A Festa do Magnus Bane

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Ao sair do Central Park sinto algo a observar-me. Não é como se fosse algo hostil mas é mais como uma presença que me é estranha. Nem a Briana nem o Alec conseguem captá-la por isso esforço-me para a ignorar e concentrar-me na conversa que decorre com os meus companheiros de luta.

- Eu não fazia ideia que ele planeava atrair-me para uma armadilha. – Resmungou a Bri pela terceira vez consecutiva. – Já basta de sermão!

- Foste irresponsável, Briana. – O Alec cruza os braços, amuado. – Aprendeste muito bem acerca dos poderes de sedução dos vampiros e mesmo assim foste logo agarrar-te a um!

- Alec, tu estás a tentar arranjar confusão comigo agora? Posso ter te magoado antes mas isso não te dá o direito de me dares um sermão! – A cara da Briana arde de raiva e os seus olhos parecem lançar faíscas para o Alec que se mantém imóvel a observa-la.

A expressão carrancuda que ele carrega põe-me desconfortável e enerva a Briana ainda mais, que parece estar a conter-se para não lhe acertar um soco na cara que o faça parar ao chão. Se há coisa que eu aprendi com os erros dos outros foi que quando a Briana está enervada o melhor é não a provocarem. Para além de ela ainda vos lançar uma praga abominável, é bem possível que acabem com um inchaço na cara e umas quantas outras dores no corpo todo. Neste momento, isso não era diferente. A única coisa que a impede de se atirar a ele é a amizade e admiração que sente.

- Tu nunca admites os teus erros, Briana. Viste o que aconteceu á Lauren. – Ela aponta para mim e eu fico com cara de: "Wow, desde quando estou inserida na conversa?" – Se não tivéssemos aparecido tu estarias pior que ela.

A Briana recua um passo ao observar-me. Felizmente já estávamos a chegar a casa portanto isso retirava o peso de ela voltar a fugir para um sitio qualquer saí das minhas costas. O pior é que os olhos verdes dela estavam mais baços que o costume e as suas mãos tremem.

Percebo que é altura de intervir antes que isto piore.

- Alec, já chega! – Exclamo quando estamos prestes a entrar para o jardim. – A Briana sabe que errou por isso podes parar com o raspanete. Deixa isso para o Jace mais tarde.

- Só estava a prepara-la para o discurso que vai receber.

- Ou não. Eu assumo a responsabilidade. – A Briana grita algo como "O quê!?" ao meu lado e o Lightwood quase deixa cair o queixo. – Dizes que eu provoquei um grupo de vampiros que encontramos no Central Park enquanto procurávamos pela Briana.

Ela, ao meu lado, começa a piscar os olhos tentando absorver tudo o que acabei de dizer enquanto o Alec apenas abana negativamente a cabeça com um sorriso divertido a formar-se no rosto. Quando ele deixa cair a cabeça para trás e começa a balançar os braços é que temos a certeza de ele está de melhor humor.

- Vocês são como unha e carne, as duas. Eu escondo o que aconteceu ao Jace.

Tanto eu como a Wayland atiramo-nos para o peito dele, apanhando-o desprevenido pois este quase cai para trás. Os três começamos a rir ao mesmo tempo que entramos no instituto. Assim que passamos a grande porta de madeira da entrada paro logo de rir para esfregar os braços com as minhas mãos.

- Alguém tem de propor ao Hogde que instale um aquecedor na entrada. Isto está gelado. – Tremo os dentes de frio e por causa dos arrepios que me trespassam a espinha.

- Lauren, anda! Vamos nos vestir. – Grita-me a Briana ao fundo do corredor, sinceramente eu detesto quando ela faz isto.

Sigo atrás dela enquanto o Alec vai até á biblioteca, suponho. Até tenho medo da reação do Hodge caso o Alec lhe conte toda a verdade.

Cidade Dos Ossos - Vista Por Outros OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora