Meu Cowboy

Capítulo 18

- Calma, rapaz.- Enzo estende as mãos e ri.

- Eu não vou perguntar de novo.- John diz com uma voz ameaçadora.- Amor, que tal me esperar lá no quarto?

- Não. Sem chances.- Digo rapidamente balançando a cabeça.

- Sabe que não pode passar nervoso.- Sussurra.

- É só não me fazer passar.- Devolvo e seguro sua mão.

Sei que John é super protetor, ele já demonstrou, como também a minha vó disse para mim. Mas parece que ele ficou ainda mais depois que descobrimos a gravidez.

- Bom, eu sou Enzo. Não sei ao certo, mas acho que tenho algum parentesco com você.- Aponta para o John que começa a ri.

- Nunca.- Diz agora sério.- Eu não tenho parentes.

- Também achava que não.- Levanta os ombros.- Quero dizer, não pela parte da família biológica.

- Do que  está falando? Não pode ser mais direto?- John pergunta sem paciência.

- Acho que sou seu irmão.- Solta como se estivesse falando que o sol é amarelo.

John não fala nada de imediato, mas percebi que ele não gostou devido ter apertado a minha cintura com força e sua respiração fica desregular.

- Você é louco? Meu irmão morreu. Esta querendo a herança dos meus pais?- John altera o tom da voz e eu apenas consigo ficar mais confusa.

Como assim "meu irmão morreu"? Eu não sabia que John tinha um irmão, ou teve. O que está acontecendo aqui? É alguma brincadeira?

- O que? Claro que não.- Enzo emburrou e pareceu não gostar da acusação de John.- Como assim herança?- Enzo muda sua expressão para confuso.

- Por favor!- John falou irritado.- Não vai me dizer que veio aqui dizer que é meu irmão morto só para pegar a herança?- Levanta as sobrancelhas.

- Meu Deus.- Exclamou e seu rosto que esteve sempre feliz, ficou abatido.- Eles morreram?

- Você é até um bom ator.- John ironizou.

- Eu... Eu...- Enzo parecia mesmo surpreso com a notícia. Mas John estava irritado demais para perceber isso.

- Você está bem?- Soltei minha mão lentamente do John.

- Alice.- John me repreendeu e me segurou pela cintura.

- Espera, John.- Segurei seu rosto em minhas mãos e pedi silenciosamente para que ele confiasse em mim.

Ele suspirou e balançou a cabeça lentamente me soltando. Voltei a me aproximar do Enzo que parecia segurar o choro com todas as suas forças.

- Enzo, esta tudo bem?- Me aproximei lentamente.

- Sim.- Ele disse, mas eu sabia que era mentira, até porque estava escrito no rosto dele.

- Não é verdade.- Toquei seu ombro e escutei John reclamar atrás de mim.- De onde veio?

- De Angra dos Reis.- Ele disse num sussurro.

- Por que está tão abalado?- Perguntei e ele me encarou.

- Acabei de descobrir que meus pais morreram, como queria que eu ficasse?- Diz um pouco rude.

- Fala direito com ela.- John falou mais alto.

- Olha, acho que foi um erro eu ter vindo.- Passa as mãos pelos cabelos.

- Que bom que reconhece.- John cuspiu as palavras.