Assim que Aline estaciona o carro na garagem de casa desço do carro e vou correndo para o escritório do meu pai, mas ele e Frederico não estão lá; vou à cozinha e os encontro almoçando.
-Vou fazer uma festa aqui em casa para me vingar do Frederico Batista que me encheu o saco na noite passada – digo para ele.
-Esse Frederico é o filho de Roger Batista? – Meu pai pergunta e eu sorrio ao confirmar balançando a cabeça; meu pai odeia o pai de Frederico porque uma vez Roger tentou sabotar uma construção dele, essa é uma história muito antiga, mas o meu pai nunca se esquece dela. – Márcia! – Meu pai chama pela ajudante do nosso cozinheiro. – Mande comprar tudo o que Thomás pedir e arrume algumas pessoas para ajudar hoje de noite. Vamos ter uma festa aqui em casa.
Vou andando para perto da escada e Marcos, Aline e João me seguem.
-Vamos fazer assim – falo. – Aline e Marcos vão avisar á todos que conhecemos sobre a festa (principalmente aqueles que conhecem o Frederico); eu e João vamos decorar a casa.
-Eu não sou muito bom com decorações – João fala. – A não ser que você queira tudo em um padrão de verde-escuro e branco.
-Com toda certeza não, preferiria tudo preto. Você ajuda Aline á mandar mensagens, então – entrego meu telefone para ele. – Marcos você me ajuda na decoração.
Aline e João sobem para a biblioteca já começando á mandar as mensagens, Marcos e eu vamos para o quartinho onde guardamos as decorações – fazer esse quarto foi ideia da minha mãe porque nós sempre produzimos festas demais aqui em casa, então é mais fácil simplesmente ter todo tipo de decoração para qualquer tipo de festa temática do que estar sempre comprando mais.
-Então, como acha que devemos montar a decoração? – Pergunto para Marcos enquanto abrimos algumas caixas.
-Vamos decorar tudo com as cores do arco-íris – ele fala. – Quando o Frederico ver as fotos dos convidados na internet, com uma decoração tão simbólica...
-Ele vai pirar pelas pessoas terem trocado a sua festa por uma de temática LGBT. – Completo seu raciocínio sorrindo de orelha á orelha, e então começamos a levar tudo que seja de uma das cores do arco-íris para o lado de fora.
Você pode pensar que talvez eu esteja sendo precipitado demais ao ter tanta certeza que as pessoas deixarão de ir para a festa do Frederico para vir a minha, mas o fato é que todos amam as festas que nós damos, todos adoram participar das festas dos Lavorini; mas nos últimos meses nós não temos feito nada em casa, por causa do cansaço constante da minha mãe causado pelo tratamento, então ao saberem que a nossa casa estará "agitada" novamente é meio que de se esperar que as pessoas irão querer estar aqui para a minha festa.
-Thomás – Márcia me chama da porta da cozinha quando coloco uma caixa grande no meio do hall. – O que você precisa que eu compre?
Começo á listar para ela nome de bebidas e comidas que eu quero, enquanto falo rapidamente ela anota tudo em um caderno e quando eu termino de falar ela ri.
-Trarei tudo o mais rápido possível – ela diz e então volta para a cozinha.
-Vinte e uma horas é tarde demais? – Aline diz descendo a escada. – Você não nos disse que horas a festa será.
-Vinte e uma está perfeito, já terminaram?
-Não, o deixei sozinho por um momento; vou beber algo estou com sede– ela diz andando em direção á cozinha e antes de entrar fala: - garoto eficiente esse João. – Eu e Marcos rimos.
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A Inútil Capacidade de Ser Receoso
Teen FictionThomás Lavorini nunca teve um bom relacionamento com o pai, e depois que Raphael, seu pai, o levou para a casa de uma tia por uma semana para esconder o fato de sua mãe ter morrido, as coisas só tendem a piorar. Em meio á um ataque de raiva Thomás...