Pânico! É com essa expressão que todos estão me olhando. Consegui ser a melhor palhaça do circo Moscow, invertemos os papeis, ao invés de eu estar rindo, eu é que estou provocando risos por onde passo.
- Meu Deus, minha filha. O que houve com você?- Pergunta meu vô me analisando.
- Nada, apenas consegui pegar os ovos, coloquei água no bebedouro, feno para os animais. Pelo menos tentei.- Falo contando nos dedos.
Estou com ovos esmagado na cabeça, água suja por todo o meu corpo, capim ate em minha boca. Digamos que algo deu um pouquinho errado, fiz um plano perfeito e não deu certo. Pelo menos aquele metido a cowboy não estava lá me vendo de camarote.
- E cadê os ovos Ally?- Meu pai me pergunta com a expressão horrorizada.
-...- Olhei para a cesta vazia em minhas mãos.- Bom, acho que vamos ficar sem o café.
- Querida, seu café está na mesa, se você quiser ir comer, fique a vontade. Mas, já preparamos o almoço.- Diz minha vó apertando os olhos, sinal de "desculpa".
- Como assim o almoço?- Fico surpresa.
- Meu anjo, digamos que você demorou alguns minutinhos... ou horas.- Diz minha mãe tentando usar as melhores palavras.
- Vamos almoçar.- Diz meu pai feliz da vida.
(...)
Tédio, é como estou me sentindo agora, não tenho nada para fazer, meu celular não pega sinal aqui, esqueci de pegar o carregador do meu notebook, poderia ler, mas, como a pessoa mais cabeça do mundo esqueceu o carregador.
Jogada na cama e olhando o teto, é o que tenho pra fazer no momento. Talvez contar carneirinhos resolva, ou quem sabe eu conte quantos minutos mais eu terei que viver aqui. Não sou pra morar em roça, nunca me dei bem.
Exceto, de quando eu era pequena, eu amava isso daqui, não sabia estar em outro lugar, se não fosse no celeiro. Eu amava os cavalos, mas os meus pais nunca me deixaram montar neles, diziam ser perigosos.
Exceto por um pônei. Eu amava ele, passava a maior parte do meu tempo com ele, onde eu ia, ele vinha atrás, tínhamos um laço inseparável. Até que um dia ele morreu, desde esse dia, eu perdi o amor por tudo, a não ser por meus pais e meus avós.
- Ally, se arruma que daqui a pouco vamos fazer o nosso encontro cultural.- Diz minha mãe colocando apenas a cabeça para dentro do quarto.
- O que? Não mãe, isso não. Eles vão cantar.- Coloco o travesseiro no rosto.
- Meu amor, você gosta de cantar, qual é o problema?- Adentra no quarto.
- O problema é esse lugar.- Minha voz sai abafada devido o travesseiro.
- Se arruma Ally, você tem meia hora.- Sai do quarto.
Não posso acreditar, sempre tem que acontecer isso! Não sei para que dar a vez, eu não gosto de cantar em publico. Muito menos de passar vergonha.
Me forço a levantar, pois sei que se eu não fizer isso, minha vó vem aqui e me tira na base do arrasto. Tenho que ir ao encontro cultural, ter que cantar e ainda ter que aturar esses caipiras, não quero ficar toda suja, suada e cansada.
Perfeito! usei o meu melhor traje para esse encontro dos caipiras. Calça rosa, blusa de mangas, rosa choque, sapatilha rosa. Prontinho, acho que irei conseguir chamar a atenção de vários, principalmente dos meus pais.
A fogueira já estava acesa, várias pessoas já estavam ali, muitos dos caipiras estão com seus violões. Outros já estão em volta da fogueira, ali tem algumas caipiras. coloco minhas mãos no bolsa detrás da calça, levantando meus calcanhares num tique nervoso.
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Meu Cowboy
RomanceAlice é uma garota muito mimada e é arrastada por seus pais para passar dois meses na fazenda dos seus avós sem nenhum tipo de tecnologia, tendo que se adaptar aos costumes de lá. Ela cria ódio pelo zelador e para ele não é diferente, já que ele ode...