Passamos boas horas dentro do cinema. Fizemos praticamente uma maratona, só faltou um colchão, uns travesseiros e uma coberta e eu moraria aqui de bom grado.
Saímos do cinema por volta das 16:30,o céu escuro como se fosse noite, colocamos o pé pra fora do cinema e caminhamos em direção à um ponto de táxi próximo ao cinema, mas uma chuva torrencial começa a cair do nada, nos pegando de surpresa e pra fechar com chave de ouro um vento forte se choca contra nossos corpos. Math me puxa de encontro ao seu corpo, fazendo uma barreira contra o vento. Corremos pela rua molhada, desviando de pedestres que andam na direção contrária praticamente nos atropelando. Chegamos ao ponto de táxi e a maioria dos taxistas não concordam em nos levar, pois alegam que iríamos molhar o estofamento do carro. Reviro os olhos, o vento continua soprando forte e como estou molhada da cabeça aos pés, meu corpo treme
Um senhorzinho que acabou de estacionar seu táxi na fila, vem até nós.- Precisam de uma corrida jovens?- pergunta simpático.
- Sim senhor mas nenhum deles- aponta para os taxistas sentados nos bancos- Querem ganhar dinheiro.
- Isso é coisa que se faça? - olha para todos sentados. - Não vêem que a jovem está grávida? E ainda por cima ensopada por causa desse pé d'agua? Só porque vão molhar o banco? O casal só quer ir embora, eu duvido que se fosse a mulher de vocês, vocês iriam gostar. - se vira para nós- Não se preocupem, eu os levarei. Não deixarei um casal que esperam um filho nesse chuva. Vamos...entrem.
Meu rosto cora intensamente, eu acho que fiz curso pra isso porque não é possível. Estou morrendo de frio e Math, como se lê-se meus pensentos, me abraça e o calor do seu corpo faz o frio que está em mim diminuir. O senhorzinho olha pelo espelho e sorri ao ver a cena que se passa atrás. Recosto meu rosto no peito de Math e espero que cheguemos ao prédio.
Assim que chegamos, Math paga e saímos do táxi. Mas antes que o taxista coloque o carro em movimento novamente diz:- Felicidades ao casal , que vocês sejam muito felizes com a chegada dessa criança na vida de vocês.
E se vai, abaixo a cabeça me sentindo um tomate sendo frito em fogo alto. Estou mais vermelha que tudo. Subimos as escadas silenciosamente.
Ao chegarmos em frente a porta do meu quarto. Pego a chave no bolso da calça e destranco.- Tome um banho quente e se agasalhe. Vou preparar algo pra você e venho okay?
- Não precisa Math, só quero um banho e cama pelo resto da noite.
- Não adianta protestar, vou tomar um banho e preparar algo pra nós.
- Okay, até daqui a pouco Math.
- Até Agatha.
Entro meu quarto e vou direto para o banheiro. Vou tirando minha roupa ensopada e deixo na porta. Entro e tomo um bom banho quente.
Saio e ando até o guarda roupa. Pego um conjunto moletom, uma blusa preta regata e meias, lógico! Visto tudo e ando exausta até o painel rotativo da tv, viro para a cama. Estou com apenas três meses, mas já sinto o peso da minha barriga. É bebê... Você tá crescendo rápido.
Me deito e estilo o braço, alcançando o controle,pego e ligo. Me cubro e fico assistindo até que Math bate na porta, sei que é ele. A contra gosto me levanto e chego até a porta, a abro e logo ele entra com a comida. Meu estômago se manifesta, logo nos servimos. Vamos até minha cama e nos sentamos lado a lado. Comemos e conversamos, brincamos.
Após o término da nossa refeição, Math toma o prato das minhas mãos e vai pra pia, protesto mas o mesmo finge que não me ouve e limpa tudo, fico pensando que a mulher que tiver o Math como companheiro, será muito sortuda.
Filme começa na tv, o chamo pra assistir. Na metade do filme já estamos deitados um lado do outro. Muitos vão achar que estou querendo "dar" pra ele, mas não é nada disso. Ele é meu amigo, o único que quando soube de tudo não me virou as costas, pelo contrário se preocupa comigo e com meu filho, coisa que meus próprios pais negaram fazer. Fecho meus olhos pra evitar que algumas lágrimas escapem. Me dói pensar que as duas pessoas que diziam estar comigo em tudo, me acusaram de ter concentido com tal ato e me viraram as costas, dói muito pensar isso, sendo que nunca eu iria fazer algo do tipo.
Quando abro meus olhos, me assusto ao ver Math virado pra mim me encarando.
Sem que eu tenha reação, sua mão vai até meu rosto e seca as lágrimas que inutilmente tentei segurar.- Agatha, não pensa nisso. Eu vou estar sempre com você.
Como resposta, apenas dou um sorriso fraco. Sem ele eu estaria completamente perdida.
Impulsivamente abraço sua cintura e afundo meu rosto em seu peito. Ele é o meu porto seguro e sem ele eu desmorono.
Não tenho mais vontade de assistir nada, e como se tivesse entendido, Math desliga a tv e.o quarto inteiro fica no escuro, a não ser pela janela de vidro que deixa entrar as luzes noturnas de Seattle. É possível apenas se ouvir o som das nossas respirações e ao fundo o barulho da incansável Seattle, que quase nunca dorme.
Suspiro e me deixo levar pelo cansaço amanhã ainda será minha folga e não pretendo me levantar dessa cama tão cedo.
Logo a escuridão e a calmaria do sono me recebem de braços abertos.....Notas da autora:
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Byyee....
😌💁👋
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Mãe Solteira -[PAUSADA]
RomanceCom 17 anos, Agatha é vítima de um estupro. Jurada de morte se contar a alguém,pensa inúmeras vezes se aborta ou carrega essa criança dentro de si. Rejeitada pelos pais se vê sozinha e grávida, sem eira bem beira. Mas com coragem consegue se erguer...