Capítulo XIII - O sonho

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Estava no campo novamente, com o mesmo vestido. De longe avistei a rosa branca, temi ver Ryan novamente, mas quando me aproximei da rosa ouvi alguém chamar meu nome.

Era Daniel, ele estava com sua camisa desta vez.

-O que eu estou fazendo aqui? – ele perguntou olhando ao redor

-Como assim? – perguntei, confusa.

-Isso... – ele fez uma pausa. – Não é possível, Rosy.

-Do que está falando? – perguntei

-Disso. – ele ergueu os braços ao redor do lugar.

Olhei em volta, nada parecia anormal ou ameaçador:

-Como você fez isso? – ele perguntou

-Daniel, isso é um sonho, não é real. – eu disse

-Eu sei, por isso é tão surpreendente, é tudo tão sólido, você me trouxe para cá, não foi?

Olhei para ele sem dizer uma palavra, não foi assim que imaginei que seria meu sonho com Daniel. O que será que estaria acontecendo?

Foi então que lembrei, quando eu estava meditando pensei em sonho, seria realmente possível?

-Desculpe. – eu disse, apressadamente – Eu não deveria estar fazendo isso, vou concertar as coisas.

Comecei a fechar os olhos e me concentrar em acordar, aquilo era constrangedor, senti as mãos de Daniel em meus braços.

-Você realmente acha que me importo de estar aqui com você? – ele perguntou

Abri os olhos, ele estava bem perto de mim, seus olhos eram de um azul incrivelmente perfeitos, eu me afogaria neles.

-Não se importa? – consegui perguntar, num sussurro.

-Nem um pouco. – disse ele, se aproximando.

Estava prestes a sentir seus lábios nos meus, mas senti alguém me sacudindo. Acordei.

Tinha realmente alguém me sacudindo, lentamente abri os olhos e olhei pela janela, já era de manhã e quem estava me sacudindo era Milly.

-Até que enfim você acordou, estou a tempos chamando você.

Bocejei, eu estava chateada por ela ter me acordado na melhor parte do sonho. Será que Daniel se lembrava também? Será que ele estava sendo sincero quando disse que não se importava de ficar comigo?

Me voltei para Milly:

-O que foi? – perguntei

Ela colocou um sorriso enorme no rosto.

-Você nem imagina a novidade. - ela fez uma pausa dramática – Seu ato heroico foi divulgado em todo o mundo vampiro e agora a Rainha Isabelly quer conhecer você.

-O quê?

Despertei totalmente depois de ouvir aquilo.

-Exatamente, minha tia recebeu um telefonema hoje cedo, era o conselheiro da rainha e ele comunicou que a Rainha quer conhecer você. Minha tia está cuidando de umas papeladas e me pediu para vim te ajudar a arrumar suas coisas.

-Mas já? – eu perguntei. – E se Vladmir atacar a escola?

-Minha tia está certa de que ele não irá, não sei o motivo. Mas vamos começar logo, o que você vai levar?

Ela andou ao meu armário e pegou uma mala enorme que eu nem sabia que tinha e começou a colocar as roupas mais formais que eu tinha.

-Isso não dará certo. – ela resmungou. – Antes do seu encontro com a rainha vamos comprar vestidos para você.

Me levantei da cama.

-Eu sou uma procurada, lembra? – eu disse

-Estaremos seguras, dezenas de seguranças irão nos acompanhar nessa viagem, vai ser perfeito.

Me surpreendi ao entender o que ela disse.

-Você também vai? – perguntei

-Claro que sim, Joe e Daniel também irão. – ela fez uma pausa – Bem... Minha tia iria comunicar Daniel assim que acabasse com a papelada, Joe estava comigo na biblioteca quando ela me disse e se ofereceu para nos acompanhar. Vou arrumar minhas coisas assim que terminar com você.

Joe e Daniel, juntos? Aquilo não daria certo.

-Como consegue, Milly? – perguntei

Ela parou o que estava fazendo e se virou para mim:

-Consigo o quê?

Eu sabia que poderia confiar nela, mas não sabia como explicar o que eu queria dizer:

-Como você consegue ficar amiga e Joe e de Daniel sem ter medo que eles comecem a se atacar? – perguntei. Ela riu.

-Eu os ignoro e tento não ficar ao lado de apenas um. Eles nunca chegaram a se bater fisicamente.

Aquilo não era totalmente um conforto, mas ajudou a melhorar minha preocupação com relação aquele assunto.

-Pode arrumar suas coisas, Milly. – eu disse após alguns segundos observando-a. – Eu termino por aqui.

-Tem certeza?

Assenti. Ela me deu um aceno de cabeça e saiu, quase saltitando. Eu não negava que ela estava animada e não a culpo por isso, eu também estava animada, bem lá no fundo, mas me imaginar conhecendo a Rainha dos vampiros me deixava nervosa.

Logo após terminar de arrumar tudo o que eu tinha para levar fui até a porta e me surpreendi ao ver Daniel parado na minha porta, pronto para bater:

-Bom dia. – ele disse, parecia sem graça.

-Bom dia. – respondi e dei passagem para ele passar. Fechei a porta.

Ele olhou para a mala pronta em cima da cama e em seguida para mim.

-Está nervosa? – ele perguntou

-Um pouco. – dei a ele um sorriso fraco

-Eu vim para saber se... – ele fez uma pausa, provavelmente pensando no que dizer – Se você... Lembra do...

-Sonho? – terminei por ele

Ele assentiu.

-Então você consegue se comunicar com alguém através do sonho, isso é incrível.

-Isso ainda é meio novo pra mim, então se por acaso eu levar você para meu sonho, é sem intenção.

-Você pode me levar para seus sonhos quantas vezes quiser. – ele disse.

Eu não sabia o que dizer e me odiava por isso, eu ficava assim quando chegava perto dele, nervosa, minhas mãos começavam a suar, eu me sentia protegida, me sentia segura, quando eu estava com ele, eu não queria mais sair de perto, queria me enrolar em seus braços e passar minha vida inteira neles, e naquele momento eu tive certeza do que sentia.

Eu estava apaixonada por Daniel.

Me contive para não o abraçar, o que eu iria parecer? Atirada?

-Você vai? – perguntei sem saber mais o que dizer

Ele soltou um risinho fraco.

-Por você.

Daniel andou até mim, deu-me um beijo na testa e saiu.

Fiquei no meio do quarto, paralisada, seus lábios eram tão suaves quanto suas mãos.

Continuei pensando nele e não vi o tempo passar, quando dei por mim, estava no refeitório, tomando café. Pessoas passavam por mim e me davam "olá" e outras me desejavam "boa sorte", as notícias pela escola correm rápido, mas não me importei, eu realmente precisaria de sorte.

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