- Você ainda não me disse como sobreviveu sem mim por todo esse tempo.
Max estava na mesa do café me encarando por trás do jornal. Ele havia voltado dois dias atrás. E tentei de todas as formas esconder dele o que havia acontecido. Me peguei várias vezes quase soltando uma informação comprometedora. O senhor que se diz meu avô foi bem claro ao dizer que eu devia manter segredo sobre ele e meus poderes. E sabia que o meu tio não ficaria feliz em saber que tinha assassinos no meu quintal.
- Tio Sam foi bem prestativo...
Noto a tensão no rosto de Max e sabia que com isso o assunto se dava por encerrado.
- Por onde andou tio?
Ele sorriu um pouco antes de pousar o jornal na mesa.
- Indonésia.
Minha boca abriu de imediato, era um dos países que eu mais me interessava em conhecer
- Não acredito!
Ele então tirou algo de seu bolso e estendeu para mim.
De sua mão caiu uma linda pulseira feita a mão com algumas pedras. Era linda.
- Pois pode acreditar. Trouxe até um presente.
Sorri ainda mais colocando a pulseira em minha mão. Me levantei e corri para dar um beijo em seu rosto.
- Obrigada tio!
Ele me encarou por um momento como se fosse me corrigir de algo, mas seus olhos voltaram a encarar a janela, e logo estava lá o velho tio Max todo fechado.. Notei que ele estava um pouco cansado, tinha olheiras e marcas pelo braço, ele também estava tendo problemas, o que me fez mais uma vez guardar tudo para mim e subir calada ao quarto.Assim que entro no meu quarto mando uma mensagem para Marcus informando que estava tudo bem, mas ele não respondeu, vou fazer questão de encher o saco dele por isso.
Apos um tempo vejo minha janela aberta e em cima da minha cabeceira novamente a garrafa cheia do líquido azul. Me aproximo e noto um bilhete.
Querida Eveline.
Sei que lhe prometi explicações, mas percebo que minha presença no momento pode lhe causar problemas. Não tente entender tudo agora, cada coisa em seu momento. Tome um pouco mais do xarope caso se sinta fraca, mas somente se se sentir fraca e apenas um gole.
Até breve.Peguei a carta e escondi junto com a garrafa dentro de uma gaveta, eu já havia parado de tentar entender a muito tempo... deitei na cama e fechei os olhos. E pela primeira vez em muitos dias enfim dormi profundamente.
***
Acordo com um barulho alto, me levanto ainda grogue por conta do sono e pela janela noto que já havia anoitecido.
- Tio Max?- Grito mas não tenho nenhuma resposta.
Um pânico se instala em mim. Me levanto lentamente e vou até a porta.
Abro com cuidado, mas a tempo de ver algo sendo atirado em minha porta. Corri para as escadas quando o que imaginei ser um corpo ser arremessado em minha direção. Não tive tempo de ver se era Max, apenas corri até a sala.
Meu peito pulava enquanto eu tentava chegar porta. Mas sinto minhas pernas serem puxadas, assim que olho para trás vejo uma das criaturas me puxando. Fazia tanto tempo que não via uma que o medo voltou a me perseguir.
- MAX!!!
Grito em vão. Ele não poderia me ajudar.
Então sinto o calor subir pelas minhas mãos e as direciono para a criatura. Ela voa inconsciente até o outro lado da sala enquanto um raio vermelho a atingia.
Me levanto com dificuldade sentindo muita dor em uma das pernas. Manco o mais rápido possível em direção a porta.
- A garota está fugindo!
Olho para a escada e vejo um homem com as mesmas roupas do homem que havia me atacado na floresta, e de acordo com a tatuagem no pescoço eles devia fazer parte do mesmo grupo. Tentei gritar, correr, fugir... Mas o medo me deixou travada no mesmo lugar. Vi quando o homem veio em minha direção. Senti minhas pernas falharem e eu cair no chão. Senti o homem a poucos passos de mim e também senti uma energia atingi-lo em um tom esverdeado. Sabia também que aquilo não tinha vindo de mim.
O homem caiu sem vida no chão, eu não estava entendendo o que tinha se passado. Mas fiquei ainda mais chocada com quem eu vi que tinha atingido o homem.
- Saia daqui! Procure Slender e diga que nos acharam!
Fiquei parada sem reação. Não podia ser ele...
- Anda Eveline!!
Me levantei em piloto automático e corri o mais rápido que pude com a perna machucada e algumas criaturas atrás de mim. Quando estava prestes a entrar na floresta me virei para casa conseguindo ver mais homens a invadindo, e no meio deles quem eu nunca imaginei que pudesse ser igual a mim... Mas ele estava lá, eu vi de suas mãos sairem energias tão poderosas que acabavam com 5 homens por vez. Me virei com o coração na mão por não poder ajuda-lo. Mas Max sabia o que estava fazendo...Max era igual a mim...
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Lies.
Fanfiction"Eu nunca acreditei em histórias de terror, pra mim elas não passavam disso. Nunca tive que me preocupar com os monstros do meu armário, ou o que havia em baixo da cama. Nunca tive medo do escuro. Desde que me entendo por gente eles sempre foram re...