Capítulo X - Descobertas

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No dia seguinte acordei cedo. Estava ansiosa pra começar o treinamento com Andrew e saber mais sobre os poderes de Ursulla. O plano de tocar nas garotas ainda estava de pé. Se eu pudesse ver o que fizeram, eu poderia descobrir quem matou Kelly e fazer justiça.

Segui minha rotina e fui ao refeitório usando uma calça jeans e uma camiseta azul, cabelo solto e all star.

As aulas passaram tranquilas e á tarde, depois do almoço encontrei Andrew no estádio. Ele riu quando me viu.

-Você é pontual. – eu disse a ele.

-Não quero perder nada. – disse ele. – Primeiro você me ensina e depois eu ensino você.

-O que aconteceu com "as damas primeiro"? – perguntei

-Não se aplica hoje. – disse ele.

-Oi. – era Ursulla que tinha acabado de chegar.

-O que ela faz aqui? – perguntou Andrew, espantado.

-Andrew, - comecei – Ela é parente de fada e a chamei pra treinar com a gente. Tudo bem?

-Por mim, tudo.

Começamos com o primeiro passo que era saber qual a habilidade de cada um. Ursulla conseguia ver o passado das pessoas através do toque e se comunicar com elas pelo pensamento. Cada um de nós tinha sua própria e única habilidade. A de Andrew era fazer as pessoas terem ilusões, a de Ursulla era a de se comunicar pelo pensamento e a minha era a do sonho. Ficou combinado que iriamos aperfeiçoar a de ver o passado com o toque e iriamos ensinar uns aos outros aquela capacidade que não tinham. Ursulla também não conseguia sentir as emoções.

As habilidades de Andrew foram as primeiras a aparecer, portanto ele seria nosso mestre. Com o passar do tempo percebi que Ursulla poderia ser divertida, mas eu sempre tinha em mente que ela queria meu namorado.

Alguns dias de treinamento foram suficientes pra que eu aperfeiçoasse a habilidade de ver o passado, o que, agora, eu chamo de clariciência. Aprendi um pouco das capacidades de Andrew e Ursulla e eles não conseguiam aprender a minha. Eu fazia de tudo pra ensinar, mas eles não conseguiam aprender, eles tentavam, mas era inútil. Comecei a pensar que a habilidade de sonhos foi feita só pra mim.

Com a ideia de Ursulla de colocarmos nomes nas habilidades, ficou bem mais fácil de organiza-las. Chamei a habilidade de sonhos de "Dreams", a de ilusões chamamos de "Ilusions", a de emoções tornou-se "Emotions", a de se comunicar pelos pensamentos chamamos de "Thoughts".

Depois de passar alguns dias com Ursulla, percebi que poderia confiar nela. Ela não parecia saber de muita coisa quando falei pra ela sobre a filha de Vladmir e agiu com espanto.

Era quarta-feira á noite. Eu não tinha muito tempo com Daniel desde que comecei o treinamento com Andrew e Ursulla, então decidi chama-lo no meu sonho.

Escolhi um lugar que não o trazia á tempos.

O campo.

Ele abriu um sorriso enorme quando me viu. Me abraçou:

-Eu já estava com saudades daqui. – disse ele.

-Eu também.

Ficamos um tempão deitados na grama, olhando para o céu, que estava de um azul incrível. Daniel acariciava meu cabelo, fazendo pequenos cachos e eu fazia corações com a ponta do meu dedo indicador em sua camisa.

-Você acha que esse lugar é real? – perguntei á ele.

-Você que o criou, deveria saber. – disse ele.

-Eu o vi em um sonho e gostei. – fiz uma pausa – Adoraria conhece-lo.

-Vou procura-lo pra você. – disse ele.

-Você nem sabe se ele existe. – eu disse

Ele olhou para mim e sorriu:

-Não importa. – fez uma pausa – Eu faria qualquer coisa para vê-la sorrir.

Beijei-o.

Acordei feliz.

Tomei meu banho e fui para o refeitório. Daniel estava lá, sozinho. Sorriu quando me viu.

O dia passou normal. A ameaça da filha de Vladmir havia desaparecido e a Srtª Simony também. Pelo menos até eu voltar para meu quarto.

O frio estava lá, mas Srtª Simony, não.

Em cima da minha cama tinha um bilhete, lentamente o peguei.

"Rosas são vermelhas

Violetas são azuis

Sou a filha de Vladmir

E a seu nome irei fazer jus!".

Olhei atrás dele e havia "Me encontre na casa de campo, sozinha, amanha, ao meio dia.".

O mistério estava chegando ao fim e eu finalmente iria descobrir quem era a filha de Vladmir.

Eu não seria idiota o suficiente pra ir lá sozinha. E eu tinha um plano, talvez não fosse tão inteligente, mas era o mais eficaz no momento.

Eu precisaria de Andrew e de Ursulla. E eu tinha certeza que eles iriam me ajudar.

Eu tinha que encontra-los agora e contar-lhes o plano. Eu também avisaria Daniel, mesmo sabendo que ele não me deixaria ir sozinha. Ele tinha que confiar em mim e na minha mente quase brilhante. No fim das contas, ter poderes mentais tinha suas vantagens e essas vantagens seriam essenciais quando encontrasse a assassina de Kelly.

Talvez o melhor seria seguir o plano de tocar nas garotas que estavam na casa, mas se isso acontecesse teria que ser aqui na escola, a filha de Vladmir queria um lugar mais reservado, longe das pessoas... Eu não queria que ela machucasse ninguém aqui, então eu seguiria suas regras. Por enquanto.

O mais estranho foi que não viram ninguém entrando no meu quarto quando eu não estava.

Eu estava perto da verdade e não descansaria até descobrir.

Escola de Vampiros - AmeaçadaOnde histórias criam vida. Descubra agora