Conselho de Mãe

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  • Dedicado a Ana Mello
                                    

Fiquei ali olhando para a mãe do Doutor Eduardo que nem uma panaca. Realmente ele tinha os olhos dela, mas mesmo assim, era muito surpreendente ser atendida no PS pela mãe do meu médico gatão.

Ela terminou de me colocar em pé e olhou para mim com um sorriso simpático.

- Prontinho. – ela disse.

- Mãe? – eu perguntei, realmente não sabia o que falar.

- É, sou a mãe do Eduardo. – ela ainda sorria.

- Mas... mas... – não sabia como perguntar para ela por que ela estava trabalhando ali, sendo que era mãe de um médico, não sei por que para mim isso parecia absurdo. Talvez por que nas novelas que tanto me fascinam todos os médicos são estupidamente ricos e suas mãezinha são donas de casa que só administram os empregados.

Ela olhou para mim de um jeito que devia entender minha confusão.

- Adoro o meu trabalho, nunca larguei meu posto na enfermagem mesmo depois de casar e ter filhos. A área da saúde é uma paixão na minha família, cada um em sua especialidade.  

- Desculpa – eu disse – nunca iria imaginar que um dia iria conhecer a mãe do meu médico, ainda mais assim. – tentei me explicar

Ela apenas sorrio e foi pegar seus materiais para voltar ao trabalho, Robe, que estava estranhamente calada foi até o meu lado e pegou no meu braço.

- Vamos, a Tati e o Fabio já estão voltando para nos pegar.

Eu nem tinha reparado que eles não estavam ali tão absorta eu estava com a presença do Doutor Eduardo e da mãe dele agora.

- Desculpa – me virei na direção da enfermeira – muito obrigada, senhora... – tentei me lembrar se ela já havia me dito seu nome.

- Ana – ela completou – de nada querida, vá para casa e sem abusos, talvez só um caldo de galinha para o jantar.

- Pode deixar, dona Ana, ela não vai abusar mais nem que eu tenha que contar para os pais dela sobre essa gravides para vigiarem-na dia e noite.

- Robe – a repreendi, eu ainda não havia contado para os meus pais sobre a gravides, ainda estava tomando coragem para encara-los de frente.

Dona Ana só me encarou um pouco mais e depois balançou a cabeça.

- Se eu fosse ser avó, gostaria de ser a primeira a saber – ela me disse – mas cada qual age da maneira que quiser.

- Eu só não tive coragem de dizer – tentei me justificar.

- Bem, mãe é mãe, logo você vai descobrir o que é isso - Ela sorri para mim e com um aceno sai do quarto.

E Agora? - rascunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora