Se arrependimento matasse eu estaria dura e estatelada, era obvio que depois de cinco pedaços de pizza, mais duas taças de sorvete, uma pratada de brigadeiro, tudo regado com muita Coca-Cola e ainda um mega cachorro-quente que eu comi na estação do metrô quando estava voltando para casa depois de uma noitada com as meninas, eu etária passando mal no dia seguinte.
Já estava habituada as náuseas matinais e a queimação, mas hoje estava demais, passei a madrugada inteira abraçada com o vaso sanitário e ainda assim o mal-estar não passa. As sete da manhã, meu abdômen começou a doer, primeiro pensei que era por causa do esforço que eu estava fazendo ao vomitar, agora a dor parece uma cólica menstrual muito forte para o meu desespero.
Depois das oito eu já não aguentava mais aquilo e resolvi ligar para a Robe pedindo ajuda.
- O que é? – ela atendeu o telefone no quinto toque – eu estava dormindo.
- Desculpa Robe, mas eu preciso que você venha aqui em casa. – falei com a voz fraca.
- Mais tarde eu passo ai – ela respondeu ainda sonolenta e pronta para desligar.
- Agora – eu grito – eu preciso de ajuda agora.
Meu grito deve ter acordando-a, em um segundo escuto ela respirar fundo e voltar toda sua atenção para mim.
- O que aconteceu? – sua voz muda drasticamente, agora sim ela está preocupada.
- Eu estou passando mal - respondo chorando - acho melhor você trazer o Fabio também, não sei se consigo me levantar. – minha garganta fecha e eu começo a chorar desesperadamente.
Desde que fiquei gravida eu choro por qualquer coisa, desde um cachorrinho abandonado na rua, até por causa do comercial de margarina da televisão. Mas agora meu choro e meu desespero era por causa da dor que eu estava sentindo e o sentimento de impotência que ela trazia junto.
- Fica calma, chego ai em dois minutos – ela me responde e em seguida grita para o Fabio levantar.
Apesar de estar chorando e com muita dor, escuto os dois discutindo do outro lado da linha.
- Levanta logo seu lerdo – ela grita com ele.
- Qual é? Cheguei as cinco da matina, me dá um tempo. – ele responde longe.
- Não dá, a Ali tá passando mal, temos que leva-la para o Pronto Socorro agora.
- To indo, to indo. – ele fala.
- Ali – ela me chama no telefone – já estamos a caminho, fica calma e respira fundo, já já a agente está ai.
- Tá... tá bom! – respondo entre soluços.
- Vou ligar para a Tati no caminho para ela se encontrar com a gente no PS, quer que eu ligue para mais alguém.
- Não – choramingo – não sei. - eu não consigo pensar direito – está doendo muito – volto a chorar que nem criança.
- Força amiga, já estou chegando. – ela diz carinhosa.
Nesse interim começou outra onda de náuseas e me atirei em direção ao vaso sanitário esquecendo do celular e de qualquer outra coisa.
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E Agora? - rascunho
RandomAline, uma jovem de 22 anos descobre que está gravida do seu ex namorado, totalmente confusa e longe da família, ela tem de lidar com as mudanças que vão acontecer em seu corpo e em sua vida. Isso sem falar do Obstetra bonitão que vive pegando no se...