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Dan


Consegui o que queria com a tia de Liv e repassei a tarefa para o tio Jean, agora o que ele faria e como faria eu não teria como interferir, me limitei a visualizar o que restava na lista... Summer tinha cedido, então descartei o plano B, faltava falar com minha mãe e Ruan, mas precisava pensar em como faria isso sem alarmar. - Isso pode esperar um pouco no final das contas, pelo menos até quinta-feira. - Pensei.

Sai do banheiro masculino do teatro, e fui em direção a sala de reuniões onde Marie e Richard aguardavam, acompanhados por Alfred, Bárbara, Ruan, a garota que foi contratada no lugar de Nataly... Belinda, acho que é isso, e nossos advogados.

Alfred deu início a reunião, afirmou que nada seria mudado e deveriam agir como se nada estivesse acontecendo, os advogados nos encheram de algumas recomendações e nos deixaram a par do que poderia acontecer e como deveríamos agir caso acontecesse, pareciam confiantes assim como Marie Taglioni que pouco parecia se importar com o que acontecia, ao contrário de Rick que sabia que isso poderia acabar com seu sonho. Eu pedi desculpas a Marie e ela mesmo com uma arrogância disfarçada me surpreendeu com sua resposta.

— Você falou a verdade, e não denegriu a imagem de meu filho... ficaria chateada se fosse o contrário. — E deu um sorrisinho grato.

Já com Richard não foi algo tão fácil assim. Ele mesmo me chamou para conversar em particular.

— Você não precisa falar da minha mãe daquela forma. Apesar de tudo ela é minha mãe e tem um nome a zelar. — Disse sério.

— Richard, acredito que a essas alturas do campeonato o nome da sua mãe pouco importa pra ela. Ela está preocupada com você e com seu sonho. — ele não respondeu, mas pareceu cético.

Eu realmente espero que isso acabe bem. Independente de quem for o vencedor.

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Estava sem fome então não saí para almoçar. Esperei uns 30 minutos e liguei para minha mãe... - eu sei que fazia parte de um plano a favor de Liv contar tudo pra ela, mas mais do que isso eu precisava desabafar, eu queria minha mãe comigo na verdade. 

— Oi meu amor... — ela atende com a voz firme mais ao mesmo tempo doce.

— Oi mãe, como você está? — forço uma voz risonha.

— Gorda! — e cai na gargalhada. — Estou aqui com a tia Alice almoçando, pensa em duas esfomeadas, todos nos olham... — escuto uma voz ao fundo "eu não sou gorda queridinha" minha mãe continua rindo muito e eu já me sinto culpado de tirar sua paz e talvez sua alegria.

— Mãe! Desculpa não queria atrapalhar seu almoço... posso ligar mais tarde e ... — ela me corta.

— Dan, entenda, você nunca vai me atrapalhar filho... nunca! Você é o oposto disso, você conserta as coisas e eu sempre vou ter tempo e vou parar tudo pra te ouvir... compreende? — Fico em silêncio com um choro reprimido na garganta, mais uma vez ouço ao fundo a reclamação da tia Alice"não acredito que você está me fazendo chorar". Querido? Você ainda está aí? 

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