Eu odeio hospitais desde que eu era pequeno, eles fazem eu me sentir doente mesmo quando eu não tô doente.
O cheiro forte de cloro faz meu nariz pinicar e o misto de vozes me deixa tonto.
Eu estava sentando naquela poltrona há uns bons 40 minutos, esperando sabe-se lá o que. Cirurgias exigem muita burocracia.
Meu estômago roncou mais uma vez, não sei quem teve essa ideia de que eu tinha que ficar em jejum pra fazer uma cirurgia, eles vão operar meus olhos, não meu estômago.
- Hey, Louis, como vai? - Ouvi Greg perguntar.
- Eu estaria melhor se fechassem a porta e me dessem algo pra comer. - Resmunguei.
- Você tá estressado. - Greg comenta rindo. - Normal dos pacientes, logo vamos começar os procedimentos padrões pra cirurgia, só precisamos do resultado do exame pra saber se você é alérgico a anestesia, depois disso já vamos começar.
- Certo Greg, agora você pode me explicar por que ninguém pode ficar aqui comigo? - Perguntei.
Assim que eu, meus pais e Harry chegamos ao hospital, a enfermeira deixou claro que eu teria que esperar sozinho.
O que é um horror pra mim, será que eles não pensam que podemos ter um ataque de pânico ou algo do tipo? E se eu tivesse um ataque do pânico e um urso me matasse? Tá, isso não faz sentido, mas em pânico qualquer coisa pode acontecer!
- São normas do hospital Louis, eles não podem vir pra cá.
- Mas por que não? Isso não faz sentido Greg, e se eu entrar em pânico? Eu não posso ficar aqui sozinho até Deus sabe quando, por favor, Greg.
Ouvi Greg suspirar alto.
- Eu vou ver o que posso fazer, mas não prometo nada, certo? - Ele perguntou e eu assenti fracamente.
- Obrigado Greg.
- De nada Louis, agora eu preciso ir, nada de ter um ataque de pânico. Volto em alguns minutos.
Esses alguns minutos seriam horas, eu tenho certeza disso.
Ficar ali estava sendo insuportável, a TV não era adaptada pra cegos então não era uma opção, eu não tinha nenhum livro, nem música, nem Harry pra me distrair.
Eu pensei em tentar dormir, mas aquela poltrona não era nem um pouco confortável, pelo menos Greg tinha fechado a porta e o barulho tinha diminuído.
Meu estômago roncou alto dessa vez. Puta que pariu, um pão ia fazer diferença na hora da cirurgia? Eu vou morrer de fome.
Inclinei minha cabeça no encosto da poltrona e esperei, já que só tinha isso pra fazer.
Ouvi a porta se abrir e instantaneamente levantei a cabeça.
- Harry?
- Temo que não, senhor Tomlinson. - Uma voz feminina falou. - Eu sou a Dra. Murdock.
Isso é sinal dos céus dos que eu não vou mais enxergar?*
*A identidade do herói cego Demolidor se chama Matt Murdock.
- Você que vai me operar? - Perguntei apreensivo.
- Não senhor, eu sou psicóloga.
- Ah sim, claro. Bom, nesse caso, muito prazer Dra. Murdock. - Falei rindo da minha própria idiotice.
- Digo o mesmo. - Ouvi ela se aproximar e se sentar na poltrona ao lado da minha. - Precisamos conversar um pouco, é um dos procedimentos, tudo bem pra você?
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behind blue eyes • larry
Fanfiction✔ CONCLUÍDA ✔ E há quem diga que o que define seu destino não são suas condições e sim, suas decisões. Mas Louis Tomlinson conseguia discordar plenamente desta frase: era solitário, não possuía amigos e além disso, era um garoto cego desde os oito a...