Uau! Uau, uau, uau e uau!

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P.O.V Austin

Aquele cara enorme se aproximava de mim e por um minuto eu achei que seria o fim da minha vida, mas é como eu sempre digo, dinheiro é poder e eu logo tratei de negociar com aquele armário ambulante.

- Calma, cara, é só um pequeno engano. Veja, eu preciso de ajuda e eu acho que podemos fazer um bom negócio, já que eu precisava de alguém forte como você pra fazer uns serviços pra mim, e eu pago bem, então podemos nos ajudar. O que você acha?

- Hum. Paga bem quanto?

- Acredite, mais do que você já ganhou com qualquer trabalho. Mas eu realmente preciso de cuidado, já perdi muito sangue e me sinto fraco. - o homem me olhou por um tempo e depois disse pra Lizzy:

- Amor, vá chamar a dona Lilian, ela vai dar um jeito nisso aqui.

Incrivelmente o armário, que descobri se chamar Josh, me ajudou a entrar e deitar no sofá, mas ficou me observando e analisando.

- O que você fez pra conseguir essa merda no olho, cara?

- Eu prefiro não falar sobre isso.

- Mas você vai ter que falar. - eu receei um pouco, mas suspirei e falei baixo, já sentindo meu corpo muito mole e a consciência distante.

- Foi a Camila, eu dei amor e ela me deu isso... - as imagens começaram a ficar borradas e após isso, eu não tenho mais recordação do que aconteceu. Acordei e senti algo no meu rosto, então quando passei a mão, percebi um curativo no meu olho esquerdo. Sentei devagar no sofá e com dificuldade, analisei a pequena casa. Era tudo muito simples, os cômodos quase se misturavam de tão próximos que eram. Me virei e vi a Lizzy na cozinha, mas assim que ela me viu acordado, veio na minha direção.

- Ei, Au, como você se sente? Que puta susto, cara.

- Eu tô bem, eu acho. Sério que você preferiu aquele cara enorme?

- Eu preferi? Bom, considerando que você mantinha uma mulher no seu porão e me usava apenas pra sexo, eu não tinha muitas opções, correto?

- É, que seja. Ele é confiável? Acho que vai ser muito útil ter ele trabalhando pra mim.

- Claro que ele é. Você é foda, vai trazer muita confusão pra gente e tá se metendo com algo que está fora do seu alcance. O Josh conhece várias pessoas perigosas, Austin.

- É muito bom ver que você se preocupa comigo, gracinha, mas preciso recuperar a minha esposa.

- Meu deus, você é doente, cara.

- As pessoas precisam parar de me falar isso.

P.O.V Lauren

Ter Camila de volta na minha vida foi, sem dúvida, um renascimento pra mim. Eu sei que ser dependente de alguém não é algo totalmente saudável mas quando se tratava dela, eu não pensava direito. Ela começou a frequentar uma psicóloga, a mesma que Sinu começou a ir quando sua depressão se agravou e com o tempo, era notável a mudança em como Camila lidava com as coisas.

No primeiro mês após a sua volta, ela se assustava facilmente com qualquer coisa. Uma porta batendo, um telefone tocando ou o latido de um cachorro eram motivos pra fazer seu pânico aparecer e o coração disparar. Eu sempre estava ao seu lado, falando que estava tudo bem agora e que ela não precisava temer, mesmo sabendo que não era necessariamente a verdade. Já haviam se passado dois meses e meio desde a sua volta e, mais uma vez, Austin tinha sumido. Minha raiva só aumentava e algumas vezes eu me pegava tendo certos pensamentos agressivos em relação a ele. Era um pouco assustador pra mim, mas era impossível sentir pena ou algo parecido em relação a ele. E eu sabia, eu sabia que bem lá no fundo, um dia nos encontraríamos e as coisas não ficariam boas.

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