Tchau, Lauren

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P.O.V Austin

Por já conhecer as entradas da escola, não tive muita dificuldade em encontrar um ponto que não estivesse protegido por policiais. Aparentemente eles esperavam que eu aparecesse em busca da minha princesa, mas não seria dessa vez que eles iam conseguir me prender. A maior parte do plano dependia de mim, já que seria muito suspeito colocar todos aqueles homens mal encarados num baile na escola, mas eu os mantinha por perto caso algo desse errado e também pra me auxiliar na fuga.

O baile estava acontecendo na quadra da escola e por um momento me imaginei sendo coroado rei tendo ao meu lado a Camila como rainha, mas ela não colaborou. Aproveitei que os corredores estavam escuros e desertos e consegui chegar à sala de som, onde havia uma janela com visão pra toda a quadra. Com um binóculo, eu observava tudo que acontecia e estava a esperada da Camila aparecer e quando a encontrei, senti meu coração disparar porque ela estava absolutamente linda. Infelizmente ela estava acompanhada daquela namoradinha dela, mas eu logo daria um jeito nisso, agora que eu tinha homens trabalhando pra mim, poderia fazer o trabalho sujo.

Continuei observando tudo que acontecia no baile e estava esperando o momento certo pra agir, então percebi minha oportunidade quando Lauren e Camila se separaram. Enviei por mensagem o aviso pra um dos meus homens que consegui colocar na festa disfarçado de estudante e ele foi fazer sua parte enquanto eu me posicionava para o reencontro com o meu amor.

P.O.V Camila

Se existisse uma palavra pra definir o baile, essa palavra seria perfeito. O que pode ser melhor do que estar comemorando minha formatura com todos meus amigos e com o amor da minha vida? Por sinal, eu não sei o que fiz para merecer aquela mulher maravilhosa. Lauren parecia ser aquela namorada imaginária de tão perfeita que ela é, sabe? Aquelas que a gente cria na cabeça e suspira por imaginar que nunca existirá alguém assim. Nós dançávamos a tanto tempo, as vezes abraçadinhas, as vezes pulando e dançando com a galera e chegou um momento que eu já sufocava de calor, então resolvemos parar e Lauren disse que iria comprar uma bebida pra gente, então sentei pra esperar e a perdi de vista.

Alguns minutos depois, levanto meu olhar e vejo um homem com uma aparência muito velha pra ser estudante, porém estava vestido como um. Ele me entregou um papel, disse "Acho melhor você ler e obedecer" e saiu antes que eu pudesse perguntar alguma coisa. Algo me dizia que aquilo não era uma coisa boa e eu percebi minha mão tremer ao abrir o papel:

"Camila, minha Camila. Vamos nos encontrar mais uma vez? Eu acho que você vai querer, já que um dos meus amigos estão com a sua amada Lauren e não queremos que nada aconteça a ela, certo? Eu estou de observando, é só olhar pra janela da sala de som. Então não faça nada, não fale com ninguém, apenas saia da escola e vá para a sala de música me encontrar".

Então eu olhei e o vi, eu vi o demônio me olhando e acenando. Mas que porra era aquela? Quando esse inferno ia acabar? Óbvio que eu não pensei duas vezes, eu nunca colocaria a Lauren em perigo, então obedeci e sai na mesma hora da quadra em direção à sala de música. Infelizmente eu não levei celular então não havia jeito de avisar a alguém e acho até que se houvesse eu não perceberia, de tão nervosa que eu estava. Minhas pernas malmente conseguiam andar de tão bambas que estavam e eu senti as lágrimas grossas começarem a escorrer sem controle pelo meu rosto.

P.O.V Lauren

A fila das comidas e bebidas estava uma bagunça e aparentemente estava faltando muita coisa, aparentemente esse ano a coordenação do baile receberia muitas críticas nesse sentido, então acabei demorando de voltar, mas não encontrei a Camz no lugar que ela estava antes. Dei uma rápida olhada ao redor e não a vi, mas meus olhos bateram em um pedaço de papel que estava na cadeira que ela sentava antes.

Larguei as bebidas em uma mesa próxima e peguei o papel, sentindo meu corpo ser tomado pelo medo e pela raiva após ler o conteúdo daquela mensagem, mas dessa vez eu precisava fazer algo, então eu sai correndo o mais rápido que pude em direção à sala de música, porém no caminho mandei uma rápida mensagem pra o Prestes informando a ele a situação e pedindo ajuda, já que todos os policiais estavam do lado de fora da escola.

Cheguei na sala de música e ela estava vazia. Minha cabeça rodava e eu não conseguia pensar direito, mas eu precisava pensar, eu tinha que fazer aquilo pela Camila. Pensar na Camz fez meu corpo reagir e eu sai pela escola procurando desesperada em cada lugar possível, até que ouvi a voz da Camila e a segui até chegar à cantina da escola. Inicialmente, fiquei escondida atrás de uma pilastra pra tentar entender o que estava acontecendo e ao me posicionar melhor, vi uma cena que fez meu corpo paralisar, ele estava apontando uma arma pra ela enquanto a Camila chorava.

- Camila, meu amor, por que você fez isso com a gente? Eu te dei tudo e você a escolheu, por que, meu amor?

- VOCÊ É LOUCO!!! Eu não aguento mais isso, eu não aguento mais viver com medo de você. Eu quero que você vá para o inferno, Austin.

- Não fala assim que você me magoa. Olhe, venha comigo e tudo vai ficar bem. Vem comigo e eu não farei nada com a Lauren.

- NÃO OUSE ENCOSTAR UM DEDO NELA, SEU VAGABUNDO! – ela falava e sua voz era carregada com muita raiva. Eu sei que precisava agir, mas também não poderia ser imprudente, ele tinha uma arma apontada pra ela e qualquer erro poderia ser fatal. Então ele começou a andar pela cantina, andar ao redor dela, porém ainda com a arma apontada pra ela e em um desses movimentos, ele ficou de costas pra mim. Era a brecha que eu precisava, lentamente e em silêncio, comecei a me aproximar dele e quando estava a uma distância razoável, peguei uma das cadeiras de madeira e coloquei toda a força no golpe que dei em suas costas, vendo seu corpo cair no chão e largar a arma, porém ele não desmaiou e começou a se levantar.

Vi a Camz me olhar com desespero e toda a raiva que eu acumulei pelas coisas que aconteceram explodiram pelas minhas mãos em formas de murros e golpes por todo seu rosto. Como ele estava atordoado pelo golpe da cadeira, meus murros sempre faziam seu corpo ser lançado pra trás e ele malmente conseguia ficar sobre suas pernas. Eu estava cega de raiva, não conseguia pensar direito e a única coisa que passava na minha cabeça era machucar ele o máximo que eu conseguisse. Porém minha cegueira não me deixou calcular nas possibilidades que poderiam acontecer e em um dos meus murros, seu corpo perdeu o equilíbrio e foi ao chão, mas logo o vi se reerguendo, mas com a arma em sua mão.

Ele me olhava com o rosto coberto de sangue e a raiva era clara no seu único olho funcional. Ele respirou fundo e continuou apontando a arma pra mim enquanto dizia:

- Sabe, você não deveria ter feito isso. Eu não ia te matar, ainda mais na frente da minha Camila, mas você não está me dando alternativa, então, tchau, Lauren.

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