Capítulo 15

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Breakfast at Tiffany's

Breakfast at Tiffany's

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"Oh, dream maker.

You heart breaker.

Wherever you're goin',

I'm goin' your way."

- Moon River

***

Lola

2 MESES DEPOIS...

Aos treze anos Jojo me levou pela primeira vez a um cinema antigo, nos arredores do centro da cidade no interior da Inglaterra, onde eu havia nascido e crescido. Naquela noite, ela me disse que estaria sendo reproduzido um dos seus filmes favoritos de todos os tempos, um clássico que ela queria compartilhar comigo agora que eu já era uma jovenzinha, como a mãe havia feito com ela antes. Joana queria injetar um pouco de romance na vida da adolescente que não era familiarizada com isso em casa e segundo ela, nada melhor que esse maravilhoso filme com Audrey Hepburn.

Fui um pouco relutante e totalmente descrente. Eu nunca fora muito romântica, bom talvez tenha sido quando bem pequena, quando ainda acreditava em contos de fada cheios de príncipes e princesas, mas isso já não me iludia mais há algum tempo. O filme era bem antigo, Jojo estava tão animada, que eu não quis dizer a ela que já queria voltar pra casa, que preferia assistir filmes japoneses de terror a ter que ver uma diarreia romântica na telona. Mas aos poucos Holly Golightly foi me conquistando e quando me dei conta já olhava atenta para a enorme tela de cinema encantada com a história daquela sonhadora garota de programa perdida em Nova York. O romance entre ela e o escritor Paul Varjak, foi um ganho a parte, mas o que realmente me fascinou foi Holly. Depois daquele dia acabei adquirindo um DVD com o filme, uma novidade na época, que substituía as fitas VHS e sempre que podia o revia as escondidas no novo leitor de DVD que papai, viciado em novas tecnologias, havia comprado e instalado na televisão que havia em seu escritório. Mesmo sabendo que Joana sabia sobre o meu momento furtivo, eu me sentia feliz guardando esse segredo apenas para mim. Comprei também o livro escrito por Truman Capote e fiquei feliz por notar que o filme não deixava a desejar. Eu ainda não era a garota romântica que Joana queria que eu fosse e talvez nunca seria, mas a magica de Breakfast at Tiffany's havia sido injetada em minhas veias.

Acabei fazendo comparações entre Holly e eu e vi como éramos parecidas. Claramente eu não era uma garota de programa a procura de um marido rico, Deus me livre ter um marido algum dia, era o que eu sempre dizia. Eu nunca seria como os meus pais. Mas, como Holly, eu era uma garotinha descrente. Uma garota fria que não acreditava que o amor como era retratado no cinema existisse, uma garota que não estava disposta a dar o seu coração para ninguém. Uma garota que renegava esse sentimento e só pensava em si. Uma garota covarde.

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