Lucie

44 10 3
                                    

Isso está mesmo acontecendo?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Isso está mesmo acontecendo?

Olho pro meu vestido vermelho xadrez, calça leggings, bota e cabelo solto.

Mamãe e Elijah estão vindo para o almoço.

Respiro fundo e como para o andar de baixo. Os pais de Misaki são tão bons em culinária e tão amáveis que estou me esforçando para não levá-los no final de semana embora comigo. Dentro de uma mala. Isso mesmo.

É tão empolgante!

- Lurie! - Wada me chama - olha que lindo!

Ela está tão fofinha. O vestido que Sakura comprou para Wada usar no casamento é lindo. E por falar em casamento...

- Não vejo a hora! Quer dizer, eu vou estar linda! - ela pula com a pilha ligada.

Sorrio para ela e suas travessuras.

- Vem aqui! - corro para ela abrindo os braços.

Ela me aperta forte junto dela, cheiro de baunilha e bracinhos delicados.

- Você não pode ir Lurie, por favorziho! Pede pra Misaki te deixar aqui também...

Sinto-a tão perto de mim e já me sinto com saudades dela, dos pulos, da gritaria, de Wada pra lá e pra cá. Talvez eu leve a sério a história da mala.

Ajudo-a a tirar o vestido e a guardá-lo enquanto todos estão ocupados em se arrumarem.

Todos decidiram se arrumar e tornar o almoço memorável porque, como disseram, é importante para mim, então, também é importante para eles.

Sinto meu coração pular acelerado, a espera me corroendo por dentro.

No fim de semana acontecerá o casamento de Sakura e essa será minha deixa. Irei embora na manhã seguinte.

Posso sentir a dor repentina em pensar em ir embora pra sempre. Mas.. torço para não ser um pra sempre.

Talvez nos reencontremos? Talvez um dia eu possa vir para cá e conhecer Misaki melhor?

Eu espero que sim. Sinto isso em meu coração. Não, definitivamente, não será o fim.

- Lucie! Atenda a porta!

Pisco confusa e acordo dos meus devaneios. Eu nem notei que a campainha tinha sido tocada.

Corro para a porta da frente e tento me manter normal. Espero que mamãe não me olhe com reprovação como antigamente, e que venha em seguida a frase: Lucie! Você mora em Paris querida!

Toco na maçaneta gelada pelo frio do inverno e suspiro.

A porta se abre mostrando-me mamãe perfeitamente linda em seu casaco azul marinho, o cachecol devidamente arrumado e o sorriso. O sorriso que eu me lembrava. Aquele que ela dava todos os dias de manhã antes de papai morrer.

Des(conhecidas)Onde histórias criam vida. Descubra agora