Capítulo XVIII - A fuga

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Percebi que tinha sangue na minha cabeça, eu sabia não por toca-lo, mas por senti-lo. No meu estado atual o mínimo que eu poderia fazer era respirar.

Eu precisava sair deste lugar e me salvar.

Fiquei feliz em saber que Daniel estava procurando por mim, mas ao imagina-lo encontrando os brutamontes que estavam lá fora, decidi que eu deveria sair sozinha deste lugar.

Mas antes eu recuperaria minhas forças.

Ouvi passos descendo ás escadas, era Karla. Estava rindo.

-Que bom que acordou. – disse ela andando até mim. – Você não cooperou na ultima vez, então decidi contar meu plano a você para ver se você colabora. – ela fez uma pausa – Eu ficaria muito feliz se você me dissesse o que eu quero saber. – ela riu. – Como você matou meu pai com aquela espada, eu queria matar você com ela, mas quando fui lá na torre com César, ela não estava onde deveria. – enquanto falava, ela andava de lá para cá. – Então... Você, agora, vai me dizer onde está?

-Você está louca. – eu disse, minha voz saindo com dificuldade.

-Louca? – ela riu alto – Louca para matar você, queridinha.

A observei. Em seu estado de loucura ela seria capaz de me matar sem a espada, agora mesmo. Mas talvez eu fosse capaz de persuadi-la.

-Sabe, - disse ela – Eu estava pensando e percebi como você foi inteligente ao enganar César, ele...

Parei de ouvir. As fotos.

Lembrei de um detalhe do qual não havia prestado atenção. Enquanto me conduziam para o banheiro eu vi fotos. Não estavam tão nítidas com minha vista embaçada, mas agora eu sabia. Que outro lugar eu estaria onde tivesse tantas fotos?

Eu sabia onde estava.

Eu estava na casa de Karla. E as fotos que vi eram dela.

-Está me ouvindo? – perguntou ela, chamando minha atenção e desviando meus pensamentos. – É claro que não. – disse para si mesma, pegou algo e bateu na minha cabeça.


              Daniel narrando.

-Você precisa se concentrar nela, Andrew. – disse Ursulla na nossa sessão de terapia.

Estávamos no quarto de Ursulla, apenas ela, Andrew e eu. Estávamos tentando fazer com que Andrew sonhasse com Rosy, mas estávamos fracassando. Ele não conseguia fazer o que tinha que ser feito e eu estava ficando mais angustiado do que nunca.

Rosy estava viva e era o que importava no momento, mas tudo que eu quero é tê-la perto de mim, segura das ameaças de Karla. Eu a queria comigo.

-Isso não está funcionando. – disse Andrew – Apenas ela consegue fazer isso.

-Você tem que conseguir. – eu disse de repente.

Andrew me olhou, surpreso. Nesse tempo que passei com ele, percebi que ele não era tão ruim como pensei que fosse. E percebi também que ele realmente gostava dela. Neste caso eu não poderia fazer nada, eu não iria desistir da minha Rosy.

Andrew apenas assentiu e voltou a fechar os olhos.

-Vamos tentar outra tática – disse Ursulla – Já que não consegue sonhar com ela se sentindo calmo, vamos tentar fazer isso com você se sentindo furioso. – ela fez uma pausa e ele assentiu – Pense no que vai acontecer com ela se não a encontrarmos. Pense no que Karla pode estar fazendo com ela nesse momento. Pense na Rosy e a chame para seus sonhos.

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