Como falado na pergunta anterior, existem várias versões e divisões, mas falaremos dos Orixás mais comuns da Umbanda, explicando seu sincretismo.
Exu: Exu sempre vem primeiro, é um ensinamento ancestral do Candomblé. Na umbanda é muito difundida a atuação das entidades Exus e não tanto o Orixá Exu. Exu é o senhor dos caminhos, rege a comunicação entre os Orixás e os homens. Sem exu não se faz nada, uma vez que para se relacionar com qualquer força, primeiro exu tem que abrir uma passagem entre você e esta força. Por estar tão próximo do ser humano. Em algumas regiões, Exu é sincretizado com Santo Antônio. Sua saudação é Laroye Exu, exu é Mojubá.
Oxalá: É o pai da Humanidade, sincretizado com Jesus Cristo. O rei do pano branco, orixá da paz, da espiritualidade. Simboliza o deus interior de todos, a centelha divina que Zambi semeou em cada um. Oxalá representa a energia do messias cósmico, do caminho até o pai supremo, da senda da iluminação. Um erro comum é dizer que Oxalá é Jesus Cristo, podemos dizer que não é a verdade completa. Não é Oxalá que é Jesus, é Jesus que é Oxalá. Pode parecer tudo igual mas tem uma semelhança muito especial. Jesus é o avatar deste mundo ocidental, o nosso Cristo, representa a nossa visão de Oxalá. Diferentes culturas, diferentes povos e diferentes épocas viram esta energia de outra forma. Podemos dizer então que Jesus é Oxalá, mas Krishna também é Oxalá, Buda é Oxalá, Mithra é Oxalá, bem como Hórus e tantos outros cristos. Sua saudação é Epa Babá.
Yemanjá: Talvez o orixá mais conhecido de todos. É a rainha do mar, rege a chamada calunga grande (o mar). Yemanjá é uma das Orixás que simbolizam a figura universal da grande mãe, protetora, amorosa, mas também terrível na defesa dos seus filhos. Sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Glória, entre outras. Sua saudação é Odoiá.
Ogum: Simboliza a energia dos guerreiros, o ímpeto para a luta, para o desbravamento presentes no ser humano. Ogum rege os instrumentos de metal, símbolos da tecnologia e da coragem da humanidade, uma vez que a manipulação de metal simbolizou imensos avanços nas civilizações antigas. Orixá bem conhecido e sincretizado com São Jorge. Sua saudação é Ogunhê ou o popular Salve Jorge.
Xangô: Orixá da Justiça, dos trovões, do sol e das pedreiras. Xangô representa a força, a energia em si, o poder. Sua regência sobre a justiça demonstra que toda força precisa ser guiada pelas leis divinas. Força sem lei é apenas destruição. Sincretizado com São João Batista. Sua saudação é Kaô Kabecile.
Oxossí: Senhor das matas, da busca do conhecimento e da fartura de alimentos. Oxossi simboliza o conhecimento pois o caçador é também aquele que sai da tribo e desbrava o mundo, que sabe os segredos que se escondem nos recônditos mais escondidos das matas. Sincretizado com São Sebastião. Sua saudação é Okê Arô.
Oxum: Senhora dos rios, das cachoeiras, da beleza e do ouro. Oxum é o orixá feminino, delicada e poderosa ao mesmo tempo. Patrona da feitiçaria. Representa o aspecto da grande mãe de donzela, bela e fatal, conhecedora profunda da arte da sedução. Representa a beleza e a vaidade, a feminilidade em seu aspecto mais intenso e ao mesmo tempo mais sutil. Sincretizada com Nossa Senhora da Conceição ou Aparecida. Sua saudação é Ora Ye Ye ô.
Iansã (Oyá): Representa o arquétipo da mulher guerreira, destemida. Segundo as lendas foi o amor verdadeiro de Xangô, divindindo com ele, inclusive as regências de ventos e trovões e sua energia estando presente sempre que a de Xangô está. Xangô está em Iansã assim como o fogo da masculinidade também está presente na mulher. Sincretizada com Santa Bárbara. Sua saudação é Eparrei Oya.
Nanâ: Simboliza o aspecto da grande mãe da velha sábia, a anciã que já viu tudo que a vida tinha de mostrar. É a sabedoria feminina, carregada da sisudez e seriedade de mulher que sabe o que está falando, não pelo estudo, mas por ter vivido. Rege os pântanos e lamaçais. É sincretizada com Sant'Ana. Sua saudação é Salubá.
Omulu/Obaluaiê: Orixá dos cemitérios, da saúde e da doença, da vida e da morte. Omulu é o sisudo regente dos cemitérios, da passagem desta para a outra vida. Obaluaiê é seu aspecto jovem, em algumas tradições considerado um Orixá diferentes. Pela sua regência se torna um orixá bastante temido. Como a própria morte, Omulu é aquele, que embora muitos temam, todos sabem que um dia fatalmente irão encontrá-lo. Sincretizado com São Lázaro, São Bento ou São Francisco de Assis. Sua saudação é Atotô.
Ibeijis: Os orixás crianças, são dois e gêmeos, regem a inocência, o poder que floresce da bondade do coração das crianças. Sincretizados com os santos gêmeos Cosme e Damião. Sua saudação é Erêmin.
Estes são os 11 orixás mais comuns na umbanda, embora nada impeça que outros sejam venerados. Outros orixás também conhecidos:
Oxumarê: rege as serpentes, o arco-irís e a dualidade de todas as coisas.
Ossain/Ossanha: Rege os segredos das folhas, o conhecimento de cura, de morte e de vida presentes nos vegetais.
Obá: Senhora das lagoas, das águas cercadas.
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Umbanda Para Não Umbandista
SpiritüelPerguntas e respostas sobre Umbanda para leigos e iniciantes