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Liv


Sabia que meu avô era rico, mas esta ostentação toda só pode ter vindo de Bárbara. A mansão está localizada em um dos bairros mais nobres de Boston, estilo europeu contemporânea, espetacular, com paredes de vidro que permite a luz natural brilhar o dia todo, um jardim frontal impecável e outro na parte de trás onde também havia uma piscina gigantesca. Dentro da casa 5 grandes quartos com casa de banho privativa, e mais uns 3 quartos no térreo, área de bar, sala de bilhar, cozinha equipada com aparelhos profissionais, pisos de madeira, garagem para 3 carros, e um pátio onde daria para estacionar mais uns 10 se fosse preciso.

Dan não parecia surpreso como eu pois já conhecia a casa das muitas vezes que viera ali durante os anos que morou em Boston e nas férias quando ele não estava na França ou eu em Jacksonville.

- Uau! Será que em um desses quartos está o famoso guarda-roupas que pode nos levar a Nárnia??? - Perguntei com uma falsa expressão séria no rosto para Bárbara que na hora cruzou os braços sem achar graça alguma, já Dan e meu avô gargalharam alto. Eu só comprimo os lábios tentando segurar o sorriso.

- Que bom que gostou Olívia! Realmente o seu humor não é herança de sua mãe. - Bárbara retruca depois de revirar os olhos.

-Sim! Claro que gostei, apesar de ser demais para só quatro pessoas morarem.-Digo ignorando o comentário sobre minha mãe, ainda tentando entender porque tamanha mansão.

- Agora sete, com vocês dois. - Bárbara argumenta. - E ainda temos o jardineiro que mora nos fundos e o motorista que vez ou outra ocupa o quarto do primeiro andar. - Diz orgulhosa.

- Sete? - Dan pergunta atônito. - Além de vocês e Justina, quem mais? - Ele continua.

- Justina trouxe o casal de filhos gêmeos faz uns 6 meses para cá. Eles transferiram a universidade, se não me engano na mesma que vocês dois escolheram. Inclusive estão na aula neste exato momento, virão para o almoço.

- Lembro deles! Costumávamos brincar juntos quando passava as férias aqui. Ruan e Johana, nossa quanto tempo! - Dan comentou.

Não lembro de Dan ter comentado algo sobre os gêmeos!

Franzo o Cenho.

Mais tarde soube pelo meu avô que Justina de descendência latino americana foi governanta de Bárbara desde quando esta era solteira, foi contratada quando ainda estava grávida dos gêmeos que nunca conheceram o pai, quando Bárbara casou-se com meu avô, Bárbara fez questão de levá-la junto para Boston onde mora desde então. Os filhos na época tinham 4 anos e preferiram ficar com a avó materna, e passavam as férias com a mãe em Boston. Bárbara faz questão de pagar a faculdade dos gêmeos, e pelo que entendi eles nem sabem deste fato.

- Querida! Já tinha ouvido falar de sua beleza, mas era mentira! Você é muito mais bela do que me descreveram! - Justina tinha uma expressão alegre no rosto que apesar de parecer jovem era calejado, sorri de volta percebendo rapidamente que já gostava muito dela.

- Obrigada Justina! - Digo.

- Bem, já conhecem a casa, vocês têm duas horas até o almoço, se quiserem descansar, fiquem à vontade queridos! - Bárbara diz saindo da cozinha em direção ao escritório do meu avô, onde ele estava desde que começamos o tour pela casa.

- Ah! Eu vou mesmo já que meu irmãozinho aqui não me deixou pregar os olhos sequer um minuto durante a viagem. - Digo.

- O que? Mas o que eu fiz? - Ele perguntou perplexo. Eu gargalhei.

- Você sentou do meu lado! Acha mesmo que eu iria dormir? Sem contar naquela aeromoça que estava prestes a te agarrar a qualquer momento, precisava me manter acordada para cuidar de você! - Ele me abraçou rindo, e disse que também estava cansado. Por isso ambos fomos para os nossos respectivos quartos.

Me joguei na cama macia do quarto todo rosa chá, preparado para mim. E antes de pegar no sono pensei em vários acontecimentos até ali, a conversa com Tia Úrsula, o que Dan me contou sobre Nataly, a confissão de Pauline e Peter o rapaz que conheci na praia.

Pauline tem 13 anos mas me confessou de forma muito madura estar profundamente apaixonada por Dan, me pediu ajuda para tentar esquecê-lo, e eu não soube como respondê-la, na verdade fiquei totalmente sem o que dizer, primeiro porque eu nunca me apaixonei de fato, segundo porque apesar de Daniel ser meu irmão, nunca passei tempo o suficiente para saber como ele era com uma garota, eu sei que ele não enxergava Pauline desse jeito, mas era só. A única coisa que consegui dizer era que no coração não se mandava, ela não esqueceria dele até que alguém fizesse esquecê-lo.

Peter apareceu no quiosque onde estava conversando com Pauline, ele aparentava ter uns 21 anos, puxou conversa dizendo ser de Boston - onde estudava e trabalhava- e pediu indicações de passeios ali na região, a coincidência me fez compartilhar que também estaria indo para a mesma cidade com meu irmão. E apesar dele não ter revelado onde trabalhava ou estudava nos disse que cursava química, a matéria que mais odeio, e acho que isso é de família porque minha mãe também odiava em sua época escolar. Fiz uma piada sobre isso e ele fez outra fazendo Pauline e eu rirmos muito. Foi quando Dan e Ariel apareceram e notavelmente não compartilhavam da mesma alegria. Dan ficou com ciúmes além de preocupado, e acho que terei que lidar com isso daqui para frente.

Adormeci pensando que as últimas duas semanas foram bem agitadas para começar, sinto que as mudanças só estão começando.

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Ouço uma batida sutil na minha porta, e escuto a voz do meu avô me chamar para almoçar, olho meu celular e são 12:34hs, dormi bastante, e agora terei que encarar os tais gêmeos com a cara amassada do sono. Lavei o rosto no meu banheiro e desci.

Entrando na sala de jantar, vejo meu irmão entrosado em uma conversa com uma garota... garota não, com uma mulher linda de cabelos cacheados, e olhos verdes, de longe cheirava sangue latino, seu corpo que o diga! Fico os observando parada sem sequer ser notada por eles, enquanto Justina coloca o último prato à mesa, e sorri em minha direção, meu avô e Bárbara vem de lados opostos e sentam em seus lugares, antes de me mover sinto uma mão em meu ombro me fazendo virar para saber quem era.

- Então, você é a tão falada Olívia!?




Humnn, tá ingrenando né? O que vocês estão achando? Os capítulos estão muito curtos?

Está legal ser um capítulo de Dan e outro de Liv? Ou vocês acham que ficaria melhor eu escrever os dois narrando em um só?

Opinem, preciso de vocês, esta obra é inusitada, as idéias vêm durante a semana... me inspirem!

No mais fiquem com Deus e bom final de semana.

Amo vocês.

Beijinhos da Gra



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