Capítulo II

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  POV CAMILA
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Respirei fundo antes de ir para casa. Não podia deixar minha mãe perceber alguma coisa, apesar dela ser ótima nisso.

Minha casa não era grande, mas confortável o bastante para eu e minha mãe vivermos tranquilamente. Três quartos localizados no andar de cima. No andar de baixo ficava a sala, e uma pequena cozinha.

-Mãe, cheguei. - Falo entrando, e fechando a porta.

-Oi, meu amor! - Minha mãe se encontrava sentada no sofá, assistindo um filme na tevê. Dou um beijo em seu rosto, me sentando ao seu lado. - Como foi no trabalho hoje, a faculdade? - Suspiro.

-Estressante, mãe. - Ela passa a mão em meus cabelos, me fazendo deitar a cabeça em seu colo.

-Você trabalha tanto, minha filha. Se desdobra em dez para fazer tantas coisas.

-Isso tudo é por nós, mãe. Irei conseguir o dinheiro para o seu tratamento, nem que eu tenha que me desdobrar em mil.

-O que seria de mim sem você, filha? - Minha mãe já chorava.

-O que seria de MIM sem você, mãe. - Dou ênfase no mim.

A sensação de que sua mãe pode morrer e te deixar, era a pior que existe. Perder uma mãe é a dor mais dolorosa que alguém pode sentir. Àquela que te carregou por nove meses na barriga, que cuidou de você por anos. Te ensinou várias coisas. Te encorajou, e sempre esteve lá por você, e pra você. Não, perder minhã eu não ia. A doença tem tratamento, e vou pagar seja o valor que for, irei conseguir dar um jeito.

-Agora vamos parar com esse choro, né?! - Minha mãe enxuga minhas lágrimas. - Você deveria se distrair, filha. Sair mais. Permiti se apaixonar. - Dou uma risada leve.

-Me apaixonar, mãe?!

-Sim, você precisa sim! Nunca tem tempo para você mesma.

-Mãe, pra começar, não tenho tempo pra isso, e nem quero procurar alguém.

-Uma hora encontrará sua alma gêmea.

-E como saberei quem é minha alma gêmea? - Pergunto, mas não interessada. Esse negócio de alma gêmea não existe.

Com 14 anos estava apaixonada por Ariana. Era diferente o sentimento que eu sentia por ela. Lembro de ter passado uma semana inteira chorando sempre quando estava sozinha, confusa pelo o que eu sentia. Em um desses dias minha mãe me pegou chorando. Não podia lhe dizer o porquê, e estava me sentindo culpada, pois nunca escondia nada dela. Então decidi desabafar sobre meus sentimentos, minha atração por uma colega de escola. Para minha felicidade, minha mãe aceitou na boa, mas percebi que ficou preocupada. Talvez com medo de que eu sofresse com alguma violência verbal e física na escola, ou até mesmo na rua.

O passo mais díficil era me declarar para Ariana. Dinah me ajudou nisso. Forjou um encontro nos fundos da quadra da escola, depois das aulas. Ela me fez levar um buquê de rosas vermelhas. Exagerado, eu sei. Mas deu certo, – Ari e eu começamos a namorar. Ela era ainda mais romântica e carinhosa do que eu. Minha mãe adorou ela.

Com o tempo nossa relação foi esfriando. Ariana começou a ficar distante, não estava lhe entendendo. Comecei a acreditar na hipótese de ser outro alguém. E estava certa. À peguei beijando outra garota. Ela partiu meu coração em pedaços. Até tentou de todas as formas me pedir perdão, e implorar para que eu não à deixasse, pois me amava e aquela menina foi só um deslize que nunca mais voltaria acontecer, mas eu não queria ouvi-la. Duas semanas depois ela foi para Londres. Eu chorei, chorei muito, eu ainda à amava com todo o meu coração. Mas fui esquecendo com o passar dos anos.

A Melhor Amiga Da Minha Filha (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora