Firebird - nascida das cinzas.

4Birdie.

" Não foi fácil ver Taylor no colo do canalha, mas eu estava tão feliz que ela estava viva que no momento eu só sentia gratidão. Eles logo ligaram o carro e me levaram dali da frente da mansão do Alejandro. Tinham medo que eu fosse dar uma de rambo e meter chumbo em todo mundo.

Agora eu andava colada com a gangue do Victor que obedecia ao B.Dung, o traficante rival de Alejandro. Morava com eles agora, num galpão perto das docas. Diziam que eu era a mascote do grupo e me fizeram passar por alguns rituais de iniciação. Esses malucos andam vendo muito documentário sobre a Yakusa Japonesa. Fiz algumas coisas poucas, outras humilhantes e algumas entendiantes. O bom é que em pouco tempo eles gostaram do meu desempenho e me deram mais responsabilidades e acabaram confiando mais em mim.

Ainda vejo o meu irmão, mas não quero ele tendo contato com esse mundo. Vou conseguir me reerguer e trazer meus irmãos para morarem comigo. Tinha doze quando perdi meus pais e agora com quatorze anos me faltava mais uns anos pra atingir a maioridade. Ainda não podia ficar como a responsável deles. Voltei mais algumas vezes na minha antiga casa e descobri que meu pai tinha mais um esconderijo para um arsenal de armas no quartinho.

Chamei os caras e eles me ajudaram a levar tudo pro galpão. Anotações do meu pai, o quadro que com a hierarquia do tráfico, arquivos da polícia que eu não tinha ideia que ele conseguiu. rolos de filmes e um notebook. Arranjei um cantinho e recriei o quartinho no meu quarto no galpão, não deixava ninguém entrar no meu quarto e eles respeitavam isso.

Voltei algumas vezes na casa e na última vez eu vi um memorando da prefeitura dizendo a data para a demolição da casa. Passei a noite lá aquela noite, dormindo no quarto dos meus pais. Acordei com um tremor da casa e um barulho de paredes sendo derrubadas. Pulei da cama e sai em direção da escada que nesse momento foi destruída pela parede que caiu nos degraus, pela bola de demolição.

Eu peguei carona na bola e me joguei antes que ela acertasse a parede da sala. Cai rolando nos destroços, me ralando inteira. Me levantei correndo abaixando da bola que voltava e sai escalando os destroços da parede ao lado da porta que já estava derrubada. Os homens olharam assustados pra mim e eu sai como se nada tivesse acontecido de lá.

Ás vezes acho que tenho duas pessoas dentro de mim, uma Lauren hardcore que vive pela adrenalina e a outra Lauren que só queria uma família e encontrar um lugar pra descansar os ossos. As duas sempre estão em acordo e me livrarão de muitas furadas. Eu poderia fazer parte dos escombros nesse momento.

Quando eu decidi levar as coisas do meu pai, era só pra ter algo dele comigo, mas uma noite eu estava sem sono e fiquei lendo uns dos arquivos. Oque me levou a uma foto, que me levou a um distribuidor e foi indo assim. Virei a madrugada mergulhada de cabeça naquilo tudo, desvendando o esquema do império de Alejandro. Aquilo parecia pesquisa de anos.

Cheguei a uma conclusão aquela manhã, olhando pra foto de Alejandro Cabello na minha mão. Meu pai havia descoberto o calcanhar de Aquiles, só não teve tempo de abater o gado. Me sentei no meu colchão me encostando na parede do meu quarto. Eu tinha a vingança perfeita nas minhas mãos, mas antes eu queria estar por cima quando eu assistisse a queda dele.

Passei alguns anos me aperfeiçoando e aprendendo os negócios com B. Dung, ele virou meu mentor e segundo pai. Entre um serviço e outro eu via o Cris e Taylor de longe, sempre que conseguia. E me informava e aprendia cada vez mais do império de Alejandro. Quando alcancei meus dezoito anos, já era o braço direito de B. Dung e fui renomeada com o codinome Firebird.

Por que depois do incêndio eu renasci com uma nova pessoa. Ganhei minha segunda chance.

Com o tempo as pessoas que me conheciam paravam de me chamar de Lauren. Poucas pessoas sabem do meu nome verdadeiro. Meus amigos, que eram poucos, e meu irmão me chamavam de birdie. O resto era Firebird ou Effebee.