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Midia: Marie e Rick Taglioni (não encontrei foto melhor sorry)


Liv


Acordei cedo no domingo com intuito de aproveitar a manhã com tia Úrsula, pois esta retornaria no início da tarde para Jacksonville. Marido e três filhos a aguardavam.

Tomamos café com todos presentes à mesa, exceto Dan... deve ter passado a noite com Summer como de costume. Meu avô deve desconfiar que eles tenham um relacionamento amoroso, mas eu tenho certeza que não... conheço bem meu irmão... e neste caso afirmo, Summer é apaixonada por Rick.

Comentei com meu avô e Bárbara a vinda de minha tia para Boston mas por conta da correria, ainda não haviam tido a oportunidade de conversar... o que compensou no café. Eu preferi escutar calada e trocar sorrisos com Ruan. Johana balançava a cabeça rindo por nosso descaramento. 

Ainda estávamos a mesa quando Dan entrou na sala de jantar seguido de Summer que parecia tentar impedi-lo de algo. Mas não teve sucesso.

— Bom dia para todos e com licença ... — olhou pra mim — poderia me acompanhar por um instante preciso falar com você! — Summer que segurava o braço dele o largou derrotada.

— Sua irmã está tomando o café! —meu avô comenta atônito. —Seja lá o que tem a falar pode esperar, porque não se juntam a nós você e Summer?

— Tudo bem vovô — interrompo — já terminei. — Me levanto antes que ele possa impedir. Saio com Dan não antes lançar um olhar de tranquilidade para minha tia e receber um de preocupação de Ruan.

Segui Dan até seu quarto e não fazia a mínima idéia do que ele queria. Ele parou de costas para mim e quando virou vi seus olhos marejados, uma cena que pouco vi na minha vida, e gostaria de não ter visto nenhuma. Me aproximo dele... com a dor que sentia no coração estampada no meu rosto...

— O que houve Dan? O que aconteceu? — pergunto pegando suas mãos grandes e quentes.

— Onde... — ele engole seco—  esteve, melhor... com quem esteve ontem pela manhã? — olha para o lado, e quando demoro para responder volta a me olhar. Um olhar magoado, triste, solitário, de partir o coração... faço uma cara de consolo e estendo minhas mãos até seu rosto lindo.

— Dan... — desvia novamente o olhar e eu o faço olhar pra mim — eu precisava falar com ele. — solta um sorriso nasal e eu entendo ao que ele está se referindo. Omissão. Estava omitindo minha vida dele, estava omitindo ele da minha vida. — ele me encara tentando obter resposta dentro de minha íris, e meu reflexo em seus olhos mostram que mais uma vez estava tentando me enganar. Ficar longe de Dan fisicamente é suportável... Mas dá mente e do coração, absolutamente impossível! 

— Meu amor... —falo o abraçando — me perdoa...

— Precisamos contar — ele diz se afastando. Meu cenho franze.
— Vamos contar para o papai, vovô e seus avós... 

— Não! Não podemos... — eu tento revidar mas alguém atrás de mim faz uma pergunta.

— Contar o que? — nosso avô pergunta curioso e de braços cruzados. A porta que estava entreaberta agora escancarada.

Engulo seco. 

  — Contar o que? Daniel! — Repete. Olho para meu irmão que está balançado a cabeça de olhos fechados. 

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