Depois de minutos andando nós paramos em frente ao prédio de dois andares pintado de vermelho. A placa sobre a entrada do prédio é tão grande que é possível vê-la de muito longe. GALAXY'S diz ela em letras azuis garrafais.
-Essa boate também é do seu pai? - João pergunta depois que bato na porta de vidro.
-A boate do pai dele é a LL, mas a maioria das pessoas prefere aqui. - Marcos responde.
-A Galaxy's é um dos poucos, se não o único, estabelecimento que lucra mais que o concorrente da franquia da minha família. Por isso meu pai odeia esse lugar. - Falo e bato na porta outra vez.
-Então por quê você vem aqui? - Ele pergunta.
-Estou indo! - Alguém grita de dentro da boate.
-PJ, o dono da boate, é o melhor DJ da região. - Digo.
A porta de vidro se abre e todos ficamos olhando para a mulher alta de cabelos roxos parada na porta.
-Oi Bety! - cumprimento. Bety é a esposa de PJ.
-Oi Thomás, e Aline, e Marcos, e garoto que nunca vi. - Ela diz de forma gentil.
-A gente queria dançar um pouco. -Aline diz.
-Entrem, nós estamos arrumando as bebidas - ela diz sorrindo e nós passamos pela porta.
Nós andamos pelo corredor e chegamos a pista de dança.
-E aí, jovens - PJ, um homem alto de cabelos azuis, grita atrás do balcão do bar no lado contrário ao que entramos, nós o cumprimentamos. - Nova presa Thomás? - Ele diz apontando para João.
-Certinho demais para o meu gosto PJ. - Brinco.
Bety vai até o balcão do bar, pega um molho de chaves e volta andando em nossa direção.
-Dirige o som garoto - ela diz entregando as chaves para Marcos.
Marcos pega as chaves todo animado e vai correndo em direção à gaiola, o local onde fica o DJ e seus aparelhos - a gente chama dessa forma porque o local realmente parece uma gaiola.
-Quem são aquelas crianças? -João aponta para o menino e a menina pulando na cama elástica no fundo da pista de dança.
-Rufus e Rose, os filhos de PJ e Bety. -Aline responde. -Não se preocupe, eles não ficam aqui durante o horário de atendimento, só no turno da manhã. - Ela explica antes que João se assuste.
A música começa a tocar, no início é um toque lento e calmo e de repente uma mulher começa a cantar e a música fica animada.
Eu e Aline começamos a dançar e João nos acompanha, Marcos também dança lá encima na gaiola. Ele começa a fazer uns remixes e a música fica ainda mais legal.
-Isso aí garoto! - PJ grita do bar e seus filhos gritam também lá da cama elástica. Nós rimos.
Logo começa a segunda música e nós continuamos dançando ainda mais animados.
-Isso é muito legal - João grita sorrindo por causa da música alta.
-O quê? - Pergunto.
-Só nós aqui dançando. - Diz e nós rimos.
-Vou pegar algo para beber, vocês querem? - Faço que sim com a cabeça e João mostra o polegar para ela, e então ela vai em direção ao bar.
Um minuto depois ela volta e Marcos está com ela. Pegamos as latinhas de refrigerante de sua mão e continuamos dançando.
-Coloquei na lista de reprodução. - Marcos fala dançando ao meu lado.
Dançamos música após música rindo uns dos outros e quando vemos que os filhos de PJ saíram da cama elástica nós corremos para lá. A cama elástica é quadrada e dividida em três partes e cabe no mínimo umas oito pessoas.
Nós pulamos, dançamos e ficamos rindo quando um de nós cai e não consegue se levantar porque os outros estão pulando.
*
Mais ou menos uma hora e meia depois nós decidimos ir embora. Pago as nossas bebidas e então saímos da boate ofegando e rindo.
-De quem foi essa ideia maravilhosa de colocar uma cama elástica em uma boate? - João pergunta sorrindo.
-Do próprio PJ - Marcos responde.
-Acho que você entendeu porque vamos a Galaxy's. - falo.
-Sim. Você é muito bom! -Ele fala para Marcos.
-Pelo quantidade de aulas que ele faz, ele precisa ser - Aline fala, nós rimos.
Nós vamos andando pela calçada em direção a praça do comércio.
-Como vocês se conheceram? - João pergunta de repente.
-Quem conta a história agora? - Pergunto olhando para meus amigos.
-O Marcos contou na última vez. - Aline diz.
-Não, foi você. Na semana de palestras da escola, a professora de Educação Física quem perguntou. - Marcos fala.
-É mesmo - Aline fala. - Então agora é a sua vez Thomás.
-Tudo bem - digo e então começo a contar.
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A Inútil Capacidade de Ser Receoso
Fiksi RemajaThomás Lavorini nunca teve um bom relacionamento com o pai, e depois que Raphael, seu pai, o levou para a casa de uma tia por uma semana para esconder o fato de sua mãe ter morrido, as coisas só tendem a piorar. Em meio á um ataque de raiva Thomás...