Capítulo 23

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Passo os canais um por um na TV, mas nada de encontrar um programa que me segure por mais de dois minutos.

Fazem exatamente cinco dias que  voltei para a cidade. E não, não tive notícias de John, nem de minha vó. Só sei que estou numa eterna tristeza. Mas eu nunca me afundei realmente por causa do meu bebê que me dá forças.

- Filha, sai dessa, vai.- Minha mãe diz se sentando ao meu lado no sofá.

- Não dá, mãe, e a senhora sabe muito bem disso.- Digo sem ao menos olha-la.

- Eu sei que é difícil ficar longe de quem amamos, mas você tem um lindo bebê que precisa da sua atenção.- Segura minha mão e suspiro.

- Eu sei, e eu dou o máximo de atenção que consigo.- Passo a mão levemente por cima da ondulação que se forma em meu ventre.

- E por falar nisso, quando vai fazer a primeira consulta?- Alisa minha barriga também.

- Só com o John.- Olho para TV  novamente.

- Mas sabe que ele precisa de cuidados desde já.- Me alerta.

- Mas eu não consigo ir sem ele.- Suspiro e sorrio derrotada.- Estávamos combinando de irmos juntos no dia seguinte. Mas foi quando meu pai resolveu me arrastar de lá.

- Não fique assim com seu pai, ele só precisa de tempo para assimilar tudo isso.- Puxa meus ombros e me abraça.

É tão estranho ficarmos tão próximas assim, normalmente isso só acontecia com meu pai, ficávamos conversando por horas e ele sempre me abraçava ou beijava.

- Mãe, ele poderia muito bem pedir um  tempo, só ele mesmo, sem necessidade de me arrastar de lá daquele jeito.- Digo frustrada.

- Olha, eu vou ter outra conversa com ele, está bem?- Me assegura.

- E se não adiantar?- A olho preocupada.

- Vai dar certo.- Sorri e beija minha testa.

- A senhora sabe que ele está irredutível.- Suspiro cansada.

- Tudo em seu tempo, meu amor.- Sorri de forma carinhosa e repousa sua mão em minha barriga.- Deve estar com saudade do seu papai, não é mesmo bebê?- Diz com voz de criança.

- Ele sente, mãe?- Pergunto sentindo medo por por meu bebê estar sofrendo.

- Sim, filha. Ainda mais se o John conversava com ele com frequência.- Oh meu filho.

- Sim, John conversava com muita frequência, principalmente a noite.- Digo lembrando da primeira noite quando descobrimos a gravidez.

"John levantou a minha blusa e ficou encarando minha barriga que agora está exposta a ele. Sua mão espalma nela e a acaricia.

- Boa noite, filho.- Beija minha barriga e eu quase chorei com a cena.

- Que coisa linda, John.- Sorrio e o puxo para mim.

- Eu disse que já amo ele.- Sorri e me beija."

- Então ele sente, esta habituado a ouvir naquele mesmo horário.- Sorri compreensiva.

- Não sei se é possível, mãe, mas esses dois dias está difícil de dormir, eu sinto ele endurecer.- Digo com minha mão ainda em minha barriga.

- Deve ser fruto da sua imaginação, Ally, suponhamos que você esteja de dois meses, um bebê não mexe com esse curto período de tempo.- Diz convicta.

- Certo, deve ser então.- Sorrio e me aprofundo ainda mais em seus braços.- Obrigada, mãe, por tudo. Por ter me apoiado com o John e por entender a minha gravidez precoce.- Olho em seus olhos.

Meu CowboyOnde histórias criam vida. Descubra agora