Capítulo XII - Sentimentos

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Como eu não tinha muito que fazer com relação á Karla, o melhor seria eu me preparar para o seu ataque.

  Depois do almoço encontrei com Andrew no estádio. Ele estava esperando por mim, como sempre, mas desta vez estava sério.

-Oi. – eu disse.

-Oi. – ele disse. – Você já sabe como encontrar mais vampiros como nos?

-Não exatamente. – eu disse – Não posso simplesmente colocar nos jornais e esperar que esses vampiros apareçam, eles tem medo, assim como Ursulla.

-Eu tenho uma ideia que pode dar certo, mas seria muito cansativo e talvez eles não topem fazer parte de uma missão suicida.

-Sério? – perguntei. – Como?

  Ele começou a andar pelo estádio, eu o segui, esperando uma resposta:

-Mas antes... - ele começou, mas não terminou.

  Eu estava bem atrás de Andrew, ele se virou e quase ficamos colados um no outro. Ele ficou lá, parado, olhando nos meus olhos:

-Antes...? – perguntei, baixo.

-Antes eu queria dizer a você o porquê vim pra escola. – ele não se afastou, nem eu.

-Você veio pra me dizer sobre Srtª Simony, não foi? – perguntei.

-Também, mas... – ele fechou os olhos. – Eu sempre disse que nunca tive motivos pra sair da minha casa, só que conheci você e meus objetivos mudaram, Rosalie. – ele abriu os olhos.

-Eu não... – comecei a dizer, mas não terminei, eu não sabia o que dizer.

-Você foi o motivo que me fez sair da minha casa. – ele disse.

-Andrew, nós...

-Desde que você foi embora da casa de campo, - ele me interrompeu – Não consigo parar de pensar em você. Isso me corrói por dentro.

  Vi lágrimas saindo de seus olhos. Percebendo que isso estava indo longe demais, me afastei.

-Eu tenho namorado, Andrew. – eu disse – E sou fiel á ele.

-Eu sei disso, Rosalie. – disse ele – Eu só queria que você soubesse dos meus sentimentos. Eu fiquei aqui por você, pra proteger você.

-Andrew, não podemos ficar juntos e você sabe disso. – fiz uma pausa, procurando o que dizer para dispensa-lo sem que ele ficasse magoado – Sou apaixonada por Daniel. – Okay, talvez isso não tenha sido muito inteligente.

-Você acha que eu não sei? – ele perguntou, quase gritando – O que você acha que eu sinto quando estão perto um do outro, felizes?

  Não respondi.

-Inveja, Rosalie. – disse ele – Tenho inveja dele, eu sei que isso parece ridículo, infantil e hipócrita, mas não controlo meus sentimentos.

-Ninguém controla, Andrew. – comecei a dizer, me aproximando dele – Em situações normais eu teria me apaixonado por você, mas é Daniel que eu amo.

-Pára de repetir isso – ele gritou, me assustando – Dói ouvir você dizer isso, dói muito.

-Desculpe. – eu disse, baixo.

  Ele olhou para mim e estava chorando. Com uma rapidez impressionante ele andou até mim e segurou meus braços.

-Andrew... – tentei dizer, mas ele me interrompeu.

-Sou um imbecil. – disse e me beijou.

  Os lábios de Andrew não eram tão suaves quanto os de Daniel, mas ainda assim eram doces.

  Mas eu não podia beijá-lo, eu estava traindo Daniel e isso era inaceitável. Eu gostava de Andrew, mas eu não poderia deixar isso continuar.

  O empurrei e lhe dei um tapa. Aquilo doeu mais em mim que nele.

  Estávamos ofegantes, os dois. Ele me olhou, sua expressão era de uma tristeza profunda.

-Sou um imbecil. – disse ele, saindo do estádio.

-Andrew, não! – gritei, mas ele não me ouviu.

  Tentei alcança-lo, mas ele já tinha ido embora, me deixando sozinha no estádio da High School Sky.

   Eu sabia dos sentimentos de Andrew por mim, mas ele sabia que eu gostava de Daniel, ele sabia que era impossível ficarmos juntos.

  Eu também gostava muito dele, mas ser sincera era a melhor opção. Joe sofreu a mesma decepção, mas encontrou Milly e agora são muito felizes juntos.

   Daniel não sabia dos acontecimentos entre Andrew e eu, mas eu pretendia contar, logo. Eu sabia que Andrew voltaria, ele precisava voltar. Precisávamos ficar perto um do outro, ele era como eu.

  Precisávamos encontrar outros vampiros com capacidades mentais e os ajudar para que não fiquem como Ryan ou Josh. Ainda tínhamos outra batalha pela frente, Vladmir ainda não tinha saído totalmente da minha vida, claro que ele não estava vivo, mas ele tinha uma filha, uma filha com sede de vingança. Se a filha de Vladmir encontrasse outros com poderes mentais e os convencessem a ficar do lado dela, estaríamos perdidos e eu precisava reunir o máximo de vampiros que eu pudesse.

   O inacreditável para mim era saber que havia, no mundo, uma mulher capaz de ficar com Vladmir, mas saber que eu conheci a filha dele desde que cheguei á High School Sky era pior ainda.

  Fiquei alguns minutos sozinha no estádio, repassando tudo que aconteceu. Eu precisava pensar em como contar para Daniel sem que ele arrancasse a cabeça de Andrew.

  Seria impossível.

  O melhor seria esperar um pouco, pelo menos até Karla desistir de montar um exercito de vampiros e roubar minha espada.

  Repensar na espada me fez sentir falta dela.

  Rapidamente corri até a torre. A espada estava lá. Flutuante no meio da sala dourada e vazia. Toquei nela e sua lâmina brilhou, um brilho intenso, mortal.

   Eu precisava tirá-la da torre esconde-la em algum lugar seguro, mas enquanto a barreira estivesse ao redor dela, nenhum vampiro perverso iria tocar nela. E assim que eu a chamasse, ela viria.

   Fui para meu quarto. Quando entrei vi um bilhete em cima da cama. Pensei ser de Karla, mas se fosse, Srtª Simony se manifestaria de alguma maneira como fez na ultima vez.

  Peguei o bilhete, tinha cheiro de orquídeas.

"Rosalie, preciso ir, não conseguiria ficar perto de você sem tocá-la, não sou o tipo de cara que ama de longe. Lembre-se que eu jamais a abandonaria. Desculpe pelo beijo, sou um imbecil.                                       Com amor, Andrew".

    Andrew havia ido embora.

Ele havia me deixado aqui quando eu mais precisava dele, pra onde ele teria ido? Ele nem havia me contado o plano pra encontrar parentes de fadas.

  Eu não queria acreditar que ele me deixou. Eu precisava dele.

Escola de Vampiros - AmeaçadaOnde histórias criam vida. Descubra agora