nossos lábios e antes de se afastar pra abrir a porta, me disse:
- Salva pelo gongo, mas mais tarde você não me escapa.
O que estava acontecendo ali? A morena estava tão mais solta e desinibida, parecia até que eu era a virgem da relação. Tentei tirar esse assunto da cabeça e fui conhecer as amigas dela.
- Ally e Mani, essas são Vero, Lucy e Dinah, amigas da Lauren e essa aqui – ela disse segurando uma das minhas mãos – Essa é a diaba que eu tanto falei pra vocês.
Ótimo, todos já começaram a amizade rindo da minha cara, mas como sempre, entrei na brincadeira com elas. Passamos uma tarde maravilhosa nos conhecendo, as meninas eram surpreendentemente legais, a mãe da Camila tinha feito bolo de chocolate e suco de laranja pra nós, depois fizemos uma sequência de jogos, onde eu juro que tive medo de Dinah e Vero se matarem.
- Qual o seu problema, garota? O que eu te fiz pra você me dar outro +4 desses? Vou dar na sua cara!
- Relaxa, gatinha, aceita que dói menos! - Vero sabia exatamente como provocar Dinah – Aqui ó, não tenho um +4, mas toma esse +2.
Enquanto todos riam, senti um pé subindo lentamente pela minha perna até o espaço entre as minhas coxas, arregalei os olhos e levantei o olhar das minhas cartas para as pessoas da mesa, quando encontrei a dona do pé me olhando com um sorriso de canto no rosto. Ela me soltou um beijo e mordeu de leve o lábio inferior.
- VAI LAUREN, DEIXA DE SER LERDA, SUA VEZ DE JOGAR!
-
Enquanto todas se despediam e já planejavam outros encontros, Camila me puxou pra um canto da sala e me olhava com o mesmo olhar de mais cedo, aquilo já estava me fazendo perder o controle que eu tentava manter.
- Eu quero saber se você vai embora sem me dar um beijinho... - ela disse enquanto entrelaçava os braços ao redor do meu pescoço e já tinha o corpo colado ao meu. Segurei com um pouco de firmeza em sua cintura e beijei o cantinho da sua boca, falando baixinho com nossos lábios colados:
- Não sei se você merece, me provocou a noite toda, morena...
- Vai fazer greve agora, Jauregui?
- Eu faria se soubesse te olhar sem querer te beijar – ela riu baixinho e mordeu meu lábio inferior antes de sua língua invadir minha boca em um beijo maravilhoso e apertadinho. Sem me importar mais com as pessoas na sala, puxei mais seu corpo contra o meu e senti a Camila segurar no meu cabelo, automaticamente me fazendo apertar a ponta dos dedos em sua cintura, lhe arrancando um pequeno suspiro entre o beijo. Ela chupava minha língua, meu lábio inferior, arranhava minha nuca e minhas mãos já estavam quase indo pra baixo da sua camisa, quando precisamos de ar e aos poucos, finalizamos o beijo com vários selinhos no final. Não pude falar nada porque quando viro o rosto, percebo uma fila com nossas amigas nos olhando, e elas começaram a bater palmas e elogiar como se estivessem visto um filme: "muito bom", "bravo", "adorei a parte da puxada no cabelo, foi minha preferida". Quando voltei o olhar pra Camila, ela ainda ria e me encheu de beijos pelo rosto todo:
- Eu preciso ir agora, morena...
- Eu sei – faz um biquinho – Podemos sair amanhã? Só eu e você?
- Claro que sim, amanhã eu tô com o dia todo reservado pra você, ok?
- Ok! Ah, quando chegar em casa, me avisa. Preciso te mostrar uma foto de algo que eu comprei, queria sua opinião sobre.
- O que você comprou?
- Na hora você vai ver, Jauregui, para de ser curiosa.
O que será essa coisa que ela não pode me dizer mas vai mandar uma foto? Odeio ficar curiosa, odeio!

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