- Mas... o que você pensa...?- Ele não esperou o homem terminar de falar, aos poucos a porta foi se abrindo e dois pares de olhos cinzas me buscaram. Ele não havia mudado nada desde a ultima vez que nos vimos. Seus cabelos tão negros quantos os meus caiam levemente sobre seus olhos, a barba por fazer e uma nova tatuagem no pescoço o deixava com mais cara de rebelde do que ele realmente era. Todos na sala entraram em um silencio mortal, quase conseguia ouvir seus pensamentos.- Olá Eve.- ele sorriu para mim, e não fui mais capaz de me segurar.
- Tio Max!!- corri para os seus braços com uma alegria que a muito não sentia. Seus braços me pegaram como se eu ainda fosse aquela pequena garotinha de 7 anos, eu não senti cheiro de culpa ou de medo. Ele cheirava segurança e carinho. Sei que parece estranho, mas eu consigo de certa forma sentir as pessoas...
- Hm...- Olhei para Marta que estava logo atras de mim com cara de poucos amigos- O que veio fazer aqui?
Olhei para Max em busca de ajuda e como sempre ele continuava calmo e sério, lembro-me de que isso me irritava muito. Ele endireitou a postura e voltou-se para Marta.
- Você sabe muito bem o porque de eu estar aqui.
Ela pareceu desconcertada e suas bochechas gordas voltaram e ficar rosas.
- Acredito que Eveline estaria bem melhor aqui... Com a Família dela.
Ela olhou para mim sorrindo falsamente esperando que eu concordasse, mas o desespero de ficar com essas pessoas foi tão grande que tive que me concentrar o máximo de minhas forças para não chamar as criaturas novamente. Senti a mão de tio Max me apertar levemente o braço, e aos poucos fui ficando mais calma.
Olhei em volta para me certificar de que nenhuma criatura anormal se encontrava, mas apenas o chiado irritante havia voltado, dessa vez um pouco mais forte, então deixei que Max segurasse meu peso.
- Não vamos começar com essa discussão novamente Marta... Você sabe que.
- Que Anna deixou a guarda de Eveline com você!- ela disse um pouco mais alterada do que de costume, o que a fez levar mais alguns segundos para se recompor.
- Ora Marta deixe de drama, deixe eles irem...- Olhei para tio Sam que estava tentando nos ajudar, o que foi estranho já que eu sabia que ali ninguém nunca foi com a cara de tio Max, só minha mãe que ainda enquanto viva fez questão de manter um vinculo com ele.
- Eu não consigo entender o que Anna tinha na cabeça quando decidiu deixar a menina com esse...
Senti a pressão de sua mão ficar um pouco mais forte em meu braço. Olhei em seu rosto para me certificar que tudo estava bem, mas ele apenas sorriu para mim. Os barulhos estáticos em minha cabeça estavam começando a me fazer sentir náuseas. Eu tinha que sair de lá. Logo.
Fui até onde minhas malas estavam, e enquanto voltava com minha bolsa senti o braço de Marta tocar o meu. Ela realmente estava com raiva, mas eu também pude sentir outra coisa... Medo. Olhei em seus olhos, mas não consegui encontrar a fonte de tal sentimento.
- Só me prometa que vai tomar cuidado minha querida...
- Prometo.
Coloquei minha pequena mochila nas costas enquanto Max pegava minha mala, passei por todos os familiares que me olhavam como se eu estivesse indo para um abatedouro, mau sabiam eles que eu estava era me libertando, sorri para tio Sam antes de a porta se fechar atras de mim.
Caminhamos em silencio ate a saída do prédio. Em parte porque ainda estava um pouco tonta e outra, era que com Max eu sabia que nos dávamos melhor com o silencio. Entramos no carro e pela segunda vez notei uma movimentação na esquina próxima, mas como estava anoitecendo não consegui ver muita coisa. Olhei para frente onde Max estava sentado pronto para dar partida e me surpreendi com seus olhos cravados em mim.
- Está melhor?- Você não sabe o quanto...
- Sim tio Max. Para onde vamos agora?- Um pequeno sorriso se formou em seu rosto enquanto ele dava partida no carro.
-Comprei uma casa nova no sul da cidade, você vai gostar de lá, tem muito espaço, é um lugar quieto e pra melhorar... Ninguém vai te incomodar lá.
Com isso eu sabia que ele estava se referindo a tia Marta e o resto da família, menos tio Sam, eu gostava dele. Isso já foi o suficiente para um sorriso brotar em meu rosto e eu enfim conseguir dormir um pouco.
Acordei algumas horas depois com o céu completamente negro, notei que a rua onde tínhamos entrado era completamente diferente da que Marta morava, Max tinha certeza em dizer que o lugar era realmente espaçoso, haviam poucas casas e pelo o que notei o local era para pessoas de classe alta, e uma floresta se encontrava próxima.
-Que bom que acordou Eve- Ele era o único que me chamava como eu realmente queria ser chamada- acabamos de chegar.
Dizendo isso ela estacionou o carro em frente a uma enorme (Ela era realmente grande) casa, notei que ela tinha um acabamento em madeira e continha enormes janelas de vidro, apenas algumas luzes estavam acesas, mas foi o suficiente para notar sua beleza. Max estava logo atras de mim, esperando eu terminar de admirar a casa, olhei para ele com um sorriso de aprovação.
- Que bom que gostou. De agora em diante essa será a nossa casa.
Meu coração deu um pulo de alegria.
Casa... eu enfim estava em casa.
Oiii pesesoas lindas!! Bom espero que realmente estejam gostando da história, sei que ainda esta no começo do enredo, mas já tenho muitas coisas prontas para vocês. Infelizmente como eu disse nunca fui muito fã de fazer fic ainda mais com o tema Creepypasta. Por isso a ajuda de vcs é muito importante para eu saber que estão gostando e assim eu possa continuar a postar, então votem, comentem e mostre a história para amigos para assim ela ficar conhecida e eu consiga continuar a postar. obrigada por estar aqui. Grata desde já.
Babiz. M.
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Lies.
Fanfiction"Eu nunca acreditei em histórias de terror, pra mim elas não passavam disso. Nunca tive que me preocupar com os monstros do meu armário, ou o que havia em baixo da cama. Nunca tive medo do escuro. Desde que me entendo por gente eles sempre foram re...